O que o Corinthians precisa fazer para apagar os nove meses terríveis de vez?
Opinião de Tomás Rosolino
2.7 mil visualizações 35 comentários Comunicar erro
"O melhor jogo do Corinthians no ano". "O Corinthians se motivou para jogar o clássico". "O Corinthians foi muito surpreendente". "O Corinthians jogou uma decisão". Li e ouvi essas três frases para se referir à dominante vitória do Corinthians sobre o São Paulo, no domingo, na Neo Química Arena, e fiquei abismado como foi tratada de forma tão clichê uma atuação totalmente dentro do padrão recente do clube, ainda pagando o preço dos nove meses terríveira de janeiro a setembro. Aquilo ficou para trás, porém, e a crítica precisa reconhecer.
O Corinthians foi intenso, alternou marcação alta com baixa, deu pouquíssimas chances ao adversário e produziu o bastante para ganhar o jogo. Esse cenário descreve bem o ocorrido nos jogos contra Internacional, Grêmio e São Paulo, todos times que chegaram em alta e foram dominados - até certo ponto - na Neo Química Arena.
Ainda que o Grêmio tenha tido a melhor performance dentre os três adversários, com duas boas chances de gol, o Corinthians foi bem prejudicado pela não expulsão do Darlan e, com dois jogadores a menos, esteve muito mais perto do gol do que os gaúchos. Um feito raríssimo no futebol profissional, que o próprio Grêmio sabe bem como é.
As análises ficaram totalmente centradas em um suposto jogo de superação dos comandados de Vagner Mancini quando me parece claro que esse é o padrão estabelecido desde que, depois de sofrer a goleada para o Flamengo e a eliminação contra o América-MG, ele decidiu que faria algumas "mudanças drásticas".
O Corinthians também foi competitivo e mais perigoso que o Vasco, mesmo atuando fora de casa, quando Cazares começou a pintar como uma solução no meio. O armador, a chegada de Fábio Santos, a ascensão de Bruno Méndez, Gabriel e Cantillo... são todas coisas facilmente observáveis na equipe.
Mancini ainda tem grande mérito de empilhar 60% dos pontos precisando lançar mão de Davó e Léo Natel como opções no comando do ataque, dois jogadores que, somados, não tinham 15 gols na carreira profissional antes de chegar ao Corinthians. A ideia e o padrão estão claros, o Corinthians é um time competitivo e merece ganhar os méritos pelas atuações que vem apresentando em casa.
Em tempo: o time precisa mostrar mais repertório quando encarar times que priorizam a defesa e o contra-ataque. Os jogos contra América-MG (Copa do Brasil), Atlético-GO, Coritiba e Fortaleza tiveram um cenário semelhante, com dificuldade de construção e o time podendo sair de campo vitorioso devido a um pênalti cometido pelo adversário. É preciso de mais que isso para se estabelecer na briga pela Libertadores, a começar pelos confrontos frente a Goiás e Botafogo.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
Avalie esta coluna
Veja mais posts do Tomás Rosolino
- Processo na Fifa revela quanto o Corinthians pagou por Tevez ao Boca
- Corinthians poderia - talvez deveria - jogar a Copa Paulista de 2024 com a molecada
- Saiba quem foi o maior artilheiro do Corinthians em cada década
- Corinthians recebe a menor punição possível - e tem três reforços para estrear
- Corinthians continua piorando o seu time - a lógica é simples
- Augusto Melo precisava contratar um executivo; nem Ferran Soriano se daria bem sozinho neste cenário