Papo reto sobre a segunda derrota
Opinião de Walter Falceta
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1) Corinthians não combina com soberba. O Time do Povo sempre primou pela garra, pelo empenho e pelo foco na superação das adversidades. Sempre com a humildade dos gigantes. O "já ganhou" é uma armadilha.
2) A rigor, há duas fases do Corinthians neste Brasileirão. A primeira vai até a vitória contra o Palmeiras, por 2 a 0, quando alcançou 35 pontos em 39 disputados. Em 13 rodadas, teve aproveitamento de 89,7% dos pontos disputados.
3) A outra fase se iniciou no jogo seguinte, contra o Atlético Paranaense, em casa, na rodada 14. De lá para cá, foram 9 jogos. O aproveitamento caiu para apenas 55,5% dos pontos disputados: 15 em 27 possíveis.
4) O fator casa prejudicou tremendamente a campanha. De lá para cá, foram cinco jogos em Itaquera, com duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória. O aproveitamento doméstico nesta fase é preocupante: 33% dos pontos disputados.
5) Neste período, em casa, o Timão perdeu a invencibilidade e caiu para duas das piores equipes do campeonato, contra as quais não marcou um gol sequer.
6) As três partidas deste segundo turno fazem acender o sinal amarelo no Parque São Jorge. O aproveitamento é de 33%, garantido somente pela presença de espírito de Leo Santos e pela estrela de Jô, na partida contra a Chapecoense.
7) Contando acréscimos, já se passaram 220 minutos desde que o Corinthians balançou as redes pela última vez, em seus domínios. Foi no gol de Pedro Henrique, contra o Sport.
8) O Corinthians tem um bom 11, mas sofre com os desfalques. Falta elenco à esquadra mosqueteira.
9) Sem corneta, mas até as pedras de Itaquera já se convenceram de que Kazim não se dá bem com o futebol. Ele sofre com a bola, a torcida com ele. Aliás, foi o atacante quem perdeu a dividida de cabeça no gol de Gilvan, do Atlético Goianiense.
10) Em casa mais uma vez, contra outro rubronegro, o Corinthians repetiu a fórmula que fracassou contra o Vitória, em ações ofensivas que muito lembram a troca de passes em meia lua do handebol. A muitos torcedores, o martírio contra o fraco Atlético Goianiense parecia uma prorrogação da derrota para os baianos.
11) Nada está perdido. Nem de longe, pois ainda há gordura para se queimar. Futebol é assim: ganha-se, perde-se. Mas é preciso ajustar, corrigir e, principalmente, reinventar. O Corinthians tem sido previsível e os atores de seu meio de campo, em particular, precisam repensar urgentemente a execução de seus papéis.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.