As sonoras vaias e os xingamentos de “burro” direcionados ao técnico Cristóvão Borges ganharam a atenção do volante Elias após o empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, na noite desta segunda-feira, no Pacaembu. Incomodado com a postura dos mais de 33 mil corinthianos presentes no estádio, o jogador não poupou críticas à torcida, comparando até com a do São Paulo.

“Às vezes precisa mesmo de um jogador de um pouco mais de peso. Eles estão fazendo a parte deles, lotando o estádio, mas tem que entender que estamos lutando”, iniciou Elias. “Complicado, foi um jogo difícil, não conseguimos a vitória nesse final. Mas, pô, nesse final, a nossa torcida parece que virou a torcida do São Paulo, reclamando, vaiando. O Cristóvão fez as alterações, também erra, é normal. Mas a gente pressionando o time deles no final, com chance de sair com a vitória e a torcida reclamando”, disparou.

“Sofremos um desmanche no começo do ano, falavam que íamos brigar para não cair e estamos brigando pelo título. Tem que ter mais paciência com os jogadores, está todo mundo trabalhando. Todo mundo pode errar, ninguém quer errar. A gente sabe que se quiser vaiar, pode vaiar, mas durante a partida tem que voltar a apoiar, ser a Fiel torcida que estamos acostumados. A gente vai lutar para conquistar mais um titulo”, frisou o volante.

O gol do Corinthians foi marcado pelo meia Giovanni Augusto. Logo no primeiro minuto de partida, o camisa 17 aproveitou a sobra na área e bateu forte, sem chances de defesa ao goleiro Lucas França. Já Ábila deu números finais ao confronto no Pacaembu.

Para Elias, a Fiel precisa mudar de postura e voltar a apoiar o time durante os 90 minutos. “Dá tempo de mudar, correr atrás, voltar a vencer em casa. A gente viu o quanto fez a diferença o apoio deles dentro de casa”, disse.

Questionado o quanto as vaias e os xingamentos atrapalham a equipe, bem como o trabalho de Cristóvão Borges, Elias foi claro e não mediu as palavras, citando até a ascensão do Timão nos últimos anos.

“Pô, atrapalha muito! Mas isso não vai abalar. A gente fica chateado, eu acompanho, eu vivi todo o momento de subida do Corinthians, desde a Série B até o título mundial, mesmo não estando lá. A gente viu o quanto a torcida sofreu para colocar o Corinthians no patamar que está hoje. Às vezes acaba acostumando um pouquinho. Dá tempo de eles voltarem a apoiar a gente durante os 90 minutos, sem questionar esses erros que cometemos, sem questionar os erros que o Cristóvão comete às vezes”, concluiu.