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Quando o coração dispara
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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Coluna do Walter Falceta

Opinião de Walter Falceta

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Quando o coração dispara

Na elegância ou no tranco: o Timão segue em frente

Foto: Agência Corinthians

Ultimamente, tem sido assim: a hipertensão, a taquicardia, os dentes de baixo rachando os de cima. Mas isso é Corinthians! Porque para o corinthiano nada é fácil, nada vem de graça. Necessitamos sempre de garra, suor e luta.

Foi assim no campeonato do centenário, em 1922, quando tudo se complicou depois de uma derrota para o Palestra. Mas depois arrancamos um salvador 1 a 0 contra o Sírio. E, no jogo final, fizemos 2 a 0 no poderoso Paulistano, com gol do negro Tatu. Campeão com festa ruidosa por toda a cidade.

Foi assim no campeonato de 1938, naquele famoso jogo que foi paralisado pela chuva. Perdíamos para o São Paulo por 1 a 0. Dois dias depois, na retomada, empatamos com o gol chorado (e contestado) de Carlito. O bi estava garantido.

Foi assim no título do IV Centenário, correspondente ao ano de 1954, no empate em 1 a 1 contra o Palmeiras, que jogou de azul e tentou desesperadamente a vitória até o último minuto.

Foi assim na semifinal de 1976, no Maracanã, contra o então favorito Fluminense, quando triunfamos na cobrança de tiros livres da marca do pênalti.

Foi assim no ano seguinte, quando quebramos o jejum, com gol chorado de Basílio ao 36 minutos do segundo tempo.

Foi assim na Libertadores de 2012, em várias ocasiões, como na vitória sobre o Vasco, no Pacaembu, e no empate contra o Boca Juniors, na Bombonera.

Foi assim até mesmo no Mundial de 2012, diante do bem armado e talentoso Chelsea. Cassio consagrou-se herói debaixo das traves e, depois do gol de Guerrero, garantimos o resultado na raça dos atletas e no gogó dos milhares de loucos do bando que invadiram o Japão.

Até na Copa São Paulo deste ano vivemos momentos de tensão. “La décima” veio com placar apertado.

Tem sido assim nestes tempos difíceis de 2017. Contra o arquirrival Palmeiras, no ano 100 do Dérbi, éramos em campo 10 contra 12, se considerado o árbitro Peixoto. E vencemos, ao fechar das cortinas.

Contra o excelente Mirassol, parecia que um gol de falta selaria o empate da equipe interiorana. Nos derradeiros momentos, no entanto, empenhamos a cabeça de um zagueiro para buscar a vitória.

Neste jogo brusco, em Brusque, sobre o gramado duro, a esquadra mosqueteira penou. E, assim, nos exigiram os “pênaltis”, disputa que nos aterroriza em tempos recentes. E o mais afamado dos nossos, craque de retorno, mandou para fora a pelota.

A tensão é enorme. Precisamos fazer, e fazemos. Eles precisam errar de qualquer jeito a última cobrança da série, e erram. Precisamos varar a meta adversária de novo, e executamos o serviço. Alternadas: eles precisam desperdiçar, e desperdiçam. O paraguaio tem de converter. E converte!

Quando desse modo vai, é porque os deuses do futebol conspiram por nós. Pergunte aos mais antigos.

Porque assim, na superação da dificuldade, copiando a luta diária de seu povo, o Corinthians é mais Corinthians!

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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