Elenco do Corinthians não verá o 'outro lado' do protesto e isso deve ser pesado pela Fiel
Opinião de Tomás Rosolino
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Abro minha coluna falando que sou contra o punitivismo latente na imprensa esportiva ao se tratar protestos de torcida. É o outro lado da moeda da paixão e, individualmente, quem passar do limite da lei deve ser punido. A conversa sobre isso é muito mais profunda e merece até alguns livros para debatê-la. Vou me centrar no efeito do que se passou no Aeroporto de Guarulhos.
Em um grupo tão diverso de jogadores do Corinthians, alguns vão reagir mal, piorando seu desempenho, e outros vão reagir bem, melhorando o seu desempenho. É uma questão humana de performance sob diversos tipo de pressão. Minha questão com o que aconteceu é que a torcida, em si, não poderá mostrar o seu outro lado.
Sem a presença da galera nos estádios, o apoio quase incondicional que marca o Corinthians mesmo nos piores momentos não será contraponto aos protestos. Por exemplo: duas semanas depois da invasão ao CT Joaquim Grava, em 2014, 25 mil pessoas foram ao estádio do Pacaembu apoiar o time em um clássico contra o Palmeiras, empatado por 1 a 1.
Uma semana depois, mesmo com o time sofrendo contra o Rio Claro, o atacante Paolo Guerrero, que perdeu gols incríveis e havia marcado apenas uma vez nos últimos seis meses, teve seu nome entoado pelos presentes no Pacaembu. O recado era claro: "somos passionais e erramos, mas vamos fazer o nosso papel".
Os exemplos citados se multiplicam pelos mais de 110 anos de história do clube do Parque São Jorge, mas, em 2020, não irão acontecer pelos simples fato de que as torcidas estão impedidas de entrar no estádio. O fator campo e o apoio não farão parte deste Brasileiro e, para mim, isso pode ser um sado mais negativo do protesto.
Quando entrarem em campo diante do Bahia, nesa quarta-feira, os jogadores verão a arquibancada vazia e não receberão o apoio para fugir dessa situação. Essa ausência será ainda mais sentida depois de um momento tão intenso - e, por que não, triste da relação jogador-torcida.
Nesse sentido, divago um pouco: é válido seguir protestando sem conseguir fazer a diferença dentro do estádio?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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