Marcelo Djian, Betão, Marquinhos, Pedro Henrique, Yago, Léo Santos... As categorias de base do Corinthians têm tido papel importante na construção de elencos profissionais competitivos, principalmente em relação abastecimento do setor defensivo. Aos 17 anos, o zagueiro Marcello Deverlan, da equipe Sub-17 do Timão, já se destaca entre os atletas de sua categoria, talento que já chamou atenção de Tite e é acompanhado de perto pelo técnico Fábio Carille.

Marcello foi contratado pelo Corinthians em 2015, época em que defendia o rival São Paulo. Ao Meu Timão, ele conta como tudo aconteceu. “Eu joguei quatro anos no São Paulo, joguei de 2011 a 2015. Aí houve o interesse do Corinthians, eles me contrataram no começo de 2015, e estou aqui desde então”, recorda o zagueiro, que não demorou a notar o maior desafio à sua frente assim que vestiu a camisa alvinegra. “Uma coisa que eu senti bastante diferença do São Paulo para o Corinthians: Corinthians é aquela garra, vontade de vencer, raça sobressai sempre, que é o ‘estilão’ do Corinthians”.

Após a conquista da Copa da Amizade Brasil-Japão, Dervelan, como outros jogadores, foi promovido à divisão Sub-17, estando assim mais próximo da rotina do time profissional. Em 2016, mesmo sem compor a equipe de juniores do clube, foi chamado pelo técnico Tite para participar de treinamentos no CT Joaquim Grava.

Arquivo pessoal

Marcello tenta explicar a experiência de, à época com 16 anos, trabalhar sob os cuidados do hoje comandante da Seleção Brasileira e sua comissão. “É muito diferente, negócio de outro mundo, para falar a verdade. O Tite, para você ter noção – por isso ele está onde está –, é um cara muito diferente”, afirma. “Às vezes a gente precisava subir porque os titulares jogavam e fazíamos os treinos com os reservas. Mesmo debaixo de chuva ele dava treino, dava instruções para nós. A gente sempre acaba tendo um pouco mais de dificuldade, não tem jeito, pessoal está lá há bem mais tempo. Então é muito bom, você aprende com os caras também, eles dão dicas, especialmente para os zagueiros”, explica o jovem beque.

Com a experiência de estar no radar da equipe profissional, o garoto é um dos pilares do esquadrão treinado por Marcos Soares que disputa o Campeonato Paulista Sub-17. O Corinthians lidera o Grupo 7 com 23 pontos, seis de vantagem sobre o Guarulhos, vice-líder da chave, e possui uma das defesas menos vazadas do torneio: apenas seis gols sofridos em nove jogos.

Arquivo pessoal

Ainda assim, Deverlan é ciente de que precisará mostrar mais para conquistar seu espaço no grupo principal. “O que eu busco é continuar trabalhando. Próximo ano pode ser o meu primeiro no Sub-20, a gente sempre buscar ir para uma taça, a Copa São Paulo, é sempre importante a gente ganhar esse aprendizado nos campeonatos mais importantes da base. E com isso vem o profissional... É tudo questão de trabalho, de tempo, para acabar me adaptando também. É o que eu busco”, diz, determinado.

Para chegar lá, Marcello segue os passos de um primo também jogador de futebol. Trata-se do zagueiro Rodrigo Caio, revelado pelo São Paulo e campeão olímpico pela Seleção Brasileira no ano passado. O jogador de 23 anos, considerado uma das principais revelações do rival nos últimos anos, é seu parente de segundo grau. A proximidade entre as famílias só faz o corinthiano almejar um futuro semelhante ao do são-paulino.

“Eu me espelho no meu primo, Rodrigo Caio, zagueiro do São Paulo. É um cara muito trabalhador, humilde demais e me espelho muito nele. É um moleque de ouro”, reitera Deverlan, que descreve como é ter um exemplo a ser seguido dentro da família. “É bom (risos). O cara já tem seis anos de profissional, é zagueiro de Seleção Brasileira, então ele acaba ajudando também. Tem essa interação, é bom. Mas é um cara muito ocupado, é complicado, uma rotina cheia de treinos, viagens, jogos...”, conclui.

Arquivo pessoal

Fair play do primo em clássico contra o Corinthians

“Para mim é uma atitude maravilhosa. Hoje em dia, no Brasil, está todo mundo querendo passar por cima de todo mundo, querendo passar o pé. Lá na Europa os jogadores fazem isso diversas vezes, e não repercute tanto porque a cultura deles é assim. Aqui, fazem de tudo para tirar vantagem”, opina o zagueiro.

Aspas para Carille sobre Deverlan

“Ele participou de alguns treinamentos com a gente ano passado. Foi pouco para avaliar, mas me pareceu um zagueiro muito rápido, de bom posicionamento e ótima leitura de jogo. Se amadurecer e continuar assim, se tornará um grande zagueiro”, projetou Carille ao Meu Timão.

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