Mascherano revela que expulsão pelo Corinthians em 2006 mudou sua carreira
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Por Meu Timão
Campeão brasileiro pelo Corinthians em 2005, Javier Mascherano, zagueiro da seleção argentina e do Barcelona, mudou a maneira de encarar o futebol profissional na noite de 26 de abril de 2006. A data se refere à derrota sofrida pelo Timão por 3 a 2 para o River Plate, em Buenos Aires, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América.
Em entrevista à revista El Gráfico publicada no último dia 1º, Mascherano recordou sua expulsão naquela partida. Para o veterano defensor, que ainda atuava no meio de campo à época, o fato de ter prejudicado a equipe alvinegra diante do River Plate, clube que o revelou, gerou dúvidas por parte de torcedores corinthianos quanto à sua honestidade.
“Marcelo (Gallardo) foi astuto porque o segundo cartão amarelo foi ele que me forçou a receber, exagerando a queda. Aquele meu jogo não foi ruim. Foi péssimo”, detalhou Mascherano. “Aquele cartão me complicou no Brasil, tanto que os torcedores vieram falar comigo”, emendou o argentino.
Segundo o jogador, aquele cartão vermelho o fez enxergar futebol de outra maneira. Dali em diante, ele jamais se envolveria emocionalmente – ao menos não dentro de campo – com o River Plate, time pelo qual nunca escondeu ser apaixonado. Já o Corinthians acabaria eliminado da Libertadores no Pacaembu, onde perdeu pelo placar de 3 a 1.
“Ali, naquele fracasso, percebi que o jogo me transbordou, que eu fiquei totalmente tomado. Sou bastante sensível e me emociono fácil. Choro fácil, também. Fiquei tão perdido que em vez de ir para o vestiário depois da expulsão, dei a volta pelo campo, por trás do gol”, relembrou.
Contratado pelo Corinthians via parceria com a MSI, Mascherano logo deixaria o clube rumo ao futebol inglês. O defensor, hoje ícone da seleção argentina, disputou apenas 26 jogos com a camisa alvinegra.
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Curiosamente, Javier e River voltariam a cruzar caminho em uma decisão em 2015, na final do Mundial de Clubes. E a lembrança ligada ao Corinthians cerca de dez anos antes veio à tona:
“Qualquer gesto pode ter qualquer interpretação, e depois do que aconteceu com o Corinthians, preferi me afastar emocionalmente em jogos assim. O torcedor é torcedor, mas como vou ter alguma razão para desrespeitar o River, com tudo o que o clube me deu? Enquanto eu me aquecia naquela final no Japão, repetia para mim mesmo: 'Não vá até lá, não se comprometa emocionalmente, você joga como zagueiro central, se for até lá, você vai fazer alguma cagada e o time vai perder por culpa sua. Pensei nisso o tempo todo, desde a semifinal', completou.