Um time que ficou enrolado
Opinião de Walter Falceta
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1) Há três fases do Corinthians neste Campeonato Brasileiro. A primeira é de desenvoltura e se estende até a vitória contra o Palmeiras. A segunda é de rendimento reduzido, a partir do empate contra o Atlético Paranaense. A terceira se inicia neste segundo turno; e exibe um time enrolado.
2) Nesta terceira fase, disputou três partidas. Ganhou uma e perdeu três, com aproveitamento pífio de 25% dos pontos disputados. Anotou apenas um gol, estabelecendo no returno média de 0,25% por jogo. Tomou quatro, ou seja, média de um gol por partida.
3) Mas, afinal, por que enrolado? Porque retornou sem a pegada do primeiro turno, raramente verticaliza jogadas e se confunde em tramas de meio de campo inócuas, em ações que lembram os avanços em meia-lua do hanbebol.
4) Para essa situação colabora o desempenho confuso de Rodriguinho e Jadson. Ou travam as jogadas ou as desperdiçam. Rodriguinho porque prende demais a bola e acaba facilmente desarmado. Jadson porque se exercita na imprecisão do passe.
5) Verifica-se também queda de rendimento na dupla de volantes. Desapareceu o "homem surpresa", muitas vezes encarnado por Maycon no primeiro turno. Nem ele nem Gabriel parecem calibrados na cobertura dos laterais.
6) Em mais esta derrota para o Santos na Vila Belmiro, onde o time não vence desde 2014, Fagner sofreu sozinho no lance contra o lépido pernalta Bruno Henrique. No segundo tento, novamente o atacante santista ofereceu assistência a partir do desguarnecido setor direito mosqueteiro.
7) O time enrolado do Corinthians não foi capaz de exercer uma marcação eficaz sobre Lucas Lima. Antepondo-se entre a bola e o adversário, em um roteiro previsível, o meia peixeiro cavou faltas e cartões amarelos para os adversários.
8) Pablo não repete o desempenho do período que antecede sua grave contusão. Marciel, esforçado na esquerda, não foi capaz de suprir a falta de Guilherme Arana.
9) Todas essas falhas de um time que se desorganizou depois do recesso poderiam ser minimizadas por alguma efetividade ofensiva. Mas a história deste segundo turno é de seca de gols. Quando as chances aparecem, há sempre alguma hesitação, o chute tardio, mascado ou sem direção.
10) Incomoda o discurso recente, antes e depois da partida, de que "é difícil jogar na Vila Belmiro". Ora, e quem não sabe disso? Convém adotar-se outra postura nos clássicos disputados na Baixada. Parece também que ainda não caiu a ficha referente à queda de rendimento no certame. A gordura não vai durar para sempre.
11) Convém vencer o Vasco em casa, na próxima rodada. Depois, vem mais pedreira. Nos treinamentos e nas conversas de grupo, a missão de Carille é desenrolar o Corinthians.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.