Culpa do técnico? Tiago Nunes precisa superar 'obstáculos' para continuar no Corinthians
Opinião de Vitor Chicarolli
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O Corinthians não vence há cinco jogos no Campeonato Paulista. Logo depois do empate por 1 a 1 com o Novorizontino, na noite deste sábado, a torcida alvinegra lotou as redes sociais com críticas e fortes cobranças a Tiago Nunes. Alguns, inclusive, já pedem a demissão do treinador.
Mas até que ponto a comissão técnica tem culpa nessa péssima sequência do Timão em 2020?
Vamos lá! Mesmo com pouco tempo de trabalho, já contesto algumas escolhas de Tiago Nunes nessa trajetória pelo CT Joaquim Grava. A principal, talvez, seja o dilema na lateral-esquerda.
Após indicar que Carlos Augusto não seria aproveitado nos próximos meses, o técnico repensou a decisão, reintegrou o jovem ao elenco e até o promoveu ao time titular na última rodada do estadual. Antes, vale lembrar, Sidcley já havia sido bancado na posição, mas acabou perdendo espaço para o jovem Lucas Piton.
Outro questionamento seria a ausência do atacante Vagner Love em determinados jogos, como aconteceu em Assunção, no primeiro duelo com o Guaraní-PAR, pela Pré-Libertadores, e voltou acontecer neste fim de semana. O camisa 9, é claro, pode não ser a opção ideal para o ataque, mas também não pode ser a última alternativa em embates difíceis e decisivos.
Também acredito que a partida contra o Novorizontino não era o momento ideal para promover as estreias de Éderson e Ángelo Araos na temporada.
Por outro lado, entendo que a falta de opções no plantel dificultam (e muito) o trabalho de Nunes no Corinthians. Pouco adianta um técnico ofensivo, com um time inofensivo em mãos.
Desde que chegou ao clube, em novembro, o treinador não escondeu a necessidade por pontas rápidos, que oferecem profundidade. Meses se passaram e ele ainda não conseguiu encontrar o encaixe perfeito no setor.
No lado esquerdo do ataque, Everaldo e Janderson foram testados e não convenceram, assim como o recém-chegado Yony González, que disputou apenas três jogos até o momento.
Do lado oposto, o Tiago conseguiu retomar o bom futebol de Ramiro, peça fundamental no início do ano, mas que se machucou no fim de janeiro - e, desde então, gerou uma dor de cabeça para a comissão.
O elenco alvinegro melhorou muito do ano passado, mas ainda é bastante limitado: não há um substituto do mesmo nível de Luan; a zaga ainda necessita de uma peça mais segura; o lado esquerdo do ataque, tão importante para o esquema do comandante, carece de boas opções; e alguns atletas não estão rendendo o esperado.
Como falei, contesto algumas escolhas de Tiago Nunes, mas ele não chegou para fazer milagre. Por outro lado, sei que, apesar de boas ideias, o profissional precisa de resultados para seguir no Timão. Sem vitórias, a pressão irá aumentar e, consequentemente, pode comprometer seu futuro no Parque São Jorge.
O preço da drástica mudança de filosofia são algumas derrotas. Se analisarmos de forma mais crítica, veremos culpa em detalhes de Nunes e também dos jogadores. Esse é o preço da ideia.
Então eu pergunto, caro leitor, você está disposto a sacrificar resultados a curto prazo (Paulistão, Copa do Brasil e Brasileirão) por um time ofensivo e mais vistoso de assistir daqui uma ou duas temporadas?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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