Taxa de infecção em jogadores do futebol paulista se assemelha a de agentes da saúde, diz estudo
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Por Meu Timão
Em meio as decisões de paralisar o futebol paulista, a FPF tem exaltado seus protocolos para tentar manter a bola rolando no estado. Um levantamento, no entanto, joga bastante contra a entidade na luta para defender a segurança da continuidade dos jogos.
Publicado pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e assinado também por Moisés Cohen, presidente da Comissão Médica da FPF, o estudo demonstra que 11,7% dos jogadores testados já positivaram para o vírus.
"É uma taxa de ataque bem superior à observada em outros países. Na liga dinamarquesa de futebol, por exemplo, foram quatro resultados positivos entre 748 atletas testados (0,5%). Na Bundesliga, foram oito casos entre 1.702 jogadores (0,6%)", explica Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa.
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Mais do que a comparação com outras ligas, o que preocupa é que o índice se assemelha ao de estudos com agentes da linha de frente na luta contra o coronavírus. Ao todo, cabe destacar, foram analisados cerca de 30 mil testes, feitos em pouco mais de 4.200 atletas.
Para manter o Paulistão, no entanto, a FPF desenvolveu um novo protocolo, que prevê a mecânica de bolha, utilizada com êxito na NBA, principal liga de basquete do mundo. Em nota, a entidade também afirmou que a taxa de positividade no esporte é de 2,2%.
"Mas aqui no Brasil uma boa parcela não segue essas regras e não sofre qualquer tipo de punição. Além disso, viaja-se muito para disputar as partidas. Os times menores vão de ônibus, comem em restaurantes e ficam provavelmente mais expostos do que os jogadores de elite. Nossa desigualdade social permeia também o futebol", finalizou Bruno, explicando a taxa bem acima do panorama esportivo geral.