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Mais apoio ao futebol feminino
Victor Farinelli

Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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Mais apoio ao futebol feminino

Uma instituição como o Corinthians precisa ter um time feminino 100% seu

Foto: Bruno Teixeira/Agência Corinthians

O ano ainda não acabou, falta uma partida a mais por disputar, mas não adianta negar que a Fiel já está com a cabeça em 2018. Onde junta dois Coringão na rua, ou nas redes sociais, o tema é sempre possíveis contratações, rezar pra que os melhores do atual elenco fiquem, e o que deverá ser prioridade na próxima temporada.

Mas aí eu gostaria de incluir um desejo a mais nesse adiantado pacote de ano novo -- já que de resto acho que quero mais ou menos o que todo mundo quer. Meu pedido especial é ver um Corinthians com muito mais compromisso e prioridade para com o futebol feminino no ano que vem.

Para esse meu desejo se tornar realidade, algo bastante profundo tem que mudar no clube. Temos que entender que o espaço que as mulheres estão ganhando no Corinthians é cada vez maior, especialmente nas arquibancadas e isso porque a mulher corinthiana é guerreira e luta por ele, não porque nós homens o outorgamos -- porque, pelo contrário, muitas vezes somos obstáculo a isso. Não sejamos!

No conselho mesmo a participação feminina é muito pequena, e vejamos se as próximas eleições nos trazem um panorama melhor disso. Com respeito ao apoio às modalidades femininas também poderia haver maior compromisso, a começar com o futebol feminino, atual campeão continental, que precisa melhorar pra ser depois o carro que puxe o apoio pras demais modalidades.

Esse maior compromisso, creio eu, deve ter dois pontos fundamentais: 1) fazer um time feminino puro sangue corinthiano; e 2) trazer o time pra jogar mais perto da Fiel, pra que as nossas jogadoras possam ter tanto apoio quanto as equipes masculinas.

A primeira parte, na verdade, pode até esperar mais um ano, já que 2018 está aí em cima e provavelmente está tudo pronto pra mais uma temporada dentro da parceria Corinthians/Audax. Nada contra estar do lado do clube de Osasco, e é preciso reconhecer que tem sido um sucesso até aqui, pros dois clubes. Mas uma instituição como o Corinthians precisa ter um time feminino 100% seu.

Além disso, concretizar isso é mais uma questão de vontade política que de dinheiro. Claro que na nossa atual situação financeira todo gasto é complicado, mesmo que o futebol feminino seja uma modalidade barata. Ainda assim, outros clubes em situação econômica similar (como o Santos) ou até piores mantém suas equipes sem parcerias. Então o que falta é uma diretoria que saiba fazer isso acontecer.

Com uma equipe feminina que seja somente do Corinthians, o segundo passo seria natural: trazer elas pra junto da Fiel. As partidas em Barueri são praticamente um adversário a mais na popularização da modalidade entre os corinthianos. É longe, o transporte é caro e consome muito tempo. Enfim, não dá pé. Depois não adianta reclamar de estádio vazio.

As recentes demonstrações da torcida em Itaquera em partidas das categorias de base mostram que a nossa torcida sim está antenada e presente quando as partidas são realmente em nossos domínios. Então, porque não trazer o time feminino também pra jogar na Zona Leste? Podíamos disputar algumas partidas no Parque São Jorge inclusive -- as menos importantes, já que as mais decisivas devem ser em Itaquera.

Cobrar alimentos não perecíveis de entrada ou algum outro tipo de arrecadação alternativa a preços simbólicos, nada de inventar a roda, apenas ampliar uma fórmula que já está dando certo pra potenciar também as outras modalidades.

O time de futebol feminino do Corinthians foi resgatado há dois anos, nessa parceria com o Audax de Osasco, e tem mostrado bons frutos até agora. Teve bom desempenho nos campeonatos Paulista e Brasileiro em ambos os anos, e campanha perfeita nas copas - ganhou a Copa do Brasil feminina no ano passado, e a Libertadores Feminina este ano.

Vou continuar sonhando com esse Corinthians com mais oportunidades para as modalidades femininas em geral, mas começando com essa já excelente equipe de futebol. Claro que isso dependerá também dos resultados das eleições do clube.

Não vou citar nomes pra não fazer jabá de ninguém, mas dos dois quatro candidatos à presidência do clube, apenas um mostrou um programa com medidas específicas dirigidas a esse departamento -- não exatamente o que eu falei, mas tudo bem, não sou dono da verdade. Um segundo falou em entrevistas sobre ter esse maior compromisso, mas sem explicar exatamente o que pretende fazer. Os outros dois ainda não tocaram no tema, mas espero que apresentem algo, ainda está em tempo. O ideal é que os quatro candidatos mostrem ideias concretas e vontade real de melhorar o esporte feminino dentro do clube.

Enfim, o que espero pra 2018 é que o Coringão continue sendo cada dia mais forte, tanto no futebol masculino quanto no futebol feminino. Algo que já conseguimos em 2017. É coisa de continuar nesta toada.

Veja mais em: Futebol feminino.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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    @timaokrai em

    O problema é que o povo insiste em comparar o futebol feminino com o masculino. Por isso que se decepcionam. Nós mulheres temos menos força e resistência física, então o futebol será menos pegado, ué. Além disso, o número de jogadoras são proporcionalmente menores do que o masculino, ou seja, as meninas tendem a ter um nível técnico menor, pois tem poucas jogadoras disponíveis.

    O Corinthians é um time gigante e tem sim que investir em todas as modalidades. Temos que entender que somos mais que um clube: uma nação. Uma organização não deve apenas se limitar as questões financeiras, mas sociais. E temos que ter um clube de futebol feminino e apoiar as meninas. Ainda endosso que elas deveriam jogar na arena, basta o pessoal do marketing trabalhar sério e chamar o torcedor pra apoiar e não achar que é uma extensão do futebol masculino.
    Veja como exemplo o MMA. Já se tornou praticamente o segundo esporte do brasileiro.

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    20º. @adilsonlouco em

    Seria mais interessante se as próprias mulheres se apoiassem em mostrarem o quanto são apaixonadas pelo futebol

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    Utopia, sempre.

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    A diretoria do Corinthians só vai atrás dessas coisas com um objetivo: benefício fiscal.

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    Austin 281 comentários

    17º. @austin.andrade em

    Concordo com o autor quando fala em time 100% Corinthiano. Essa parceria Corinthians/Audax é no mínimo curiosa. Sem falar que os jogos deveriam acontecer na Fazendinha.

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    Sérgio 10493 comentários

    16º. @sergio.ohno em

    Diria que o futebol feminino não escapa da abordagem que a Diretoria dá para todos os esportes, exceto o futebol masculino e minimamente o FutSal, qual seja, nenhuma prioridade e preferindo fazer parcerias como clubes de menor expressão que em nada favorece o crescimento do esporte amador. Começou com o basquete feminino que já não existe mais, passou para o futebol feminino e, mais recentemente, o voleibol masculino. Prometem que farão diferente com o basquete masculino mas é esperar para ver.
    Pelo que divulgaram anteriormente, o futebol feminino deve separar do Osasco no ano que vem por conta de novo regulamento da CBF, mas não se falou mais nada a respeito de como isso irá ser feito.
    Quanto a jogos, não se justifica utilizar a Arena especialmente por conta dos custos envolvidos mas poderiam ser mandados na Fazendinha onde, certamente, o apoio da Fiel seria muito maior do que em Barueri.