Na teoria é um time de futebol, mas todos nós sabemos que é muito mais do que isso. O Corinthians não é uma arroba, um site, uma marca. Não se trata apenas de um clube, religião também não é uma definição apropriada. Corinthians é Corinthians e só quem é sabe o que é. Uma mistura de tudo isso e muito, muito mais.

Apesar de tentarem definir o que é o Corinthians, a realidade é que há 104 anos – e será assim para sempre – é o Corinthians que nos define. Nos gritos de “Vai, Corinthians” que soltamos por aí, ou nos “Aqui é Corinthians” que batemos no peito está muito mais do que um voto de incentivo para os onze que vestem nossa camisa dentro de campo. É um jeito de ser.

E esse jeito de ser nos tornou o time do povo. Povo pobre, povo rico, povo classe média. Povo de rua, que grita, que exclama. Somos brancos, negros, somos alvinegros. Somos vanguarda, colocamos nosso país e nossas causas perante nosso escudo e fazemos com que o mundo nos ouça. Somos democracia, temos consciência alvinegra.

Somos do Bom Retiro, da zona leste, sul, norte, oeste. Somos da periferia e do palácio de mármore. Somos de São Paulo, do Paraná, do Mato Grosso, do Pará, Ceará. Somos do Brasil, do Japão, China, Israel e Palestina. Estamos em cada canto desse planeta.

Uma história pautada por conquistas, sofrimento, alegrias e muita tradição. Pela paciência de esperar 22 anos e 8 meses para soltar um grito engasgado ou por sofrer lentamente até conseguir, de forma invicta, a libertação. Em 104 anos, atravessamos o mundo no maior deslocamento de paz da história do planeta e fizemos outras tantas vezes o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e outras cidades Brasil afora nossa casa.

Durante noventa minutos (ou mais) sempre apoiamos incondicionalmente e cobramos, antes de qualquer coisa, raça e determinação. Ganhamos jogos, ajudamos a empatar e algumas vezes, é verdade, fazemos bobagens e ajudamos a perder. Não que sirva de desculpa, mas é um amor tão visceral que eventualmente se perde o limite.

Idolatramos e odiamos. Pedimos a saída de nosso técnico toda semana. De Brandão a Tite, de Nelsinho a Osvaldo, ou dos manos para o Mano, a verdade é que, para você que acha que é pouco, vivemos pelo Corinthians, de Corinthians, e para o Corinthians. São 30 milhões de vozes, pensamentos, certezas e opiniões.

Um passado de bandeira, um presente de lição. Um futuro de certeza, de que sempre estaremos juntos com o Coringão, esteja ele onde ele estiver.

Mais do que feliz aniversário, muito obrigado, Corinthians. Mais do que me definir, mais do que me fazer sentir tudo que eu sinto, você salvou minha vida.

Parabéns, Corinthians! Feliz cento e quatro!

#Timão104