Sub-23 do Corinthians está perto de encerrar temporada já em agosto

Opinião de Mayara Munhoz

05 de Agosto de 2019 às 21:04

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Sub-23 do Corinthians está perto de encerrar temporada já em agosto — Rodrigo Figueiredo é um dos nomes que já era do Corinthians e foi realocado para o Sub-23

Foto: Rodrigo Gazzanel /Agência Corinthians

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Há pouco mais de um mês, escrevi uma coluna chamada "O estranho mundo do Sub-23 do Corinthians". Na ocasião, falei sobre minhas dúvidas em relação, principalmente, ao excesso de contratações na categoria. Pouco tempo depois, retorno aqui para falar do mesmo assunto, mas com um cenário bem diferente.

O Sub-23 do Corinthians pode, daqui três jogos, ficar sem nenhum torneio ou partida para disputar até o final do ano. Ou seja, a temporada da recém-criada categoria pode se encerrar no dia 24 de agosto.

No momento, o Timão é o quinto colocado do Grupo 3 da Copa Paulista. São quatro pontos anotados em sete jogos disputados - uma vitória e um empate apenas. Restam apenas três jogos para acabar a primeira fase.

Segundo o regulamento da FPF, os quatro clubes com o maior número de pontos se classificam para a segunda fase. Hoje, o Corinthians estaria fora. E, claro, vale lembrar, que a equipe já foi eliminada na primeira fase do Brasileiro de Aspirantes também.

O desempenho da equipe dentro de campo é preocupante. E não é como se eles estivessem disputando um torneio com um nível extremamente alto para uma equipe estreante - com todo respeito à Copa Paulista. No último dia 30, o Sub-23 jogou no Jaime Cintra, em Jundiaí. Eu moro aqui e aproveitei para ir acompanhar o jogo in loco. O que vi foi lamentável. Os jogadores até se esforçam, mas falta até entrosamento. Mais uma derrota para a conta.

Na época que escrevi a última coluna, a categoria contava com 15 jogadores contratados para reforçar o elenco. No final do mês passado, o clube acertou com Lucas Gabriel, lateral-esquerdo de 22 anos do Sampaio Corrêa, e chegou aos 25 novos nomes.

Jorge Colmán (atacante, ex-Olímpia-PAR)
Fran (meia-atacante, ex-Primavera)
Hugo Borges (atacante, ex-Vasco)
Gabriel Silva (ponta, ex-Flamengo)
Luan (lateral-esquerdo, ex-Vasco)
Willian Felix (lateral-esquerdo, ex-São Bernardo)
Reifit (meia, ex-Flamengo)
Emerson (volante, ex-CRAP)
Raul (lateral-direito, ex-Grêmio)
Christofer (goleiro, ex-Capivariano)
Eduardo Britto (zagueiro, ex-Bangu)
Gil (atacante, ex-XV de Jaú)
Rodrigo Fernandes (volante, ex-Vasco)
Eduardo Blanco (volante, ex-Palmeiras)
Gabriel de Paula (zagueiro, ex-Juventus)
Eugênio (goleiro, ex-Sport)
Kauê Moreira (lateral-direito, ex-São Bernardo)
Igor Morais (zagueiro, ex-Grêmio Anapólis-GO)
Altair (volante, ex-Batatais)
Márcio Ferrari, PC (volante, sem clube)
Douglas Silva (atacante, ex-Desportivo Brasil)
Arlindo (atacante, ex-Colorado-PR)
Yuri Souza (atacante, ex-Guarani-RS)
Felipe Cuero (atacante, ex-Itapirense-SP)
Lucas Gabriel (lateral-esquerdo, ex-Sampaio Corrêa)

VINTE E CINCO NOVOS JOGADORES para uma categoria que foi criada para, principalmente, aproveitar nomes que não tinham mais idade para atuar no Sub-20 e ainda não conseguiram oportunidades no profissional. O último reforço foi contratado e pode ter menos de um mês para atuar na temporada. Se somar com essas peças, o Sub-23 conta com 38 atletas.

Ou seja, se o desempenho não mudar completamente nos próximos três jogos, 38 jogadores do Corinthians ficarão sem jogos em 2019.

Fica repetitivo dizer que não entendo o objetivo desse time. Já conversei com algumas pessoas de dentro do clube que assumem não entender também. Fica difícil entender que os responsáveis pela categoria vejam a situação em que se encontra o time e acertem um reforço novo por semana, quando não mais.

O que será desses jogadores se a classificação na Copa Paulista não vier?

A torcida, claro, se mantém por aqui. Ainda há como reverter a situação. Ainda são 12 pontos em disputa. Será necessário um desempenho que não foi apresentado em nenhum momento desde a estreia desse time, ainda lá no Brasileiro de Aspirantes. Mas ainda é possível.

Mas, acredito que independentemente disso, o Corinthians precisa refletir se existe mesmo a necessidade de manter essa categoria na próxima temporada. E se for o caso, como fazer de uma maneira que ela seja utilizada para aproveitar o que já se tem dentro do clube e não aumentar ainda mais os gastos alvinegros.

O estranho mundo do Sub-23 do Corinthians está cada dia mais estranho. E, agora, está perto de nem ter uma temporada para se justificar tamanho investimento.

Não faz sentido.