Corinthians detalha contrato e garante que Apollo não prejudica NR da Arena
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Por Vinícius Souza
O contrato de patrocínio vigente entre Corinthians e Apollo Sports Capital, fundo de investimento que reúne empresas interessadas em investir no futebol, não interfere na negociação dos naming rights da Arena, tampouco a prejudica. É o que garante Gustavo Herbetta, superintendente de marketing do clube paulista.
A possibilidade de o vínculo firmado com a Apollo lesar a venda dos direitos de nome do estádio alvinegro foi levantada pelo portal UOL Esporte, em reportagem publicada na última quarta-feira. Segundo o site, o Timão teria de descartar uma eventual operação comercial caso a marca interessada em adquirir os naming rights fosse concorrente de uma das parceiras da companhia, que decide quem aparece no espaço posterior do uniforme corinthiano.
Em contato com o Meu Timão, Herbetta rebateu a afirmação e deu detalhes da relação Corinthians-Apollo. “As contrapartidas negociadas com a Apollo pertencem ao Corinthians, é um contrato com o Corinthians. As redes sociais e o Fiel Torcedor são propriedades do Corinthians. As contrapartidas negociadas com a Apollo são exatamente as mesmas que todos os patrocinadores do Corinthians possuem. Então se você disser que o contrato com a Apollo prejudica o naming rights, todos os contratos de patrocínio do Corinthians prejudicam o naming rights, o que é uma verdadeira mentira”, declarou.
Inaugurada em maio de 2014, a Arena Corinthians é administrada pela BRL Trust (para entender o modelo de negócio do estádio, leia o texto desta semana do advogado Roberto Piccelli, colunista do Meu Timão). De acordo com o representante do marketing corinthiano, é ela quem busca investidores para o empreendimento na zona leste. “As propriedades da Arena pertencem à Arena, as propriedades do Corinthians pertencem ao Corinthians. Ao vender o naming rights, eu vendo as propriedades da Arena, os ativos de exploração da Arena, não os ativos do Corinthians. Eu não posso fazer isso”, contestou.
O crescimento das redes sociais fez os clubes de futebol, entre eles o Corinthians, comercializar publicações a anunciantes, que buscam maior interação com torcedores e, portanto, maior lucro. A Apollo, diferentemente de um patrocinador comum, tem como objetivo não divulgar seu próprio nome, mas revender propriedades no mercado. Pelo documento ao qual o UOL Esporte teve acesso, a “a patrocinada (Apollo) terá direito a oferecer produtos de seus parceiros nas redes sociais do clube, aos programas de sócios-torcedores, além de ter acesso à base de dados deles”. Entretanto, ao contrário do pressuposto, a regra não tem relação com negócios, sejam eles do mesmo seguimento ou não de clientes da Apollo, da Arena.
Herbetta também repudiou a informação de que o Corinthians não receberia R$ 10 milhões por temporada com o patrocínio da Apollo, como divulgou em setembro – o portal revelou que a transação renderia, ao todo, R$ 23 milhões (R$ 7 milhões a menos) aos cofres alvinegros durante o mesmo período.
“Não procede. A gente nunca pode divulgar oficialmente o valor de nenhum contrato, com exceção o da Caixa. Os contratos são confidenciais, não é uma falta de transparência do Corinthians. O Corinthians anualmente divulga o valor capitado em patrocínios, de maneira consolidada”, esclareceu o dirigente, reiterando ainda que o negócio renderá cerca de R$ 30 milhões ao Timão.
“Por que não posso divulgar? Porque cada anunciante tem sua estratégia de comunicação e quer privar a concorrência de saber o quanto ele está investindo. Eu tenho cláusulas de confidencialidade, não posso falar o quanto a Nike investe porque ela não quer que a Adidas saiba, por exemplo. Tudo é especulado”, finalizou.