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Campeonato Paulista de 1977

Titulos conquistados pelo Corinthians - Campeonato Paulista de 1977
Elenco campeão de 1977

O Campeonato Paulista de 1977 representou uma das conquistas mais importantes da história do Corinthians. O título em questão marcou o fim do jejum de quase 23 anos sem taças expressivas. Naquela temporada, o Timão vinha do amargo vice-campeonato do Brasileirão de 1976, o ano em que viu a incrível Invasão Corinthiana no Maracanã.

O jogo final, contra a Ponte Preta, representou uma glória que não mais poderia mais ser adiada. Um grito estava entalado na garganta de milhões de corinthianos, sofredores, apaixonados, que precisavam ver em campo o sonhado triunfo.

Caminho até a final

Assim foi feito. Após um primeiro turno ruim, o Corinthians foi para o tudo ou nada na segunda etapa da competição. Com isso, foi classificado para disputar o título do turno, que ganhou após passar pelos rivais São Paulo e Palmeiras.

Na última fase da competição, oito clubes disputavam a vaga nas finais. O Timão chegou e enfrentou a Ponte Preta. Três confrontos eram o que separavam o Corinthians do fim do jejum. Destes, a equipe alvinegra ganhou dois e perdeu um.

Elenco do Corinthians em 1977

A glória em três batalhas

A primeira disputa fez com que a torcida pudesse começar a sentir o alívio e a alegria que viriam com o titulo. O Timão conquistou a vitória por 1 a 0 com gol de Palhinha. No segundo duelo, os corinthianos foram em peso para comemorar aquele que seria o fim do jejum. O público bateu um recorde, que jamais fora superado, de 146.082 pessoas no Morumbi.

Para a decepção da Fiel, o dia 9 de outubro de 1977 não seria a grande data. O Corinthians perdeu Palhinha, contundido, e também a partida de virada. Vaguinho abriu o placar no primeiro tempo. Até o intervalo, o Timão estava com a mão na taça. Na volta do vestiário, porém, Dicá e Rui Rei balançaram as redes e levaram a decisão para o terceiro confronto.

Enfim, 13 de outubro, dia do último jogo. Duelo nervoso, tensão no estádio, e quase 90 mil pagantes com os corações a mil. Todos aguardavam o desfecho, que mudaria para sempre a história do Corinthians. Nos pés de Basílio, o primeiro Pé de Anjo da Fiel, a história foi feita. Explodiu o grito dos corinthianos, assim como o de Osmar Santos, quando narrava o tento:

“E que gol. Coringão na frente. Olha o espetáculo, olha a emoção e a motivação. Olha a festa no Brasil. Você enche de lágrimas os olhos desse povo. Você enche de felicidade o coração desta gente. Corinthians, o grito sufocado de um povo. O grito do fundo do coração de um torcedor. Depois de vinte anos, a Fiel está explodindo. 22, 23, duas dezenas de anos na cabeça desse povo, tumultuando meu povo. O Corinthians, que, na explosão, exibe o maior espetáculo do território brasileiro. Corinthians, você acima de tudo é a alma deste povo. Você liga a imagem do sorriso e a felicidade das raízes do povo, Corinthians. Hoje a cidade é do povo. Tem que ter festa alvinegra. Tem que cobrir as ruas da cidade de paixão e loucura. Com felicidade que desabrocha e contagia o povo pelas avenidas. Hoje é o verdadeiro dia do povo. Dia de cantar a alegria e ser feliz. Dia de sair gritando com a crista alta, muito alta. Hoje mais do que nunca a cidade é do povo. Festa do povo. Basílio pro pedaço, Basílio, 37 minutos do segundo tempo. Doce mistério da vida este Corinthians. Inexplicável Corinthians. Vai buscar alegria no fundo da alma do povo”, vibrou o narrador durante a transmissão.

Basílio fez um dos gols mais importantes da história do Corinthians

O grito sufocado de um povo

Minutos depois, veio o apito final e a alma lavada. A torcida invadiu o campo e fincou no gramado suas bandeiras. De joelhos, muitos agradeceram, choraram e, depois, pagaram todas as promessas feitas. Um êxtase indescritível durou por mais de uma hora no meio do campo, todos iguais, uma nação de torcedores, dirigentes, jogadores, todos fiéis, todos incrédulos, todos aliviados, mas acima de tudo, todos muito felizes.

A comemoração se estendeu às ruas da cidade. Os corinthianos invadiram bares e restaurantes, espalharam-se pelo Parque São Jorge e por vários bairros. Lá pelas tantas, Vicente Matheus estava na rua, rouco, extasiado, com um sapato preto e outro branco, vivenciado a felicidade intangível que o invadia. Na correria da comemoração, ele perdeu os sapatos no gramado. Hoje, um dos pés está exposto no Memorial da Neo Química Arena.

Anos depois, Basílio contou como foi o gol, e explicou o sentimento daquele dia:

“O lance saiu de uma bola parada e eu, depois do bate-rebate, fiz o gol de direita e corri para a galera. Após o jogo, queríamos dar a volta olímpica, mas foi impossível. Pouco importa. O que valeu mesmo foi a festa e o fim do jejum”, lembrou o ídolo.

Torcida do Corinthians comemorando o tão sonhado fim do jejum de quase 23 anos

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