Situação de Carille: o mais importante de Goiás x Corinthians não será o resultado
Opinião de Lucas Faraldo
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A diretoria do Corinthians ter discursado pela permanência de Fábio Carille após a derrota contra o São Paulo não garante que o treinador fique muito mais tempo. Nunca avisam publicamente que a batata está assando mesmo que ela esteja. Quando avisam, é porque já assou (e queimou!), como recentemente aconteceu com Odair Hellmann no Internacional.
O jogo entre Corinthians e Goiás, na próxima quarta-feira, no Serra Dourada, certamente ganhou cara de decisão no clube alvinegro. Menos pelo resultado e mais pela postura dos jogadores que entrarem em campo seja como titulares seja no decorrer da partida.
Sempre se blindando com o case de sucesso de manutenção de Tite pós-eliminação para o Tolima na fase eliminatória da Libertadores, a alta cúpula do Corinthians de fato não curte a ideia de demitir treinadores influenciada por resultados (ainda que dos mais decepcionantes).
E é por isso que, na prática, pouco importa o resultado em si do jogo entre Corinthians e Goiás nesta quarta-feira. Eventual derrota pode ser acaso de uma (surpreendente?) boa atuação alvinegra castigada injustamente pelos "deuses do futebol". Ou pode ser apenas o sintoma de um mal que, aí sim, acabaria cortado pela raiz: falta de comprometimento.
As recentes declarações de Carille não pegaram bem internamente. Por muitas vezes, o treinador dá a entender que o elenco é limitado e, por isso, o trabalho em 2019 não evoluiu. É um posicionamento que mexe com a imagem da diretoria e principalmente dos jogadores - parte deles não parece confiante nos últimos tempos, como dito pelo próprio técnico.
Na última segunda-feira, durante apresentação de seu programa na TV Bandeirantes, Neto chegou a disparar contra jogadores do Corinthians os acusando (talvez num tom opinativo e não informativo) de tentarem derrubar Fábio Carille do cargo de treinador.
Se não houver em campo já nesta quarta sinal de que o elenco está fechado com Carille, o recado que fica é de que será assim até o fim do ano. E, como admitido pelo próprio técnico domingo, se não houver melhora, há risco de não se classificar para a Libertadores de 2020. Isso a diretoria não admitiria. Seria considerado caos bem maior que os recentes resultados rasos e até "mentirosos" que ao menos mantinham o Timão seguro no pelotão de frente.
A fim de evitar esse caos, a saída mais palpável seria trocar de treinador, numa tentativa aos trancos e barrancos (a exemplo de como o time joga na temporada) de encontrar alguém em quem os jogadores se abraçassem para então garantir ao menos um G6 do Brasileirão.
Jogar bola mesmo, com mescla de qualidades técnica e tática, o Corinthians de 2019 não jogou até agora e não jogará até 2020, com Carille ou sem Carille. A questão é identificar se ainda há salvação para que essa equipe ao menos mostre-se comprometida com o que até dias atrás era tratado como uma certeza pelos próprios jogadores: a vaga na Libertadores.
Potencial para estar em quarto lugar do Campeonato Brasileiro e se classificar sem gigantescas dificuldades à Libertadores o Corinthians de 2019 tem. Os mandachuvas do clube sabem. E farão de tudo para não deixar essa classificação escapar.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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