Corinthians tem novo perfil de contratações em 2020, raro no Brasil
Opinião de Tomás Rosolino
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O Corinthians estabeleceu um novo perfil de contratações para a atual temporada, condizente com o discurso de que seriam "reforços para jogar". Como é difícil pontuar se alguém será reserva ou titular antes mesmo do ano começar, defino um padrão para justificar essa opinião e explicar porque é tão raro isso no Brasil: o momento da carreira das contratações.
O que têm em comum Luan, Cantillo e Sidcley? Além de integrarem a relação de atletas confirmados como novidade no ano que vem, os três compartilham também a idade: 26 anos. Já provados no cenário sul-americano, todos com ao menos razoável sucesso, eles compõem um trio diferente do que se costuma ver no país.
Uma pergunta rápida: quantos jogadores entre 24 e 28 anos, próximos ou em meio ao que se considera o auge físico e técnico da carreira, o Corinthians contratou desde 2017? A resposta: apenas cinco somados as últimas três temporadas, incluindo nesse bolo o próprio Sidcley, adquirido em 2018 quando tinha 24. 36 atletas foram contratados para o profissional neste período.
Compõem o grupo das "raridades" o zagueiro Pablo (25 anos), o volante Gabriel (24 anos), o zagueiro Marllon (25 anos), Ramiro (25 anos) e Sornoza (24 anos). Na maioria das vezes, o Timão trouxe ou apostas, como Araos, Mateus Vital, Bruno Méndez e o próprio Davó, que destoa da leva atual, ou atletas já consagrados, como Gil, Jadson, Jô e Vagner Love.
Obviamente há espaço para todas essas apostas no futebol, mas os grandes times do exterior só se reforçam por titulares nesta faixa etária indicada. É claro que há apostas, como o Real Madrid fez com Rodrygo e Vinícius Júnior, mas o próprio Real sabe que não há certeza de sucesso com jogadores tão novos. Por isso, também levou Hazard, aos 27 anos e jogando no melhor nível da sua carreira.
Esse é o problema das apostas do Corinthians. Nomes como Araos são contratados como promessa de sucesso, mas são cobrados como certeza do mesmo. Sem um Hazard para compensar suas apostas, há um vácuo temporal, em termos de idade e experiência de vida, que torna até injusta a necessidade criada em torno dos jovens.
Do trio contratado, é claro, espera-se então uma maior facilidade de adaptação e uma entrega mais rápida de resultados à equipe. A ver como Tiago Nunes consegue fazê-los desempenhar com a camisa corinthiana o que já se pôde ver anteriormente em suas carreiras.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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