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Quinta-feira, 05/03/2015 às 08:16 por Leonardo MirandaContra baixo volume de jogo, Tite volta ao 4-2-3-1 e usa uma ideia de Mano Menezes: Elias avançado

O Corinthians, no 4-1-4-1 de sempre, não jogou exatamente bem na Argentina. A equipe foi acuada pelo San Lorenzo, que errou 9 das 12 finalizações na meta de Cássio. A de Matos bateu na trave, em outra Cássio fez milagre. Os donos da casa jogaram num 4-2-3-1 com Blanco e Mussis cortando e laterais apoiando para dificultar a compactação corintiana.

O jogo foi extremamente disputado, de máxima concentração. É a famosa intensidade que sobrou nas duas equipes. O San Lorenzo teve um plano de jogo bem definido: explorar os flancos. Mussis e Blanco alternavam os lados, Matos saía da área e Romagnoli infiltrava na direita. A movimentação coordenada deles bagunçou os defensores do Timão e criava espaços, como você vê no frame.

Mesmo com equilíbrio na posse e nos passes trocados, sempre curtos e rápidos - assim o tempo com que se chega ao gol é menor - o Corinthians se viu sem alternativas. Tite inverteu Jadson e Mendoza lá pelos 30 minutos, para neutralizar a jogada que você viu aí em cima.

A contusão de Renato Augusto foi a chave para mudar. Tite retornou ao 4-2-3-1 que usava em 2011 e 2012, com Cristian e Ralf atrás de Elias, Jadson e Mendoza. O camisa 7 passou a atuar perto do gol, alinhando com Danilo sem a posse de bola, quando o Corinthians se formatava em 2 linhas de 4.

E o que aconteceu foi que o volume de jogo, escasso na etapa anterior, aumentou. A explicação é simples: com Cristian mais ativo na saída de bola, Elias tinha liberdade para conduzir e fintar, como é sua característica. Assim a transição ofensiva do Corinthians ficou mais rápida, dando espaços pra Jadson na esquerda.

Engraçado constatar que o gol nasceu do tão difamado e mal visto chutão. A ligação direta - ou bola longa - não é falta de criatividade ou 'coisa feia'. É só mais um recurso de jogo! O futebol atual requer uma mudança de conceitos, um novo pensar sobre o esporte.

Com Danilo na referência do 4-1-4-1, o Timão executa muito a bola longa de Cássio para o camisa 20. Ele recebe, faz a parede e quebra essa bola para algum meia que infiltra. Como Elias estava na linha de meias, ele inverteu com Danilo, recebeu essa ligação e já viu os 2 meias de lado (Jadson e Petros) ultrapassando a linha da bola pra receber.

Aí entra a característica do jogador, no lugar certo e na hora certa. Elias sempre foi um volante de infiltração - nas palavras de Tite, aquele que ataca o espaço. Lembra Paulinho, não? Ele conseguiu dominar o chute de Cássio, virou o corpo e atacou o espaço entre as linhas do San Lorenzo, causando uma bagunça generalizada na defesa deles...golaço!

Então o Elias tem que jogar avançado? Não necessariamente. Hoje foi uma circunstância de jogo e deu certo. Essa nova função não é novidade: Mano Menezes foi o primeiro a ver o potencial de penetração do camisa 7 e usou o jogador em várias funções mais ofensivas, tanto no Flamengo como ano passado no Timão. Méritos de Mano!

Se o desempenho do Corinthians não foi bom, o time foi efetivo para conquistar uma importante vitória. Dessa vez com Tite retornando ao 4-2-3-1 e um 'dedinho' de Mano Menezes. Ou melhor alguns 'dedinhos' do antigo treinador.