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Opiniões: qual clube é o maior campeão brasileiro?
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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Opiniões: qual clube é o maior campeão brasileiro?

Hepta: ao campeão o que é do legítimo campeão

Foto: Agência Corinthians

O sétimo título corinthiano do Campeonato Brasileiro reavivou o debate em torno da conversão de torneios primitivos em conquistas nacionais, ocorrida em 2010. Reproduzo aqui algumas opiniões de especialistas sobre o assunto.

Segue trecho da coluna do jornalista Domingos Fraga, em sua coluna de hoje, no portal R7 (os links remissivos figuram ao pé desta página):

Professor de História da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Ludens (Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol e Modalidades Lúdicas), além de torcedor declarado e apaixonado do Palmeiras, o historiador Flavio de Campos acredita que só existe uma única formulação possível no momento: o Corinthians é o maior campeão do Campeonato Brasileiro.

"O Corinthians é o maior campeão brasileiro porque é o mesmo campeonato disputado desde 1971. Antes disso, temos outros títulos que são importantes e importantíssimos para a formação do futebol brasileiro. Mas a unificação (feita pela CBF) equiparou títulos de natureza diferentes. Em uma reflexão mais ponderada, não faz sentido", afirma o professor de História da USP. "Não dá para comparar (as competições). Tem que existir categorias históricas diferentes para não se cometer anacronismos", diz Campos.

O conceito de anacronismo, citado pelo historiador, está relacionado a erro de cronologia que, em geral, atribui a uma época ou a uma personagem ideias e sentimentos que são de outra época.

Agora, a opinião do veterano e conceituado jornalista Décio Trujilo, que por muitos anos trabalhou em O Estado de S. Paulo.

Vou dar apenas um exemplo para mostrar como não se dava importância à Taça Brasil. Apesar de curtíssima, a última edição, a de 1968, terminou só em outubro de 1969 porque os times não tinham datas para jogar (eles preferiam disputar os estaduais ou viajar fazendo amistosos). A decisão, no Maracanã (Botafogo x Fortaleza) levou 34 mil torcedores ao estádio, numa época em que qualquer jogo importante no Rio vendia mais de 100 mil ingressos. Nas quartas de final, o jogo do Botafogo contra o Metropol (SC) foi interrompido por causa da chuva, com 1 a 1 no placar. Quando foi remarcado, os catarinenses abriram mão de disputá-lo porque não compensava nova viagem ao Rio. O Botafogo foi campeão com três vitórias e três empates.

Confira a opinião do jornalista Juca Kfouri, do portal UOL.

O Corinthians é o maior campeão brasileiro porque, desde 1971, quando foi criado o Campeonato Brasileiro, acaba de vencê-lo pela sétima vez, e superou o Flamengo e o São Paulo.

Não é o maior campeão nacional, porque o Palmeiras foi cinco vezes campeão brasileiro, duas vezes campeão da Taça Brasil, outras duas do Robertão e mais três da Copa do Brasil, somando 12 títulos, contra dez do Corinthians, somadas as três Copas do Brasil do Alvinegro.

Considerar a Taça Brasil como equivalente ao Campeonato Brasileiro não é só aceitar o revisionismo, por motivos políticos e demagógicos, da CBF. É cometer um crime contra o futebol.

O prestigiado jornalista Silvio Lancellotti, também colunista do portal R7, compartilha da opinião expressa pelo historiador Flavio de Campos e consideração a unificação de 2010 equivocada ao tentar alinhar situações anacrônicas.

Brasileiro, mesmo, somente depois de 1971. Na época da "unificação", quando ainda comentarista da ESPN-Brasil, contestei de maneira veemente essa ideia absurda. Nem a Copa do Brasil nem o Robertão se assemelham a um Campeonato Brasileiro. Essa manobra não passa de casuísmo vulgar.

De minha parte, como estudioso do futebol, reproduzo o que escrevi ontem em minha coluna, antes da vitória corinthiana sobre o Fluminense.

O Corinthians, que em breve pode conquistar seu sétimo título da principal competição brasileira, nunca levou o caneco disputando apenas quatro ou cinco jogos, como era comum a Palmeiras e Santos na década de 1960.

Ora, campeão brasileiro enfrentando apenas duas equipes? Pois era a realidade das competições da época. O Palmeiras "campeão" de 1960, só enfrentou Fluminense e Fortaleza. E o Santos de 1963? Só o Grêmio e o Bahia.

Nem mesmo a atual Copa do Brasil (mais próxima da natureza dos torneios primitivos) segue esse padrão.

Tampouco o Corinthians conquistou algum Brasileiro que fosse, na verdade, uma extensão do Rio-S. Paulo, como o "Robertão" de 1967, organizado pelas federações dos dois Estados.

Abaixo, a íntegra dos textos de Domingos Fraga, de Juca Kfouri e de minha coluna.

Domingos Fraga (R7): https://noticias.r7.com/coluna-do-fraga/corinthians-e-o-maior-campeao-brasileiro-diz-historiador-palmeirense-da-usp-16112017?r7_result=success#r7poll_5a0dd1e72bc243200400b852

Juca Kfouri (UOL): https://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2017/11/16/juca.htm

Walter Falceta (Meu Timão): https://www.meutimao.com.br/coluna/walter_falceta/848/existe-mesmo-algum-heptacampeao-brasileiro-voce-decide/

Veja mais em: Heptacampeonato brasileiro e Campeonato Brasileiro.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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