O mundo dá voltas e Guerrero segue em crise
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POR: Luciano Trindade
Especial para o DIÁRIO
Há pouco mais de um ano, Guerrero era o cara do título mundial, iniciava a temporada com nove gols em dez jogos e estava em estado de graça com a Fiel. Romarinho começava mal, era reserva e cornetado pela torcida. Um ano depois, é o peruano quem vive uma seca de gols, enquanto o brasileiro reconquistou a confiança, marcou quatro tentos nos últimos três jogos e se tornou o xodó de Mano Menezes.
No último sábado, no jogo contra o Rio Claro, ficou evidente o momento distinto dos dois atacantes. Após perder mais um gol incrível, o camisa 9 desabou no gramado e quase chorou pela chance desperdiçada. Já são oito partidas seguidas nas quais ele passa em branco. No ano, tem apenas um gol em dez partidas.
No mesmo duelo, Romarinho anotou dois gols, saiu de campo aplaudido pela Fiel e elogiado por Mano. O treinador, aliás, é um dos principais responsáveis pelo bom momento do atacante. Foi ele quem mudou o posicionamento do jogador e o deixou mais próximo da meta rival.
'Antes, eu voltava muito para marcar e não tinha pernas para retornar ao ataque, depois. O Mano está me liberando mais', disse o camisa 31.
A orientação do técnico, contudo, não foi a única que fez Romarinho mudar...
Dona Vera, mãe do atleta e moradora de Palestina, no interior do estado, está na capital para visitar o filho e deu alguns puxões de orelha no garoto.
'Ela está em São Paulo e me dá dura, é brava. Vem uma vez por mês e tenho de ficar quietinho', brincou o jogador.
Sem rumo/ Já Guerrero parece estar sem orientação. Dentro e, também, fora de campo.
Esperado nesta segunda na polícia para depor sobre a invasão ao CT corintiano (leia abaixo), o jogador teve o depoimento cancelado. Dentro das quatro linhas, até os companheiros perceberam que o peruano anda mal e precisa de ajuda.
Romarinho, por sinal, foi um dos primeiros a se prontificarem a ajudar o amigo. Contra o Rio Claro, ele foi abraçar o camisa 9 logo após marcar pela segunda vez no jogo. Já Mano Menezes ressaltou a vontade do jogador e creditou os recentes gols perdidos pelo atacante aos 'caprichos do futebol'.
'Vamos dar apoio para que ele melhore', prometeu o comandante. A Fiel também apoia e espera a volta por cima do artilheiro.
Depoimento de Guerrero é cancelado
Um dia após desmentir a versão do presidente do Corinthians, Mario Gobbi, de que havia sido esganado por um vândalo durante a invasão ao CT do clube, em 1 de fevereiro, Guerrero teve o depoimento à polícia cancelado, na tarde desta segunda.
O jogador era esperado no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na Polícia Civil, às 14h. Pela manhã, no entanto, a assessoria do Timão informou o tal cancelamento, mas não divulgou o motivo.
A ausência do peruano não foi bem vista pela polícia, que já havia reclamado da atuação do Corinthians em alguns pontos da investigação. Entre eles, o
fato de o próprio Guerrero ter adiado as declarações.
Visto como um dos principais personagens durante a invasão, o atacante afirmou, no último sábado, que não foi agredido.
'Nem tocaram em mim. Foi um mal-entendido', disse o camisa 9 após a vitória sobre o Rio Claro (3 a 2), no Pacaembu.
Em 2 de fevereiro, dia seguinte à invasão, Gobbi havia afirmado que o jogador fora esganado por um marginal e se sentia um 'lixo' pelo ocorrido.
Fonte: Diário de São Paulo