Descontrole financeiro: gestão de Andrés compromete o futuro do Corinthians
Opinião de Walter Falceta
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Em artigo recente, mostramos como a gestão de Andrés Sanchez arruinou o futebol corinthiano e transformou um notável campeão em mero coadjuvante na principal competição nacional.
Há, no entanto, motivos ainda maiores para você, torcedor, se preocupar. No primeiro semestre, marcado pela pandemia do novo coronavírus, o clube até registrou superávit de R$ 4,3 milhões, resultado de tímida redução na folha salarial e venda de atletas. O clube também considera como receita um adiantamento da Rede Globo.
Ainda assim, neste período, o endividamento do clube subiu de R$ 665 milhões para R$ 902 milhões.
É o pior resultado entre os clubes que tornaram públicos seus balancetes (nove da Série A, além do Cruzeiro). Cabe lembrar que em 2017, último ano completo da gestão de Roberto de Andrade, o endividamento líquido da instituição era de R$ 425 milhões (dados da Pluri Consultoria).
De dezembro de 2019 para junho deste ano, somente os valores a serem pagos no curto prazo subiram de R$ 399 milhões para R$ 548 milhões. São contas com datas de quitação inferiores a um ano.
Alguns destaques assustadores. Nesse período, aumentou em R$ 68 milhões a dívida com direitos de imagem. E em R$ 91 milhões aquela com os fornecedores. Mais R$ 29 milhões estão associados a operações de empréstimos. No longo prazo, R$ 100 milhões a mais em parcelas de impostos.
Qual o resumo da ópera? Nesse período, o Corinthians atrasou salários de jogadores, deu calote em clubes, agentes intermediários e outros fornecedores. Recorreu a mais empréstimos bancários e fez girar a bola de neve do endividamento.
Dia e noite, mesmo em dificuldade, o Corinthians segue torrando dinheiro. Contratou sem parar e – pasme! – na época da paralisação do futebol, gastava em remuneração de atletas o mesmo que, por exemplo, o Flamengo. No que se refere somente a CLT, os dois clubes se encontravam empatados no topo do ranking, em Março deste ano, com valores de R$ 8,8 milhões.
Há quem diga que, diante da situação desesperadora, seria necessário queimar o principal ativo patrimonial do clube, ou seja, vender o Parque São Jorge.
A sede social, porém, já é a garantia do contrato de Itaquera. E esse é um caso à parte, não considerado nessa contabilidade. No caso da arena, mesmo com a venda dos NRs, segue o drama do endividamento. Magras, as parcelas a serem pagas pela Neo Química não somam valores suficientes para a quitação regular do compromisso.
A conclusão é óbvia: a gestão de Andrés Sanchez gasta muito e gasta mal. O time caríssimo, por exemplo, já enceta namoro sério com a zona do rebaixamento.
A dívida de curto prazo parece impagável. A solução será contrair novos empréstimos e, se possível, vender mais algum craque, a exemplo do que ocorreu com Pedrinho.
Mesmo com os shows pirotécnicos encomendados para abrilhantar suas supostas façanhas, o presidente do clube seque desperdiçando recursos, contraindo empréstimos com instituições bancárias e, dessa forma, comprometendo o futuro do Corinthians.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.