Piccinato dá aula de estratégia na estreia do Corinthians na Supercopa

Opinião de Maria Beatriz de Teves
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Piccinato dá aula de estratégia na estreia do Corinthians na Supercopa
Foto: Staff Images / CBF
Lucas Piccinato foi muito inteligente na estreia do Corinthians na Supercopa. O treinador montou uma escalação diferente, optando por três zagueiras - Mariza, Thaís Regina e Teles. Ainda no primeiro tempo, com o jogo em 0 a 0, aproveitou uma expulsão do Grêmio para realizar nada menos que três substituições. Thaís Ferreira entrou no lugar de Teles, que já tinha cartão amarelo, enquanto Duda Sampaio e Vic Albuquerque reforçaram o meio de campo. E o impacto foi imediato.
Duda Sampaio começou no banco por estar retornando de uma lesão sofrida na pré-temporada, mas, quando entrou, teve um papel decisivo na vitória — assim como Vic Albuquerque.
Na primeira jogada após as mudanças, Duda fez um lançamento espetacular para Tamires, que tocou para Vic abrir o placar. Poucos minutos depois, Duda voltou a se destacar ao recuperar a bola no meio e lançar na área para Tamires, que deu assistência para Andressa Alves marcar o segundo gol.
No segundo tempo, o Corinthians marcou o terceiro gol, novamente com participação das substituições. Duda iniciou a jogada, Zanotti passou para Vic, que cruzou na área para Andressa cabecear para o fundo das redes.
“A partir do momento que a gente ficou com uma a mais, sabíamos que o bloco do Grêmio ia abaixar e precisávamos de gente de qualidade dentro da área, como a Vic. Precisávamos também de qualidade no passe e na circulação com a Duda, e a troca da Teles foi porque ela já tinha um amarelo. A ideia foi priorizar mais gente na área, um bom passe e uma zagueira que pudesse matar a jogada se fosse preciso”, explicou Piccinato na coletiva pós-jogo, conforme declarou à Rádio Gaúcha.
No ano passado, Piccinato encarou um cenário de desconfiança por parte da torcida. E não era para menos. Quem gostaria de ser o sucessor de um técnico que fez história? Depois de oito anos gloriosos sob a liderança de Arthur Elias, assumir o comando do Corinthians era uma missão desafiadora. O contexto se tornava ainda mais complicado diante da reformulação profunda pela qual o time passava. Mas Piccinato não hesitou. Aceitou o desafio – e isso, por si só, já diz muito.
Se no início havia dúvidas, ao longo da temporada ele provou que tinha capacidade para ocupar o cargo. Em 2024, o Corinthians enfrentou mudanças estruturais. Cris Gambaré, diretora responsável por elevar o futebol feminino do clube, deixou o cargo, e Iris Sesso assumiu, trazendo uma nova visão. A comissão técnica foi totalmente renovada, e o elenco sofreu perdas importantes, como as saídas de Diany, Luana Bertolucci e Tarciane. Mesmo assim, Piccinato mostrou serviço.
E não foi qualquer serviço. No primeiro ano à frente da equipe, ele conduziu o time a todas as finais possíveis. Foram quatro decisões disputadas, com três títulos conquistados e uma derrota apenas nos pênaltis. Qualquer técnico seria aclamado por um desempenho assim – mas, no caso de Piccinato, parece que ainda pairam questionamentos. Parte da torcida segue cobrando mais. Mas será que essa exigência não está acima do razoável?
A Fiel sabe reconhecer quem veste a camisa com bravura. E foi exatamente isso que Piccinato fez desde o primeiro dia. Ele merece crédito. Agora, tem o time moldado por ele, com as peças que escolheu. A temporada começa do zero. É hora de dar uma nova chance. Vamos abraçar essa nova fase.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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