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Retorno de Pato seria desastroso para as finanças do Timão
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Retorno de Pato será desastroso para as finanças do Timão

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Retorno de Pato será desastroso para as finanças do Timão

Prejuízo será de quase R$35 milhões caso atleta retorne ao clube

Foto: Daniel Augusto Jr./ Agência Corinthians

Com a boa fase do time do Corinthians no Campeonato Brasileiro e o reequilíbrio das finanças do clube na gestão do presidente Roberto de Andrade, apenas um assunto tira os diretores do sério nesta altura da temporada: Alexandre Pato pode voltar no ano que vem.

O empréstimo do atacante junto ao São Paulo termina no final deste ano e o jogador tem contrato com o Corinthians até dezembro de 2016. Até agora, nenhum clube europeu mostrou interesse real no futebol do atleta. Dirigentes e empresários ofereceram o atacante a uma dezena de equipes, mas o alto salário e a multa contratual esfriaram qualquer possibilidade de negociação.

Hoje Pato recebe 400 mil reais do clube do Morumbi, mais 400 mil reais do Corinthians, em um total de 800 mil reais em salário. A multa rescisória até o final deste ano é de 10 milhões de euros, cerca de 39 milhões de reais. Lembrando que o Timão pagou 40 milhões de reais ao Milan pelos direitos do jogador no início de 2013, mas na ocasião cedeu 40% do valor ao próprio Pato. O clube ficaria então com cerca de 24 milhões de reais se o vendesse hoje.

O São Paulo quer contar com Pato no ano que vem e pode fazer uma oferta ao Corinthians. Mas o tricolor estuda oferecer um salário de 400 mil reais, ou seja, o clube do Morumbi continuaria gastando o mesmo e Pato ganharia metade do que hoje recebe. O problema é que fontes ligadas ao atleta garantem que Pato não aceitará reduzir seu salário. O jogador não abre mão do que assinou.

Juridicamente, a partir do dia 1 de janeiro de 2016, caso não consiga negociar o jogador, o Corinthians terá que arcar com 100% dos vencimentos do atacante. Pato volta a ser atleta do Corinthians por 12 meses. São 800 mil vezes 12, mais encargos, o que totaliza quase 10 milhões de reais em salários. Soma-se a isso o dinheiro investido, que evapora, pois no final de 2016 se encerra o contrato e Pato fica livre para negociar seu futuro sem dar um centavo sequer ao clube do Parque São Jorge.

Desde que Roberto de Andrade assumiu a presidência, no início de fevereiro deste ano, a meta da diretoria corinthiana tem sido cortar despesas, não fazer loucuras (vide a não renovação de Guerrero e Emerson), e principalmente ajustar a folha salarial para equilibrar o balanço financeiro do clube.

E não é à toa. Desde o acordo de patrocínio com um banco público, como a Caixa, até a possível venda dos Naming Rights do estádio para uma empresa como a Emirates, tudo que o Corinthians fará num futuro próximo depende das contas estarem no azul. O presidente sabe disso e está cortando o que pode para conseguir. Está tendo sucesso até agora.

E até por isso o assunto tira todos dentro do clube do sério. “Seria um desastre do ponto de vista financeiro”, disse uma pessoa que trabalha nas tentativas de negociação do atleta.

Um jogador, uma peça, um erro do passado. E todo um trabalho para o futuro pode estar comprometido.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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