A atuação aquém do Corinthians diante do Grêmio, neste domingo, pela estreia do Campeonato Brasileiro, foi criticada por grande parte dos torcedores e da imprensa esportiva. Ídolo da Fiel, o agora comentarista esportivo Zé Elias não poupou críticas ao empate por 0 a 0 e disse que o esquema tático de Tite, o famoso 4-1-4-1, não é mais novidade para nenhum adversário.

“As duas equipes têm essa característica de ser organizadas, principalmente na parte defensiva, com uma linha de quatro, seus dois volantes, o Corinthians com um volante, mas com a ajuda do Elias que recua. São equipes organizadas, mas do meio pra frente têm alguns problemas. Acredito que a equipe do Grêmio tenha criado um pouco mais, por conta das características dos jogadores, mesmo num momento ruim”, iniciou Zé Elias, durante o programa Bate-Bola, da ESPN Brasil.

“Acho que o Luan tem mais capacidade do que o próprio Marquinhos Gabriel, que entrou hoje. Falta um pouquinho de entrosamento, Giovanni ficou no banco, Romero mais uma vez tem a oportunidade de começar jogando e não joga bem. E aquela história: o Grêmio tem as suas variações, tem as suas possibilidades de mudanças, você vê hoje que o Roger tira o Douglas porque prefere outro sistema de jogo, outra característica de jogo”.

Ao citar as cartas na manga do técnico Roger Machado, que garantiu ponto importante dentro da Arena para a sequência da temporada, Zé Elias foi incisivo. “Entra no que eu acho que o Corinthians precisa mudar. O Corinthians há dois anos, praticamente um ano e meio, joga dessa forma, com esse sistema de jogo, 4-1-4-1, com as mesmas características, marcação saída de velocidade, retomada com o Elias na projeção, nos espaços vazios. Coisa que todo mundo já sabe, todo mundo já sabe como vai jogar contra o Corinthians, como vai enfrentar o Corinthians”, explicou.

“E aí cabe uma crítica ao treinador no sentido de: o Tite, que é bom treinador, mas você precisa se adaptar também à qualidade dos jogadores que você tem. Se não está dando esse 4-1-4-1, uma insistência, eu não sei por que continua insistindo com Guilherme como meia. Põe o Guilherme como centroavante, muda a característica, você tira o homem de referência e tem um jogador que se movimenta um pouquinho mais pra chamar a marcação pras projeções dos jogadores de meio de campo”, completou.

Revelado nas divisões de base do Parque São Jorge, Zé Elias caiu nas graças da torcida corinthiana após atuações incansáveis. Com muita raça e aplicação tática, o volante chegou a ser convocado para defender a Seleção Brasileira em 1995, ano em que conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil pelo Timão. Apelidado de “Zé da Fiel”, disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, pouco antes de se transferir para o Bayer Leverkusen, da Alemanha. Com o manto alvinegro, fez 161 jogos e marcou dois gols.

Antes de trocar o assunto, o ex-atleta fez questão de ressaltar o extenso currículo de Tite, porém afirmou que a pressão deve existir. “Esse negócio de: ‘O time está em evolução, estou preparando pra (ser campeão em) 2017’. Mas avisaram as outras equipes que o Corinthians está sendo preparado pra 2017? Porque precisa avisar. Todos os outros treinadores do futebol brasileiro trabalham com a pressão do resultado do dia a dia, você tem que ganhar... A gente tem que respeitar o Tite pelo que fez, mas tem que ter uma cobrança também”, concluiu.