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O aproveitamento terrível que chama a atenção no Corinthians de Vitor Pereira
Jorge Freitas

Colunista esportivo do portal 'No Ângulo', este internacionalista é mais um louco do bando e busca analisar o Timão com comprometimento com a realidade e as necessidades do maior clube do planeta.

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O aproveitamento terrível que chama a atenção no Corinthians de Vitor Pereira

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Opinião de Jorge Freitas

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O aproveitamento terrível que chama a atenção no Corinthians de Vitor Pereira

Vítor Pereira fazendo anotações; Corinthians parece precisar de 45 minutos para entender o adversário

Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

O Corinthians chega ao principal momento da temporada cercado de dúvidas. A dez dias de decidir seu futuro na temporada, podendo decretar o fim oficial na busca por títulos em todas as três competições que ainda disputa, o Timão de Vitor Pereira vem apresentando falhas importantes para um time que chegou a sonhar brigar nas três frentes até o final da temporada 2022.

Entretanto, dentre tantos erros que temos visto atualmente, um em especial tem chamado a atenção. É comum a sensação de vermos o time melhorar no segundo tempo das partidas, especialmente as do Brasileirão. A impressão que temos é que Vitor Pereira não estuda a forma de jogar do adversário antes das partidas começarem, além de não entender muito bem as características de seus jogadores, e, por isso, precisa desperdiçar 45 minutos para entendê-las.

45 minutos que acabam ficando muito caros a depender do resultado da etapa inicial.

Os dados demonstram isso. O Corinthians só terminou vencendo oito dos 21 primeiros tempos do Campeonato Brasileiro, sendo a grande maioria deles (cinco) dentro de casa, onde a Fiel empurra e faz o jogo ficar mais fácil. Fora da Neo Química Arena, o Timão venceu apenas três primeiros tempos e saiu ao intervalo derrotado em nada mais nada menos que em sete oportunidades.

No entanto, mesmo dentro do nosso estádio, foi possível vermos 45 minutos iniciais de irritar, como contra o então lanterna Fortaleza, cujo prejuízo não foi maior que o empate por conta de Cássio e dá péssima pontaria do ataque adversário; contra o São Paulo, que historicamente sofre para jogar em nossa casa; contra o Santos, time que havia levado quatro pela Copa do Brasil, mas passou ileso pelo Brasileirão.

Aliás, alguns jogos são bastante emblemáticos como aquela péssima atuação do primeiro tempo contra o Cuiabá, quando o técnico fez quatro alterações no intervalo para tentar corrigir a péssima postura da equipe. Não deu certo e o Timão deixou escapar três pontos que já fazem falta na tabela de classificação.

Sábado, contra o Avaí, algo parecido aconteceu e vimos uma equipe gigante sofrer durante o primeiro tempo contra William Pottker, Bruno Cortez e companhia. A diferença para o jogo no Mato Grosso é que foi possível buscar ao menos o empate, o que também é muito pouco para um time que parece querer brigar pelo seu oitavo Brasileirão sem fax.

Em todo mês de julho, por exemplo, o Corinthians disputou nove partidas e só saiu vitorioso nos 45 minutos iniciais em duas oportunidades (Coritiba e Botafogo em casa), tendo empatado três e perdido quatro.

Já pela Libertadores, dos nove jogos disputados, o Timão venceu apenas UM primeiro tempo, contra o Boca Juniors em casa, ainda na fase de grupos. Contra o lanterna do grupo, Always Ready, foram uma derrota e um empate, contra os colombianos de Cali foram dois empates e contra o Boca, além da vitória já mencionada, outros três empates.

Isso sem falar no jogo contra o Flamengo, ainda bem vivo na nossa memória.

Pela Copa do Brasil, por sua vez, foram cinco jogos, com duas vitórias na primeira etapa, além de dois empates e uma derrota, o que resulta num aproveitamento total (somadas três competições) de apenas 31% de vitórias na etapa inicial.

É notável como, na grande maioria dos jogos, o Timão tem entrado mal, mas depois com as mudanças parece melhorar seu futebol e oferecer mais perigo ao adversário. Quando a câmera mostra o treinador português agachado nos minutos finais do primeiro tempo fazendo anotações em seu caderno, a impressão que fica é que somente durante aquele momento o treinador foi capaz de entender como a equipe adversária joga, tendo entrado totalmente no escuro antes da partida iniciar.

Isso explica também a dificuldade que o time tem em virar jogos, feito raro que, sob o comando português, aconteceu somente contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, pela 19ª rodada do Brasileirão, em mais um partida em que perdemos a etapa inicial. Em tantos outros casos, como o já citado contra Cuiabá ou mais recentemente contra Atlético-GO e Flamengo sempre fica tarde para buscar um resultado melhor.

Se a partida tem 90 minutos, Vitor Pereira passa a impressão de que consegue jogar apenas metade. Parece que precisamos perder 45 minutos para entender ou como o adversário joga ou como podemos jogar, já que tem sido constante as trocas do treinador para corrigir seu próprio erro na escalação inicial, como na saída de Adson, contra o Flamengo, e na declaração de que Róger Guedes e Yuri Alberto não podem jogar juntos, fato só percebido pelo treinador enquanto a bola rolava em Goiânia.

Com o calendário apertado, que deixa pouco tempo para treinar e evoluir a equipe, ter um staff de profissionais capacitados em entender e prever os movimentos dos adversários pode fazer toda a diferença no resultado final das partidas.

Enfim, não dá para ser tão apático durante a grande maioria da primeira metade de seus jogos, ainda mais num futebol cada vez mais moderno e exigente em questões de centros de inteligência pré-jogo (quando se busca entender previamente a forma de jogar dos adversários e as principais características de seus jogadores)

É erro terrível e bastante recorrente que precisa ser corrigido pelo treinador português.

Veja mais em: Vítor Pereira.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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