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12 detalhes de um esquenta em Itaquera
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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12 detalhes de um esquenta em Itaquera

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Opinião de Walter Falceta

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12 detalhes de um esquenta em Itaquera

Faixa da Estopim pede esclarecimentos sobre o escândalo da merenda

Foto: Walter F. Jr.

1) Jogos na noite de sábado são, sim, agradáveis e práticos. São o esquenta para a balada. Liberam o domingão para a família.

2) Voltaram com tudo os quiosques de pernil. Na saída da arena em Itaquera, eram inúmeros, em fila, cobertura plástica e boa iluminação. O melhor, no entanto, é o aroma de futebol antigo.

3) A empresa que administra a venda de ingressos deve ser liderada por um profissional que faltou às aulas de gestão em vendas e logística.

4) Em um jogo em que a venda de momento é necessária, não havia qualquer bilheteria no lado Leste-Norte, justamente aquele que recebe o enorme fluxo dos torcedores que descem na estação Itaquera do Metrô.

5) Para a aquisição do ingresso, exigia-se um longo deslocamento até as bilheterias nas costas do Setor Oeste. Dali, o retorno para a entrada da Norte é irritante, posto que o corredor de gado tem início na ponta Norte-Leste. Um absurdo especialmente com crianças, idosos e portadores de necessidades especiais.

6) No campo, olhando-se com atenção, o Corinthians parece ainda à procura de um desenho tático. Testa-se tudo. Tite grita, aconselha, mas valoriza a livre iniciativa.

7) Sim, alguma coisa se vê. Romero entrou no lugar de Lucca, atuando avançado pela esquerda do ataque. Depois, migrou para o setor direito. Sim, os laterais, zagueiros e o goleiro estão em seus lugares? Perfeito! Mas no meio é um bolão de jogadores, cruzando-se de forma confusa, trombando-se às vezes. Parece que Tite pretende mais é ver quem tem condições de compor seu ideal time futuro. Trata-se de um peneirão em jogo de campeonato, de um esquenta para a Libertadores e para o Brasileirão.

8) Dos contratados, Guilherme parece aquele mais longe da sintonia. Giovanni Augusto, hoje, na bagunça de meio, reteve mais a bola, criou mais, evoluiu um tantinho. Lucca seguiu voluntarioso, mas pensando demais em si mesmo. Romero, em sua limitação, parece mais jogador de grupo. E tem uma disposição admirável. André? Mais uma vez emparedado pelos volantes e zagueiros adversários.

9) Rodriguinho foi o ator da tradição recente, anotar o gol decisivo nos momentos derradeiros. O elogio, no entanto, cabe se moderado. Precisa ler melhor o jogo, resolver mais rapidamente a equação tempo/espaço e distribuir com mais qualidade a bola de meio. Precisa aprender a verticalizar o passe.

10) Agora, toda torcida organizada leva a sua faixa. Beleza! É a livre expressão e uma lição aos indignados seletivos. Esta da foto é da Estopim, na ponta oriental do Setor Norte.

11) Caiu uma chuva refrescante. Os pingos são lentos e sinuosos em Itaquera, no verão ou no inverno, e a gente pode segui-los no manto de luz criado pelos refletores. É bonito.

12) Ali no topo da Norte, vi uma família de bolivianos deslumbrados com a arena. Era a primeira vez que a visitavam: a mulher, o marido e dois meninos de olhos oblíquos e brilhantes. Fizeram fotos no fim, que (se ouvi bem) seriam enviadas aos parentes no país de origem. Ação positiva e afirmativa, hoje, é acolher dignamente estes irmãos imigrantes, sejam bolivianos, peruanos, haitianos ou nigerianos. Afinal, somos uma mistura lindíssima de diversidades, daqueles que encontram no Corinthians a oportunidade da vez e da voz. Honremos esta missão.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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