O que Fausto Vera mostra à torcida (e à imprensa) do Corinthians após partidaça na Libertadores
Opinião de Victor Godoy
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O Atlético-MG garantiu uma vaga na final da Libertadores na última terça-feira. Quem foi bem no meio-campo: Fausto Vera. Ele mesmo, o volante quase expulso do Corinthians sendo taxado de horroroso.
Firmando-se em Minas Gerais e com uma boa partida de classificação podemos dizer que ele não é horroroso, correto? Não é um gênio mundial, mas não é o "bagre" que pintavam por aqui.
A situação, mais uma vez, deveria ser motivo de reflexão pelas alamedas do Parque São Jorge. Por que Fausto Vera e tantos outros jogadores não foram bem no Corinthians, mas brilham em outras equipes? É puramente por pressão ou tem a ver com a bagunça do clube? O Timão sabendo disso não poderia blindar mais esses atletas?
São pontos que devem servir de reflexão à diretoria do Corinthians - que em certa medida instiga isso, mas não vem ao caso. Além disso, precisam reverberar dentro da torcida e até mesmo da imprensa como um todo, ainda mais em tempos de mídia segmentada - leia-se, então, jornalistas e as milhares de páginas que aparecem diariamente. Chega a ser insalubre alguns comentários (de todos os citados) nas redes sociais após alguma má partida da equipe alvinegra, com uma falta de respeito absurda sendo que aquilo ali é a ponta do iceberg - para o torcedor médio é entendível, mas a mídia não pode se dar a esse luxo.
É como diz o livro: "A bola não entra por acaso". Ou não deixa de entrar por acaso.
Até entendo que o ciclo de Fausto Vera já tinha se encerrado no Corinthians. Foram quase 100 jogos (96 para ser mais exato) sem se firmar, com diversas críticas e uma postura de quem claramente não aguentava mais o clube. Mas até mesmo Matías Rojas indo bem nos Estados Unidos após uma passagem desastrosa pelo Timão não gera nenhum incômodo vocês?
Nesses casos, a base sofre ainda mais. Parece que a cada momento pegam um novo jogador para ser criticado por mais jovem que ele seja. Pedro (2006) antes de ir para o Zenit, da Rússia, Wesley (2005) antes de ser despachado para o Al-Nassr, da Arábia Saudita. Me parece que o alvo da vez é o Breno Bidon, que já foi importante ao longo do ano e será ainda mais no futuro. Isso sem contar os afastados e praticamente dispensados Matheus Araújo (2002) e Giovane (2003).
Enfim, são alguns pontos de reflexão que entendo que precisam ser mais debatidos dentro da torcida e da própria imprensa (não apenas jornalistas, mas também dessas páginas nas redes sociais). A baixa paciência é uma consequência da crise que atinge o Corinthians, mas acredito que é válido aguardar um pouco mais antes de taxar um jogador, ainda mais um jovem. Repito: Fausto Vera não é gênio, mas também não é imprestável como pintavam por essas bandas.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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