Como um erro tira uma cria do Terrão do topo da história do Corinthians e da Libertadores
Opinião de Tomás Rosolino
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Neste dia 10 de março comemora-se 22 anos de uma das grandes partidas do Corinthians na história da Libertadores da América: a goleada por 8 a 2 do clube sobre o Cerro Porteño, sem o suspenso Marcelinho Carioca, que definitivamente colocava o campeão brasileiro entre os grandes favoritos pelo título inédito no torneio. Um erro crasso desse jogo, porém, impede que uma cria do Terrão entre de vez na história do clube e da própria Libertadores.
Se você abrir a ficha técnica do jogo verá que Fernando Baiano, então recém-saído da Copa São Paulo e com um potencial tão grande que fez o clube dispensar Ricardo Oliveira na transição do Sub-20 para o profissional, anotou cinco dos oito gols alvinegros no duelo. O registro, porém, está errado. Foram seis.
O então garoto corinthiano viu Edilson abrir o placar e anotou o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto tento do Timão no embate ainda no primeiro tempo. O problema é que, no 5 a 0, o juiz acabou dando o gol para Índio, mesmo com Fernando claramente empurrando a bola para a rede. O descaso pela festa com o resultado e o já gigante feito do embate, no entanto, diminuem o impacto desse jogo nos registros históricos.
Caso a contagem fosse feita corretamente, Fernando Baiano seria o artilheiro isolado daquela edição do torneio, o primeiro jogador do Corinthians a ter essa láurea e, aos 20 anos, o atleta mais jovem da história da competição a ser o máximo goleador sem ninguém ao seu lado.
Além disso, Fernando Baiano igualaria Juan Carlos Sánchez, que anotou seis gols em uma goleada por 8 a 0 do Blooming, da Bolívia, sobre o Deportivo Itália, da Venezuela, na edição de 1985, dividindo o posto de atletas com mais gols em uma só partida.
Já na parte corinthiana da conversa, Fernando Baiano igualaria Zuza e se tornaria um dos dois jogadores que mais gols fez em uma só partida. O atacante dos anos 30 fez seis gols em uma oportunidade, uma goleada por 10 a 1 contra o Sírio, em 1933. Um feito histórico com probabilidade baixíssima de acontecer em 110 anos de Corinthians, quase 6 mil jogos e outros milhares de jogadores.
Uma reparação histórica não seria inédita e já aconteceu até com o Corinthians: Luizão reivindicou por anos um gol dado a Kléber no empate por 2 a 2 com o Olimpia, no Paraguai, pela Libertadores de 2000. Depois de anos, em 2005, com o centroavante já no São Paulo, a Conmebol reconheceu que o tento foi dele, colocando-o como o maior artilheiro brasileiro da competição.
Veja o vídeo da grande atuação de Fernando Baiano (gol aos 5:12)
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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