Ex-técnicos do Corinthians trocam farpas sobre período no Timão em entrevistas; veja
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Por Meu Timão
Tiago Nunes foi outro que não resistiu a uma derrota em clássico
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Tiago Nunes assumiu o Corinthians para a temporada de 2020 e comandou o time por apenas 27 jogos, mas seu trabalho não deixou saudades para a torcida corinthiana. Dyego Coelho, que foi colocado como interino após a saída do treinador, falou sobre o período em que seu antecessor comandou o clube e disse que a convivência, dentro e fora de campo, era precária.
"Era uma bagunça generalizada dentro de campo. E começou fora com situações que, eu vivendo no futebol há muito tempo, são coisas que eu não admito dentro da minha casa e muito menos no meu local de trabalho", contou Coelho ao programa Resenha ESPN.
Segundo Coelho, a falta de respeito permeava o CT Joaquim Grava e extrapolava os limites dos vestiários, chegando a afetar inclusive funcionários do clube. O ex-interino do Timão descreveu a atuação de Tiago Nunes no Corinthians como "grotesca".
"O que o Tiago Nunes fez com o Corinthians foi uma das coisas mais grotescas que já vi na minha vida depois que você pega um time. Em todos os sentidos, com os funcionários do clube, com os jogadores do clube, com uma falta de respeito fora do comum", afirmou.
Dyego Coelho relembrou a chegada de Nunes ao Corinthians e afirmou que, numa tentativa de se afirmar diante de seus comandados, quis impor uma reformulação em busca de respeito. Ele defende que a situação encontrada no clube após sua partida era pior que a de 2007, ano em que o Timão caiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
"Uma situação de querer mandar todo mundo embora para se achar o rei de tudo e o Corinthians, na minha opinião, começa a desandar ali. Ali foi uma questão muito difícil de lidar, com uma casa onde fui criado, desde os oito anos de idade. E encontro pior do que nós encontramos em 2007, muito pior. Quando o boleiro fala, quando vai para a resenha, quando tá 'tututu ali', 'tututu aqui', e você pergunta para as pessoas se está tudo bem, elas falam: 'não, esse cara não dá'", concluiu Dyego Coelho ao Resenha ESPN.
Tiago Nunes assumiu o Corinthians em 2020 após a saída do técnico Fábio Carille. O treinador foi contratado depois de uma passagem vitoriosa pelo Athlético-PR, onde conquistou a Conmebol Sul-Americana em 2018 e a Copa do Brasil, já em 2019. No Corinthians, porém, não conseguiu repetir o mesmo sucesso, e terminou sua passagem com nove vitórias, dez empates e oito derrotas, com aproveitamento de apenas 46%.
Resposta de Tiago Nunes
Em contato com a ESPN, Tiago Nunes rebateu as críticas feitas por Coelho. Além disso, chegou a dizer que as falas do ex-treinador são frutos de um "desequilíbrio. Tiago também creditou seu insucesso = ao período da pandemia, que complicou sua trajetória no Timão.
"Caráter e valores não são negociáveis. Algumas falas e críticas dizem mais de quem as realiza do que de quem pretende atingir. Esse comportamento é fruto de um desequilíbrio evidente. Sob meu comando, em 2020, foi a última vez que o Corinthians conseguiu chegar à final do Campeonato Paulista, sendo derrotado nos pênaltis, para o Palmeiras, futuro bicampeão da Libertadores, entre outros títulos. Um ano difícil para toda a humanidade, com início de uma pandemia inédita. E principalmente para um clube como o Corinthians, que tinha as arquibancadas vazias e não contava com o apoio direto de sua fiel torcida, historicamente fundamental para o clube. Senhor Dyego Coelho, querer justificar a própria incompetência ou o ostracismo profissional, às custas de outros profissionais, é o sinal evidente de falta de ética, coleguismo e respeito com toda a classe dos treinadores brasileiros", iniciou Tiago Nunes.
"No período que dirigi o Corinthians, a relação com atletas, dirigentes, estafe e funcionários sempre foi profissional e tratada em alto nível. Relações que se mantém até hoje, inclusive. Mas, por algum motivo, pessoas aparecem depois de tanto tempo dizendo inverdades e atingindo a integridade de profissionais sérios. Segui meu caminho, trabalhando em clubes no Brasil e no exterior, sempre com ótimas relações e respeito de todos. Afirmar que faltei com respeito com funcionários do clube, principalmente em um momento de pandemia que estávamos ultrapassando, é algo que jamais vou admitir, considerando o meu caráter e os meus princípios. Tal afirmação é grave, mentirosa e repudio totalmente a colocação do senhor Dyego Coelho", completou.
