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Todos deveriam ver o futebol feminino como a família do Pedrinho
Sarah Tonon

Trabalhou na ESPN e já tem duas Copas do Mundo no currículo. Atualmente produtora do Meu Timão que marcou o amor incondicional pelo Corinthians na pele!

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Todos deveriam ver o futebol feminino como a família do Pedrinho

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Opinião de Sarah Tonon

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Todos deveriam ver o futebol feminino como a família do Pedrinho

Pedrão, Luciana e Luana - família de Pedrinho - acompanharam a equipe feminina do Corinthians na Fazendinha

Foto: Sarah Tonon/Meu T

Na tarde desta terça, fui até o Parque São Jorge acompanhar o jogo entre Corinthians e Internacional pelo Brasileirão Feminino.

Eram três da tarde de um dia de semana e, mesmo assim, a arquibancada coberta estava lotada de torcedores: o pai que levou a pequena Luisa de apenas 8 anos pra ver as meninas, mãe e filha enroladas na bandeira alvinegra torciam com amor, uma corinthiana assídua que acompanha futebol feminino há 16 anos, atletas de categorias e modalidades distintas com olhos vidrados na partida, a Fiel em peso cantando e apoiando sem parar, o ex-jogador Dinei atento aos lances e a craque ex-Corinthians e atualmente atleta do São Paulo Cris Rozeira eram alguns personagens presentes na Fazendinha.

Mas, enquanto buscava histórias pra contar, avistei três camisas 38 lado a lado observando a partida. Era a família do meia Pedrinho! Seu pai Pedro da Silva, o Pedrão, a mãe Dona Luciana e a irmã Luana.

Lado a lado, a família assistia à partida na Fazendinha

Sarah Tonon/Meu Timão

No intervalo da partida, me aproximei da família e conversamos sobre o cenário do futebol feminino não só no Corinthians, mas no Brasil. A resenha foi boa demais e o papo rolou até o final da partida.

Luana, a irmã de 18 anos, abriu um sorriso quando eu disse que estava produzindo algo especial para divulgar o futebol feminino e, assim que perguntei o que ela esperava da categoria como atleta, não hesitou em responder: "Eu torço para que muitas portas se abram no futebol feminino, ainda mais do que temos hoje."

A também jogadora - assim como o irmão e as meninas que assistia - Luana continuou com o desabafo:

Mesmo com as oportunidades que todas meninas estão tendo agora, espero que as pessoas possam ver o futebol feminino com outros olhos. Ainda sofremos muitas críticas e isso dificulta muito. Isso que o futebol feminino já é muito difícil pra gente, então acredito que se as críticas diminuírem, já pode melhorar bastante o cenário.

Com problemas de saúde atualmente, a atleta está em recuperação em São Paulo mas tem pensamento positivo quanto à sua breve volta ao esporte e também em relação à visibilidade da equipe feminina do Corinthians: "Espero que possamos lotar a Arena Corinthians pra ver futebol feminino ainda muitas vezes!"

Pedrão, muito concentrado na goleada em que assistíamos, não tirou os olhos dos incríveis dribles, jogadas, tabelinhas e golaços do time do Corinthians. Mesmo assim, fez questão de pontuar algo muito importante no futebol feminino no Brasil: a questão dos estudos e das equipes menores.

Em grandes equipes, até se tem uma facilidade maior, mas você já parou pra pensar como é no Nordeste? As dificuldades são ainda maiores. Fica complicado estudar, treinar, se manter sem apoio nenhum, sem ganhar nada.

Além disso, o pai do camisa 38 do time masculino do Timão, fez questão de enfatizar o baixo investimento dos clubes nas equipes femininas: "Infelizmente o investimento é muito baixo... os times foram obrigados a criar um time de futebol feminino e, muitas vezes pela obrigação, não dão o incentivo e apoio devidos."

Olhar concentrado de Pedrão, pai do Pedrinho, ao assistir a partida

Sarah Tonon/Meu Timão

Seu Pedro acredita que o futebol feminino no Brasil tem tudo para crescer cada vez mais, se houver apoio financeiro e psicológico além de divulgação. E pra finalizar, Pedrão concluiu:

"Se tiver uma estrutura e preocupação com as equipes femininas, eu tenho certeza - porque muitas atletas fazem inveja em jogadores do masculino, muitos não têm o futebol e a qualidade dessas meninas, inclusive no Corinthians e outros grandes clubes - que o futebol feminino nos dará muitas alegrias no Brasil e no mundo."

Já a mãe de Pedrinho e Luana, Dona Luciana, disse - com toda a sua doçura e simpatia - uma frase que me marcou:

"Eu espero que todos olhem mais para as meninas. Que elas sejam vistas por todos!"

Então, eu espero que todos possam um dia VER o futebol feminino como essa família o vê. Que as atletas SEJAM VISTAS por todos e sejam notadas como as excelentes profissionais que são. Que o futebol feminino tenha cada vez mais apoio, estrutura, torcida, divulgação, incentivo e SEJA VISTO por todos.

Porque qualidade já temos para atrair os olhares, o que falta é mudar a visão.

Veja mais em: Corinthians feminino.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Sarah Tonon

Trabalhou na ESPN e já tem duas Copas do Mundo no currículo. Atualmente produtora do Meu Timão que marcou o amor incondicional pelo Corinthians na pele!

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