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Ex-candidato à presidência fala em possibilidade de rebaixamento do Corinthians
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Ex-candidato à presidência fala em possibilidade de rebaixamento do Corinthians

Coluna do Marco Bello

Entrevista de Marco Bello

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Ex-candidato à presidência fala em possibilidade de rebaixamento do Corinthians

Presidente Andrés Sanchez enfrenta críticas da oposição faltando poucos meses para o fim do seu madato

Foto: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians

Enquanto o futebol está paralisado por conta do coronavírus e os jogadores começam as férias antecipadas de 20 dias, os bastidores do Parque São Jorge continuam agitados e as reuniões online são frequentes.

Candidato à presidência do Corinthians nas eleições passadas e membro do Movimento Corinthians Grande, o advogado Felipe Ezabella conversou com a reportagem do Meu Timão e previu o melhor e o pior cenário para o clube se as dívidas da gestão Andrés Sanchez não forem controladas. Veja abaixo!

Chegar ao nível do que aconteceu com o Cruzeiro pode ser o pior cenário?

“Eu não gosto muito de comparar com o Cruzeiro. São histórias, torcidas e problemas diferentes. O que tem em comum e que a gente pode fazer essa comparação são as má gestões, a falta de transparência e de informações".

O que pode então acontecer com o clube?

“Um clube que fatura metade do que ele deve, ou seja, a dívida é duas vezes maior que o faturamento, logicamente que vai chegar o momento em que ele vai ficar sufocado financeiramente. E obviamente que isso reflete no nível técnico, que pode levar a um rebaixamento, como aconteceu com o Cruzeiro".

Ezabella completa:

“Nós tivemos uma história muito próxima a isso, foi na saída do Dualib (Alberto, ex-presidente). Obviamente que são situações diferentes, isso foi há treze anos, mas o Corinthians não foi rebaixado só em 2007. Não foi em dezembro de 2007 que o Corinthians começou a ser rebaixado, foi lá atrás, com dívidas, com corrupção, com uma série de coisas'.

Então você considera o perigo do rebaixamento algo concreto se nada for mudado?

“Lógico, você tem uma dívida de 700, fatura 300 e não para de gastar. Gastar sem qualquer limite. Então já tá sufocado, com dívidas fiscais altíssimas, com problema do estádio, de débitos com os próprios atletas, débito com uma série de fornecedores, precisando negociar jogadores. É o famoso vender o almoço pra comprar o jantar. Ou seja, vai ficando sufocado financeiramente e a qualidade técnica vai caindo. Aí chega uma hora que pode não ser suficiente pra disputar títulos nem pra jogar em alto nível".

E qual seria a solução então? Baixar os salários de quem ganha mais, contratar jogadores mais baratos?

“Não necessariamente. Acho que passa por uma melhor gestão do clube como um todo. Você precisa aumentar a receita, o grande segredo é o aumento da receita. Lógico que controlando as despesas, mas não passa por contratação de jogadores mais baratos, diminuição de salário".

E o que teria que mudar então em relação ao futebol?

“O que acontece é que, por exemplo, teve um levantamento do jornalista Fernando Galvão, ele falou que nos últimos dois anos o clube contratou só para a equipe principal 64 jogadores. Não tem como um elenco render em dois anos com 64 jogadores. Seria muito melhor do ponto de vista técnico que, ano a ano, você trocasse três, quatro, cinco jogadores. Só as peças principais ou o que estiver faltando no elenco. Pode colocar ai duas, três promessas, apostas. Então que você tem aí dez, onze jogadores e não 64 em 2 anos. Veja a diferença. Isso impacta de forma gigantesca na nossa folha. Até porque depois que esses jogadores são contratados, alguns não conseguem jogar e o que o clube faz? Tem que emprestar pagando salário.”

O Corinthians pode se tornar um clube viável financeiramente, sem dívidas?

“É o que eu sempre falo: ninguém quer ser campeão de balanço financeiro. Não precisa ter o melhor balanço, o mais bonito, ser o clube mais rico. A grande questão é ter receita para montar uma equipe competitiva. Pega o Manchester United, Real Madrid, Barcelona, esses clubes tem dívidas gigantescas, milionárias! Você vê os valores absurdos das dívidas desses clubes, então sabe que o problema aqui é você ter uma receita muito abaixo dessa dívida e não conseguir arcar com isso mensalmente.”

Veja mais em: Eleições no Corinthians e Diretoria do Corinthians.

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Coluna do Marco Bello

Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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