Quais números nos separam do hepta no Brasileirão?
Opinião de Walter Falceta
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Você tem razão: o que vale é bola na rede. Estatísticas não conquistam campeonatos. Além de tudo, o futebol sempre nos apronta surpresas e resultados inesperados podem modificar radicalmente a tabela de classificação.
No entanto, todo torcedor faz contas e "torce" por números. Na noite de quinta-feira, por exemplo, os corinthianos vibraram com o gol único do Sport que decretou o empate na Ilha do Retiro e suprimiu dois pontos do Santos. A rodada poderia terminar com uma diferença de sete pontos entre os alvinegros. Manteve-se, no entanto, em nove.
Faltando apenas nove rodadas para o término do Brasileirão 2017, o que separa o Corinthians de seu sétimo título na competição?
Cabe examinar, primeiramente, as previsões dos canais especializados. O site Chance de Gol crava que a probabilidade de que o Timão levante o caneco é de 82,6%. O Infobola, do professor Tristão Garcia, arredonda o número: 83%.
Os quadros das duas centrais de cálculos são muito parecidos. Para os estatísticos, seis times ainda podem alimentar o sonho do título: Corinthians, Grêmio, Palmeiras, Santos, Cruzeiro e Flamengo, exatamente nesta ordem. Só mesmo uma intervenção milagrosa, porém, faria rubronegros e celestes atingirem o topo da tabela.
Como futebol é momento, no entanto, cabe avaliar o desempenho destas agremiações no segundo turno. No sexteto, o Corinthians tem o segundo pior aproveitamento (40%), um pouco adiante do Grêmio (36,6%). Cruzeiro e Palmeiras lideram. O time mineiro obteve 20 pontos nesta fase. Os alviverdes acumularam 18.
O que isso quer dizer? Nada. Ou tudo. Pode indicar uma tendência de aproveitamento de pontos nas nove derradeiras rodadas.
Quer um exemplo? Vamos supor que o Corinthians mantenha até o final a média de 40% de aproveitamento. Somaria mais 10,8 pontos. Arredondemos para 11. Somados aos 59 já conquistados, chegaria a 70. O Palmeiras, se mantiver sua média de 60%, faria mais 16,2 pontos. Arredondemos para 16. Somados aos seus atuais 50, atingiria 66.
Logicamente, a Matemática dos jogos é sempre mais complexa. Há confrontos diretos que, efetivamente, valem 6 pontos. Considere que Corinthians e Palmeiras vençam seus próximos dois compromissos e cheguem ao prélio de 5 de Novembro, em Itaquera, com respectivamente 65 e 56 pontos.
Uma vitória corinthiana ampliaria a vantagem mosqueteira para 12 pontos (68 a 56). Uma derrota, no entanto, faria com que despencasse para 6 pontos (65 a 59).
Outros fatores contam nessa busca pelos 27 pontos finais. O Palmeiras, por exemplo, enfrenta o Grêmio no próximo dia 22, apenas três dias antes que a esquadra gaúcha encare o Barcelona de Guayaquil pelas semifinais da Libertadores. Que não se espere, portanto, que o técnico Renato Portaluppi escale todos os seus titulares.
O mesmo Grêmio enfrenta, fora de casa, no dia 29, o Avaí, pouco antes da partida de volta contra os equatorianos. O Santos, como mandante, mede forças com o mesmo Grêmio na Rodada 36.
A título de curiosidade, a Dream Vision Comunicação realizou um detalhado estudo de probabilidades, avaliando cada um dos nove jogos dos seis candidatos ao título. Levou em consideração o fator casa e o desempenho de seus adversários até a rodada 29. Assim, ergueu seis "paredes da dificuldade" na reta final.
O caminho mais difícil é do Cruzeiro, justamente o time que, entre os seis favoritos, lidera em aproveitamento no segundo turno. Ergue-se diante do Timão a quarta maior parede. Serão cinco partidas fora de casa e quatro em Itaquera. A contenda mais fácil, segundo a análise, será contra o Avaí, na rodada 34. Os jogos contra Botafogo e Flamengo, no Rio, são considerados grandes desafios.
O Grêmio aparece como titular da tabela mais cômoda nesta fase. No entanto, a análise não levou em consideração a provável escalação de times mistos nas datas próximas de compromissos da Libertadores.
A dança dos números não para. E é provável que a próxima rodada já altere os prognósticos. Para além de todas as equações, sobra uma sentença chave: para sair bem na fita dos cálculos, é preciso jogar bola.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.