Diretor financeiro do Corinthians analisa detalhes do balanço de 2017; leia a entrevista
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Por Rodrigo Vessoni
Se o momento do Corinthians dentro de campo é bom, com títulos e bons resultados, fora das quatro linhas a situação do clube é bem diferente. O balanço financeiro do exercício de 2017, divulgado nesta quinta-feira, mostrou um déficit de R$ 35 milhões, algo que tira o sono do novo diretor financeiro do Timão, Wesley Melo.
Em entrevista exclusiva ao Meu Timão, o responsável pelo departamento não esconde a preocupação com a falta de fluxo de caixa (montante de caixa recebido e gasto por uma empresa durante um período de tempo definido), que faz com que o déficit mensal seja de R$ 8 milhões.
Acompanhe abaixo as impressões de Wesley Melo, que apresentará nos próximos dias o documento do balanço financeiro do exercício de 2017 ao Conselho Deliberativo, ao Cori (Conselho de Orientação) e a diretoria em si.
Confira a entrevista com Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians
Meu Timão: O que poderia dizer sobre esse último ano do Corinthians?
Wesley Melo: O ano de 2017 foi bastante difícil fora de campo. Se dentro a equipe conseguiu dois títulos, fora a finança foi bem complicada. Não tivemos o patrocinador máster, não disputamos a Libertadores, ou seja sem as rendas para o fundo.
Mas a antiga diretoria diz que fechou a torneira durante o ano...
O Roberto (de Andrade, ex-presidente) fez uma redução de custos bastante interessante, mas a despesa com o futebol precisou ser aumentada. Aí vira aquele cobertor curto.
Qual é maior problema para o departamento financeiro neste momento?
.A maior dificuldade, sem dúvida, é o fluxo de caixa. Estamos com um déficit mensal de R$ 8 milhões, dependendo da venda de jogadores para melhorar a situação. Mas precisamos ter um time forte, não podemos perder um Fagner, um Balbuena, um Rodriguinho. O que torço é para que o marketing e o Rosenberg (diretor de marketing) tragam dinheiro novo.
Pelo balanço de 2017, o Corinthians fechou com déficit de R$ 35 milhões. Isso não preocupa?
O déficit de R$ 35 milhões é bastante ruim, mas se tivéssemos um fluxo de caixa melhor, esse valor passaria batido e seria mais fácil de ser administrado.
Por que, basicamente, chegou a esse valor negativo após uma temporada com dois títulos da equipe principal?
Conseguimos uma diminuição de empréstimo bancário, mas pagamos alguns deles e até impostos com juros e multas, alguns fornecedores idem. Isso aí sempre traz problema ao fluxo de caixa.
O que poderia falar sobre o orçamento de 2018? Qual a expectativa para esta temporada?
O orçamento de 2018 está feito, sim. Mas foi preparado em dezembro, ainda quero revisá-lo. No meio do ano, com coisas que podem acontecer e não foram previstas, eu quero preparar um novo documento. Quero focar em 2018 apenas depois de aprovar as contas de 2017. Ainda tenho esperança de fechar no azul (2018), mas quero ver isso posteriormente.
Em relação à Arena Corinthians, o quanto suas finanças impactaram no fluxo de caixa do clube?
Em 2016 e 2017, o clube precisou repassar cerca de R$ 25 milhões para a Arena. Nos dois anos o valor ficou parecido. Este ano, com nova precificação dos ingressos, com o time indo bem e com a disputa da Libertadores, esperamos que isso não seja necessário.