Superação e humildade: o zagueiro que fez Tite chorar
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Por Meu Timão
Com 24 anos, porte físico e força acima da média, o jovem Cléber vem sendo apelidado pela torcida de Muralha Negra. Em campo, a "muralha" não fica parada, corre, marca, dá o sangue e já fez até gol. Sua conduta, dentro e fora de campo foram decisivas para conquistar o carinho da Fiel, apesar do pouco tempo de Corinthians.
Com começo de carreira difícil, Cléber passou pelo Paulista, aos 19 anos - onde enfrentou desconfiança devido sua já mencionada força física, fruto de uma genética privilegiada. Para chegar ao Corinthians, esse não foi o único desafio do jogador.
Em 2011, ainda pelo time de Jundiaí, o jogador esteve perto de desistir do futebol. Já casado e com filho, recém operado do joelho, vivendo com dificuldades e sem chances na equipe titular o futebol não parecia mais o caminho para ele. Na época, recebeu uma proposta para atuar pelo Itumbiara, na segunda divisão do futebol goiano.
Trabalhador, Cléber agarrou o desafio e teve sucesso: se destacou pelo Itumbiara, e ganhou o respeito do técnico Roberval Davino, que quando contratado pela Catanduvense não hesitou em chamar seu zagueiro favorito. O time não fez boa campanha, mas a perfomance de Cléber não foi ignorada e ele recebeu sondagens de Grêmio e Internacional.
Era a chance da carreira, mas, a humildade do jogador falou mais alto: disse não para a dupla gaúcha e optou pela Ponte Preta. Acreditava na importância de um passo de cada vez, em conquistar seu espaço aos poucos, sem atropelo. Na Ponte, trabalhou com o atual técnico palmeirense, Gilson Kleina - e mais uma vez sua conduta abriu portas: o treinador indicou o jovem zagueiro ao Palmeiras logo após sua chegada.
Ele brilhava na Ponte, se destacou no time que era líder do Paulista e começou a ser visto com atenção por muitos clubes - mas ele queria um só. O sonho de jogar no Corinthians fez com que o jogador recusasse até uma proposta para o futebol suíço e a oportunidade de jogar a Champions League. Nem mesmo um maior benefício financeiro afastou Cléber de sua tentativa de vir para o Timão.
A vinda foi turbulenta, e quase não aconteceu pois o grupo que traria o jogador inicialmente estava vinculado à MSI - e o Corinthians disse que não faria negócio. Seu potencial não foi ignorado, porém, e por fim o Grupo DIS trouxe o zagueiro, contratado junto à Ponte por R$6 milhões, por 80% de seus direitos.
Assim, finalmente, na metade de 2013 Cléber estava onde queria. Chegava entretanto na equipe de Tite, cuja zaga bem formada carregava a força do elenco. Ele precisou esperar, mas escutou com a humildade de sempre os ensinamentos de Tite. E sofreu com sua saída.
Tite revelou que a despedida do jovem zagueiro foi uma das mais emocionantes que vivenciou - 'Ele foi um dos últimos atletas que chegou aqui, me chamou para conversar e disse: 'quero te agradecer, professor. Por todo o trabalho e o nível de evolução que atingi aqui. Meu pai me ensinou a ser grato'. Isso é impagável', contou o ex-treinador.
Em 2014, com a saída de Paulo André, parecia que iria vir sua chance - não veio. Quando Mano optou por dar a vaga a Felipe - Cléber não se entregou: 'O professor escolheu ele primeiro, né? A gente fica meio abatido, mas nunca desiste. Esse é o meu lema'. E a persistência mais uma vez foi recompensada: nos braços da torcida, Cléber chegou enfim ao time titular e parece ter conquistado sua vaga.