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Detido injustamente, corinthiano de 16 anos relata abusos da PM e luta para voltar à rotina

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Com apenas 16 anos, estudante P.A. volta à rotina após ser detido injustamente no Rio com mais 30 corinthianos

Com apenas 16 anos, estudante P.A. volta à rotina após ser detido injustamente no Rio com mais 30 corinthianos

Reprodução

Ele viajou ao Rio de Janeiro apenas para assistir ao jogo do clube do coração. E mesmo fora do estádio no momento em que uma briga entre torcedores e policiais marcava a partida que aconteceria naquela tarde de domingo, foi apontado como criminoso, torturado pela Polícia Militar e detido injustamente.

Parece roteiro de cinema, mas é a história do paulista P.A., de 16 anos, preso com outros 30 corinthianos após o confronto do dia 23 de outubro, há um mês. Solto apenas na última quarta-feira, o garoto luta para voltar à rotina e, em especial, não perder o ano letivo.

Durante o período em que ficou na Fundação Casa, no Rio de Janeiro, o estudante perdeu aulas, trabalhos e atividades escolares. Em entrevista ao Meu Timão, ele relembrou o episódio, falou do abuso de autoridade da Polícia Militar do Rio e defendeu a liberdade de outros alvinegros também sem qualquer envolvimento com o conflito.

P.A. saiu de São Paulo com o irmão mais velho, Ricardo Oliveira, e outros dois torcedores do Corinthians: Eliaser Castro e Marcus Santi, que aproveitou a viagem em grupo para alugar um veículo e, assim, reduzir custos. O quarteto chegou ao Maracanã por volta das 17h, quando o jogo entre Timão e Flamengo teria início, e tirou fotos do lado externo antes de acessar o setor destinado aos visitantes.

O pesadelo começou quando o árbitro apitou o término do empate por 2 a 2. Depois de a Fiel ser obrigada a permanecer por horas no local, agentes do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) escolheram a dedo quem seria levado para a delegacia por conta da confusão mais cedo. Foi quando o jovem acabou surpreendido.

“Eu nem sabia o que estava acontecendo, não sabia o que tinha acontecido. Aí foi quando eu percebi que tinha acontecido a briga. Começaram a falar que só iam pegar quem estava no vídeo, mas saiu escolhendo um monte de pessoas a dedo. Aí ele (policial) foi e apontou para mim”, detalha. “Na hora eu pensei que não ia nem ser pego, pensei que seria liberado, que fariam o reconhecimento em outro setor do estádio. Mas aí eles começaram a nos levar para o ônibus e percebi o que estava acontecendo, estavam nos levando para a delegacia”.

Antes de ser levado à Cidade da Polícia com outros 63 corinthianos, o garoto viveu momentos de tensão e medo. Além de xingamentos, alguns dos policiais militares faziam ameaças e abusavam da autoridade para repreender o grupo, que pouco sabia o que aconteceria logo em seguida.

Lá no Maracanã, eles fizeram um corredor polonês e deram choque, cacetada, murros, tapas... Isso lá dentro do Maracanã. Tem muita gente que está presa ali e é inocente, mas todo mundo que está preso sofreu essa tortura”, lamenta. A tortura da PM veio à tona dias depois, quando imagens dos corinthianos machucados se espelharam pelas redes sociais.

Mesmo menor de idade, P.A. permaneceu encarcerado na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Bangu, convivendo com criminosos, de fato. A comunicação com os outros corinthianos dentro da cela era limitada, já que apenas 15 deles estavam sob o mesmo teto. “Muitos falavam que não tinham participado da briga, que não tinham visto, que estavam fora do estádio...”, diz o garoto.

Na terça-feira, quando teve a prisão preventiva decretada pela juíza Marcela Assad Caram Januthe Tavares, P.A. foi encaminhado ao Centro de Socioeducação Gelso de Carvalho Amaral (GCA), uma espécie de “triagem”, onde ficou por dez dias. Posteriormente, acabou levado à unidade de internação Dom Bosco. Embora estivesse num local mais adequado em comparação com a cadeia, sofreu com a atitude dos funcionários de lá. “Os funcionários ficavam mexendo, provocando, fazendo piadas. Falavam: ‘paulista burro, idiota, sai de São Paulo para fazer m****’”.

Liberdade e reencontro com a família

A boa notícia veio em 16 de novembro, graças ao pedido de antecipação da audiência feito pelo advogado. Testemunha daquele dia, Eliaser conta que, dos quatro policiais militares do Gepe, somente um disse se lembrar da fisionomia de P.A., mas tampouco soube cravar o envolvimento do menor na confusão no Maracanã.

“Nosso advogado estava com as fotos que ele fez fora do estádio com o celular, a gente imprimiu essas fotos. Quando eles chegaram no fórum, nosso advogado foi até eles e as mostrou: ‘Vocês têm certeza que conhecem esse menino? Olha aqui a foto dele, chegou depois no estádio. Cuidado com o que vocês falar lá porque os senhores podem se prejudicar muito com isso. Foi isso que aconteceu. Os quatro ficaram receosos e voltaram atrás nos depoimentos”, relata.

Sem provas, a promotoria do Rio de Janeiro impediu a continuação do processo do jovem e designou a soltura do mesmo. Um alívio para uma mãe que já amargava a dor da saudade do filho. “Fiquei feliz, pude rever minha mãe, fazia 25 dias que eu não a via. Pude rever todo mundo”, recorda o tímido jovem, que agora corre atrás do prejuízo e tentar salvar o ano de estudos. “Retornei pra escola pra ver se vou reprovar, ver se as professoras vão passar atividades, trabalhos, pra ver se tem como eu passar ainda”, finaliza.

E os outros 26? – A confusão generalizada nas arquibancadas do Maracanã completa um mês nesta terça-feira. Desde então, 30 torcedores do Timão estão presos no Rio de Janeiro. Entretanto, ao menos 26 podem estar encarcerados injustamente.

Veja mais em: Corinthianos presos no Rio.

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