Meu Timão

Eu nunca vi um Corinthians tão abandonado, dentro e fora de campo, como agora.

Nem no ano da queda.

É algo tão caótico que é difícil de descrever.

Dentro de campo é uma bagunça absoluta. Um bando, um catado. Jogadores andando, preguiçosos, acomodados, indolentes, sem vontade, sem disposição, sem vida, sem alma. Parecem crianças contra adultos. Erram passes de meio metro, não brigam pela bola, levam dribles primários, perdem todas as disputas corpo a corpo, são facilmente envolvidos em trocas de passes. Um pavor técnico. Coletivamente, é assombroso. Zero recomposição, sincronia, compactação, timing de bote, aproximação das linhas e dos jogadores, ideias e repertório ofensivo. É um remendo. Taticamente terrível. Não demonstram a mínima hombridade, dignidade, caráter.

Não vi tamanha zona e terra arrasada nem em 2007, nem com Cristóvão Borges ou Jair Ventura.

Fora de campo, o cenário é igualmente aterrorizante. Dívidas altas e que seguem crescendo, processos diários de ex-jogadores, funcionários e até empresa de limpeza, uma base que virou balcão de negócios gerido por um sanguessuga cheio de tramóias para enriquecer seu bolso enquanto lesa o clube, um presidente do Conselho de Ética fichado na polícia, conselheiros cometendo racismo, machismo, ameaça contra mulheres e defendendo atos antidemocráticos, recebendo privilégios, regalias e um dando um prejuízo enorme, cargos dados por amizade e coleguismo e não competência, parasitas espalhados por todo o PSJ, deteriorando cada setor do clube para lucrar em benefício próprio, crise institucional, cizânia entre os departamentos, racha na torcida. Completamente tudo contaminado, apodrecido e deteriorado, com rastros claros de ilegalidade e ilicitudes em todos canto. Uma várzea.

Direção, elenco, comissões técnicas dos 'parças', falta de seriedade e profissionalismo, um caminhão de decisões amadoras e irresponsáveis, humilhando, brincando e desrespeitando o SCCP de forma moleque, criminosa.

O Corinthians pede urgentemente socorro.

Uma tragédia mais do que anunciada está se aproximando: o rebaixamento.

E essa hecatombe pode ter consequências graves e irreversíveis.

A instituição afunda em um buraco sem fundo. Está entregue nas mãos de uma máfia que usurpa o clube para lucros pessoais enquanto o SCCP despedaça, desmorona, se encontra às traças, onde a reconstrução futura corre sérios riscos de não acontecer tão cedo.

Não existe luz no fim do túnel, um mínimo fio de esperança. Absolutamente nada.

Somente um milagre de São Jorge para nós salvar de um desastres sem precedentes.