De volta ao Corinthians, Elias conta a jornal sobre depressão e como superou a doença
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Por Meu Timão
Quem vê o volante Elias durante os treinamentos do Corinthians repara que ele é sempre um dos mais sorridentes do elenco. Mas, nem sempre foi assim. O jogador revelou que teve um princípio de depressão em 2014 e que até cogitou abandonar a carreira.
"Poderia ter tido uma chance de disputar a Copa de 2014. Foi uma frustração. Fiquei preso em Portugal, seis meses sem jogar. Não aguentava mais ter que ir lá treinar e ficar olhando pela TV o pessoal jogando. Não queria nem ao menos sair de casa. Era obrigado a treinar, senão ia sofrer sanções legais. Sabia que era uma sacanagem. Quando houve as negativas de transferência, tanto para o Flamengo quanto para dois clubes da Europa, fui ficando triste e achava que não ia melhorar. Fui para lá e perdi tudo. Por mim, ia encerrar a carreira", contou o volante, em entrevista ao jornal O Globo, lembrando o período que ficou encostado no time B do Sporting, em Portugal.
De volta ao Corinthians, o volante superou essa fase difícil e voltou a apresentar o seu melhor futebol. Hoje é um dos jogadores mais importantes do elenco, está perto de ser campeão brasileiro e é nome certo na lista de Dunga para a Seleção Brasileira.
Elias diz que está muito feliz e que não esconde o que sofreu e como superou: "Falo da minha história para que sirva de exemplo. Futebol não é só maravilha. Se outros jogadores não têm acompanhamento profissional, que se apeguem às pessoas que gostam dele. Não quis acompanhamento psicológico. Minha família me deu todo o carinho possível para que eu não caísse em depressão novamente. Consegui superar e me reerguer novamente. Hoje, estou muito feliz", ressaltou.
O volante, aliás, foi assunto por uma cena diferente. Após a vitória contra o Coritiba, no último sábado, ele não se segurou e chorou ao lembrar de uma promessa do passado. Elias defende o direito de chorar dos jogadores de futebol e desabafa sobre a pressão vivida no meio.
"Todo mundo chora na vida. Jogadores que conseguem ser emotivos mostram que têm vontade de vencer e não admitem perder. Isso é bom. Todo mundo tem um pouco de medo de perder. Por isso, às vezes os jogadores se emocionam. Os latinos têm sangue quente. O sonho do europeu é ser latino, é ter emoção igual a gente. Sou latino e não escondo. Não é porque eu choro que vou ser mais ou menos homem. Jogador não é super-homem", desabafou.
Pela Seleção Brasileira, Elias entra em campo, nesta quinta-feira, contra a Argentina, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Essa é a terceira partida da equipe de Dunga nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.