Responda rápido: quem fatura mais dinheiro, o Corinthians ou um grande lutador de boxe? A resposta é: depende do lutador. Se falarmos de Floyd Mayweeather ou Manny Pacquiao, o Corinthians toma um coro.

Na luta épica em que Mayweather derrotou Pacquiao, o vencedor levou pra casa 220 milhões de dólares. O perdedor levou 120 milhões de dólares. O Corinthians, no mesmo ano, faturou algo em torno de 60 milhões de dólares. A premiação de uma noite de luta foi quase seis vezes maior que as receitas do Corinthians no ano todo.

Se compararmos a receita dos lutadores durante doze meses, a diferença é muito maior.

O que explica tanto dinheiro? Pay per view, patrocínios e, principalmente, a bolsa de apostas. Um dinheiro que não é explorado no Brasil (exceto pela Caixa, que fica com aproximadamente 68% do dinheiro da loteria federal), mas em outros países é uma fonte de renda considerável.

Quem não se lembra da camisa do Real Madrid com o patrocínio master da bwin? Eles pagavam aos merengues 20 milhões de dólares por ano (isso em 2009).

O Manchester United também tem um belo case de sucesso. Em 2009 teve 25% das receitas do clube oriundos de um site de apostas do clube. Até hoje, no site oficial deles, existe uma parceria do clube com uma casa de apostas.

Recentemente o Corinthians tentou quebrar o paradigma com a Winner. A intenção era colocar a Winner.com na camisa, site de apostas e carro chefe da empresa dona do winner play. O departamento jurídico avisou que, de acordo com as leis brasileiras, não era seguro e o clube decidiu trabalhar só com a winner play, um site de palpites sem dinheiro envolvido, mas que funciona como portal de entrada para divulgar o Winner.com. Obviamente o patrocinador está disposto a gastar muito menos nessa estratégia (divulgar um site de palpites pensando em conquistar futuros apostadores).

No Brasil, o mercado de apostas esportivas é visto por boa parte da população como se fosse o demônio na terra, algo ilegal e obscuro. Mas qual é a diferença entre um site de apostas e a LOTECA? Loteca é o apelido carinhoso para a loteria esportiva, legalizada no Brasil e disponível em qualquer agência das loterias da Caixa.

No caso da mega sena é ainda pior. O "concurso" da Caixa Econômica Federal, por não ter concorrência, faz filas quando está acumulado e remunera mal o apostador. A premiação bruta em média representa 46% do que é arrecadado. O prêmio líquido é ainda menor, cerca de 32%.

É necessário regulamentar, criar concorrências, cobrar impostos e lucrar com isso.

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