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20 pequenas tarefas para pais e mães corinthianos
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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20 pequenas tarefas para pais e mães corinthianos

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Opinião de Walter Falceta

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20 pequenas tarefas para pais e mães corinthianos

Desde a infância, a educação corinthianista é fundamental

Foto: Brasil, um Século de Futebol, Arte e Magia; Aprazível Edições

1) Em tempos marcados pela síndrome de vira-latas, faça diferente, seja original. Não permita que seu filho embarque no transe barcelônico, chelseano ou bayernista. Mostre a ele, desde cedo, a grandeza do nosso Sport Club Corinthians Paulista.

2) Conte a ele que o Corinthians surgiu para dar vez e voz ao povo, lutando por liberdades, igualdades e fraternidades, como atesta nosso estatuto de 1913. Conte a ele sobre os operários e carroceiros do Bom Retiro, cujo sonho foi inspirado pelo Cometa Halley.

3) Mostre-lhe como o nosso valente Corinthians, erguido e sustentado pelos trabalhadores e trabalhadoras, superou o preconceito, a sabotagem e a pressão dos clubes aristocratas.

4) Diga a ele que o Coringão nasceu forte e vencedor. Com apenas quatro anos de vida, em 1914, já se tornou campeão paulista, e de forma invicta.

5) Narre para ele as peripécias do super-herói Neco, craque de bola, cidadão exemplar e dono de uma cinta supersônica que punia os vilões que se atrevessem a ameaçar o Time do Povo.

6) Diga para ele que o Corinthians foi o campeão do Centenário da Independência, em 1922. Recorde o espetacular Tatu, o craque negro pioneiro que desbancou o Paulistano em 1924. Relembre o espetacular trio defensivo, com Tuffy, Del Debbio e Grané, campeoníssimo nos anos finais daquela década.

7) Relate as aventuras de Teleco, o Rei da Virada, nosso atacante que tem média de gols superior à de Pelé. Teleco, mesmo de braço quebrado, marcou um golaço contra o Palestra Itália (Palmeiras), no campo do adversário, e nos levou ao título de 1937,

8) Conte para ele do maravilhoso time dos anos 1950. Relate a conquista do Pequeno Mundial, em 1953, quando derrotamos duas vezes o Barcelona. Diga-lhe que a cidade parou com a conquista do título do IV Centenário, em 1954.

9) Fale de Luizinho, o craque que sentou na bola para azucrinar o temido Luís Villa, médio argentino do Palmeiras. Relate as proezas de Baltazar, o Cabecinha de Ouro, melhor cabeceador da história do futebol brasileiro. Relembre que o indomável Idário, El Sangre, escondia as feridas para defender seu Coringão com garra e valentia.

10) Diga que é cria do Parque São Jorge o astro Rivellino, um dos melhores jogadores da história do futebol mundial. E, de quebra, mostre toda a nossa diversidade. Foi um nipo-brasileiro, Sérgio Echigo, quem ensinou ao Patada Atômica o famoso drible elástico.

11) Explique para ele que o Corinthians não vive somente de títulos. Mostre que nossa torcida cresceu barbaramente nos quase 23 anos de jejum.

12) Relate a invasão do Maracanã, em 1976, o maior deslocamento humano em tempos de paz da história mundial. De avião, ônibus, carro, moto, bicicleta e até a pé, mais de 70 mil Corinthians foram ao Rio apoiar o time que derrotaria o então poderoso Fluminense.

13) Relembre como o país parou em 1977 para acompanhar os jogos que decidiram o título paulista daquele ano. Faça você mesmo a locução do gol de Basílio, o mais comemorado na história em todos os tempos.

14) Recorde o incansável Wladimir, que jogava mesmo machucado, um cidadão polivalente, culto, politizado, dançarino e ativista do movimento negro. Lembre que o segundo filósofo Sócrates jogou por nós e encantou o mundo com seus lances mágicos e suas ideias de justiça e liberdade.

15) Explique para ele que a luta pela democracia no Brasil contou com apoio decisivo da torcida corinthiana e dos nossos atletas. O país livre em que hoje vivemos é resultado também da luta dos guerreiros de Jorge.

16) Diga para ele que a nossa torcida é a mais fiel de todas. Conte de Elisa, de Chico Mendes, de La Selva, da Tia Geni, da Dona Valquíria, da Maria Angélica e de tantos anônimos que viveram e vivem incríveis aventuras para apoiar o Timão.

17) Mostre por A mais B que o primeiro campeão mundial de clubes, segundo a FIFA, é o Corinthians, no torneio de 2000. Este foi o primeiro certame com representantes de todos os continentes; e nós vencemos.

18) Lembre-o de que só um clube brasileiro é oficialmente bicampeão mundial: o Timão. Conquistamos o nosso segundo título derrotando justamente o badalado Chelsea. E, de quebra, promovemos no Japão uma invasão de torcedores que assombrou o mundo.

19) Explique ao seu filho que o Corinthians é o Time do Povo. Mas é de todo o povo, sem preconceito em relação a etnia, crença religiosa ou classe social. O Timão é onde todos se encontram, do humilde reciclador do Glicério ao próspero empresário da Faria Lima. É onde somos mais brasileiros. É onde os diferentes se entendem e encontram convergências.

20) Por fim, explique para o seu filho que o Corinthians é um baita exemplo da resistência no amor. Ele pode perder, empatar ou ganhar, mas nunca se arrefece nossa paixão. O Corinthians é magia, é milagre, é o jeito melhor de consolidar a união entre amigos, irmãos, pais e filhos. Por fim, explique para seu filho que o fenômeno Corinthians, o mais fantástico deste terceiro planeta a partir do sol, não se explica. Vive-se!

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Walter Falceta

Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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    @galinho.paulista em

    Gosto e apoio essa iniciativa desde pequeno... Nos dias de hoje é claro que a mídia é a grande incentivadora de novos torcedores... Porém os de coração são aqueles que conquistamos desde pequenos... Que contamos histórias... Que levamos para compartilhar não só as conquistas mas as lágrimas da derrota... Essa é a melhor e maior forma de formar um verdadeiro corinthiano... Isto é... Conquistando o seu coração através de sua sabedoria... Parabéns... Vai Corinthians!

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    Locatelli 3449 comentários

    @locatelli em

    Eu fico com pena é do filho palmeirense quando pergunta para os pais onde está o mundial do time dele.

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    106º. @roberto.moreira1 em

    Os meus foram criados ouvindo fita K7 dos jogos com Osmar Santos e do hino em várias versões. Ouvindo o SAGIRARDI após os jogos com a famosa frease " ô NEGA TRAZ MAIS AMPOLA QUE O MEU CURINGÃO TÁ ESTRAÇALHANDO"...

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    Roberto 1277 comentários

    105º. @roberto.moreira1 em

    A batalha é com um dos meus netos, tá difícil... Filho de porco...

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    Roberto 1277 comentários

    104º. @roberto.moreira1 em

    Os amigos dos pais também influenciam muito, eu fui um deste, de família saopaulina, mas os amigos de meu pai, todos corintianos, me adotaram após o Título do 4o. Centenário(1954) uma aposta feita com meu pai.

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    Tanji 694 comentários

    103º. @tanjikoji em

    Eu vivo exatamente o que o Walter disse sou corinthianos de alma não de coracao como disse dr osmar de oliveira o coracao um dia para a alma e eterna assim e minha paixao pelo todo poderoso Timão.

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    Múcio 14 comentários

    102º. @mucio.rodolfo.neto em

    Só um adendo ao item 4, camarada Walter, o Corinthians conquistou o seu primeiro título já na sua segunda disputa de campeonato, pois até 1913 limitou-se apenas a realizar jogos varzeanos. Falando de nossas origens, gosto sempre de frisar que fomos desafiar justamente um dos melhores times que havia na época. Prova da nossa ousadia e de que jamais fugimos das dificuldades e de grandes desafios. E se os nossos meninos se importam com referências estrangeiras, é fundamental contar as palavras que Vitório Pozzo dedicou ao Corinthians já em 1914!