Corinthians foi omisso com projeto da Arena, aponta auditoria
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Por Meu Timão
Um relatório produzido pela empresa Molina & Reis Advogados, contratada pelo Corinthians para coordenar a auditoria da Arena, aponta descaso do clube na fiscalização do planejamento do estádio. Trechos do documento, entregue à diretoria alvinegra há três meses, no dia 26 de janeiro, foram reproduzidos pela Folha de S.Paulo nesta quinta-feira.
“Deveria o clube, por meio dos seus representantes, órgãos e demais conselhos (...) ter procedido o acompanhamento de todas as fases e etapas da execução da obra pela construtora Norberto Odebrecht, devendo ser garantido o acesso irrestrito a tudo que a envolvesse, viabilizando melhores avaliações de seus reflexos econômicos, financeiros, contratuais, societários, entre outros”, afirma o laudo.
A Molina & Reis Advogados é comandada por Paulo Molina, de quem Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e homem forte por trás da construção da Arena, é amigo de infância.
O texto também questiona a disposição da diretoria do clube em fiscalizar as obras da Odebrecht e conclui que, se houvesse o acompanhamento necessário, “teria fiscalizado as atividades da construtora de maneira mais produtiva e eficaz”.
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Segundo o relatório, o valor do projeto da Arena foi de R$ 985 milhões, quantia bastante inferior ao custo somado com juros, hoje na casa de R$ 1,64 bilhão.
Fatores ligados à engenharia da Arena também são questionados pelo escritório de advocacia. Outra empresa, a Claudio Cunha Engenharia, com sede no Rio de Janeiro, teria postergado a entrega de seu relatório – a companhia possuía seis meses, a partir de 1º de junho do ano passado, para finalizar os trabalhos, o que não ocorreu.
“Passados aproximadamente quatro meses da contratação da CCEC [Claudio Cunha Engenharia] (...) de forma inexplicável, o comportamento [da empresa] passou a ser de retardamento, ausência de respostas de e-mails e solicitações...”, informa um trecho do documento.
OUTRO LADO
Roberto de Andrade não se pronunciou a respeito da auditoria até o momento. A Odebrecht, por sua vez, também ao jornal, declarou não considerar o laudo da Molina & Reis Advogados uma “auditoria” e questionou abrangência das análises, que abordam questões financeiras, estruturais e contratuais.