O que o torcedor do Corinthians não pode perder no Museu do Futebol, no Pacaembu
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Por Thaina Barros
Ah, o Pacaembu... Palco de diversas conquistas e momentos históricos do Corinthians, tendo um espaço especial no coração de cada torcedor alvinegro. O estádio paulista, além de carregar a enorme ligação com o clube do Parque São Jorge, mantém um acervo futebolístico digno da atenção da Fiel. Por lá está instalado o Museu do Futebol, um espaço cultural voltado à prática, à história e curiosidades que cercam o futebol brasileiro desde seus primórdios.
Em atividade desde setembro de 2008, o Museu guarda grandes registros do futebol brasileiro. E, é claro, o Corinthians tem presença forte no acervo. Com isso, o Meu Timão desenvolveu um guia especial para corinthianos no espaço e listou tudo o que você, torcedor, não pode perder na exposição. Confira!
Paixão em objetos
A primeira parada pelo tour na história do futebol brasileiro é na sala Grande Área. Nela são reunidos objetos que expressam a paixão pelo esporte, como cartazes, jogos de botões, selos, brinquedos, figurinhas, álbuns, entre outros. Olhando com atenção, o torcedor corinthiano pode encontrar a presença do Timão em diversas imagens que estão espalhadas pelo local.
Por lá, é possível encontrar uma caricatura do lateral Ari, revelado nas categorias de base do Corinthians. A imagem é capa do álbum de figurinhas "Balas Futebol", lançado em 1959. Outro jogador do Timão retratado com um desenho na mesma publicação é Luizinho, mais conhecido como Pequeno Polegar. O ex-jogador fez história ao conquistar 21 títulos pelo clube do Parque São Jorge.
A sala do Museu ainda conta com figurinhas histórias de ex-boleiros do Corinthians, como Mirandinha, e até um botão com o escudo do clube. É de se passar horas admirando.
Ídolos em projeção
O espaço seguinte do Museu do Futebol é um verdadeiro acervo de craques. A sala Anjos Barrocos reúne a projeção de 27 jogadores que fizeram a diferença no futebol brasileiro. Entre eles, é possível identificar grandes ídolos da torcida do Corinthians.
Sócrates é um dos primeiros ex-jogadores do Timão que podem ser identificados. Um dos líderes do movimento Democracia Corinthiana, o eterno Doutor defendeu o clube alvinegro entre 1978 e 1984. Este ano, inclusive, foi homenageado na apresentação do uniforme 2018/2019 da equipe e teve uma estátua sua exposta na Arena em Itaquera.
Além do ex-meia, nomes conhecidos pela Fiel aparecem na exposição. São eles: Rivaldo, Rivellino, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos e Garrincha.
Emoção em vozes e imagens
Depois de ver os ídolos em tamanho real, é a hora de se emocionar com gols marcantes da história do Corinthians. As salas dos Gols e dos Rádios permitem que o visitante escolha entre narrações de tentos na televisão e no rádio.
Na telinha, basta selecionar o narrador e ele mesmo irá relatar o tento mais marcante na carreira. Entre as escolhas está a de Luciano do Valle, um dos principais narradores do Brasil, que elegeu o gol de cobertura de Ronaldo pelo Corinthians, na vitória de 3 a 1 sobre o Santos. O tento marcou o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista de 2009 - torneio que o Timão levou a taça.
Outros três locutores definiram gols do time do Parque São Jorge como os mais importantes de suas carreiras. O jornalista Juca Kfouri escolheu o tento de Basílio, na vitória de 1 a 0 do Corinthians sobre a Ponte Preta, no Paulistão de 1977. Já Daniel Piza escolheu o gol de Sócrates na final do Campeonato Paulista de 1983, que terminou com um empate de 1 a 1 diante do São Paulo. Por fim, Juarez Soares ficou com a bola na rede de Paulo Borges no clássico contra o Santos, vencido por 2 a 0, em março de 1968.
Quando o foco passa para os radialistas, é preciso sintonizar o ano e o nome do locutor de sua preferência. A dica é selecionar o ano de 1977, quando José Silveiro narrou o gol de Palhinha, camisa 10 do Timão, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Paulista de 1977. A partida terminou com uma vitória de 1 a 0 do Corinthians sobre a Ponte Preta, no primeiro passo para o título e o fim de jejum de quase 23 anos sem conquistas.
No meio da arquibancada
Palavras e imagens são pouco para definir a sensação de visitar a sala Exaltação.
A entrada tem início com uma porta giratória e segue por uma escada rolante - ambos os espaços rodeados por potentes caixas de som. O ambiente escuro, localizado abaixo das arquibancadas do Pacaembu, é tomado pelo canto ensurdecedor de diversas torcidas que já brilharam no estádio. A Fiel, claro, está entre elas.
Projeções de arquibancadas lotadas, com sinalizadores, bandeirões e tudo que uma verdadeira festa pode ter direito, aparecem aliadas ao cheiro de terra do interior do estádio paulista e trazem uma sensação de raiz futebolística ao cenário. Garanto, caro torcedor, que a experiência jamais será esquecida.
As origens
Na sala das Origens, é o momento do visitante entrar em uma máquina do tempo e ver como o futebol foi fincado no Brasil, passando do final do século 19 até a sua profissionalização na década de 30. A ala contém registros históricos para os corinthianos, como a primeira formação campeã pelo clube do Parque São Jorge, em 1914 - quatro anos após sua fundação.
A conquista aconteceu no dia 8 de novembro daquele ano, quando o Corinthians levou o seu primeiro título no Campeonato Paulista, com um aproveitamento de 100% em dez partidas disputadas. A vitória veio com gols anotados por Police, Peres, Neco e Apparício, que selaram o placar de 4 a 0 sobre o Campos Elyseos. A taça veio com uma rodada de antecedência.
Além da escalação campeã do Corinthians de 1914, também é possível identificar uma fotografia de Charles Miller. Responsável por introduzir o futebol no país tupiniquim no fim do século 19, o paulista foi torcedor do Timão. Ele criou laços afetivos com o clube alvinegro por conta da inspiração no clube inglês de mesmo nome, que excursava no Brasil em 1910, ano da fundação do Corinthians no bairro do Bom Retiro (próximo ao Brás, onde Charles nasceu). Vale destacar que o jogador fez sua carreira em solo brasileiro no São Paulo Athletic Club, mas atuou no Corinthian F.C., em Londres, aos 17 anos.
Corinthianos nas Copas
Em ano de Copa do Mundo, nada melhor do que lembrar de quase todas as edições do torneio. A sala das Copas reúne fotografias e vídeos que relembram a trajetória da Seleção Brasileira desde do anos de 1938 até 2014. No trajeto da equipe nacional, que conquistou cinco títulos mundiais (em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), passaram diversos jogadores do Corinthians. Todos eles são lembrados na exposição.
Entre os 23 corinthianos presentes no acervo, se destacam os campeões com a camisa verde e amarela. Os primeiros jogadores do Corinthians a levantar a taça pela Seleção foram o goleiro Gilmar, titular absoluto na Copa de 1958, e o lateral Orec, que permaneceu na reserva.
Já em 1970, na considerada a melhor Seleção de todos os tempos, destaque para o ídolo Rivelino e para Ado, outro arqueiro alvinegro. O primeiro deles participou de cinco jogos na competição mundial e marcou três gols. Depois, na Copa de 1994, Viola representou o Corinthians na equipe nacional e jogou apenas 15 minutos, no segundo tempo da prorrogação da final contra Itália.
Os últimos jogadores do Corinthians a defenderem uma campanha vitoriosa da Seleção na Copa, em 2002, já sabiam muito bem o que era ser campeão do mundo. Dida, Vampeta e Ricardinho, integrantes do time campeão do Timão no Mundial de Clubes da FIFA de 2000, defenderam as cores da equipe nacional e faturaram uma taça mundial mais uma vez. Aliás, as cambalhotas de Vampeta após a conquista, no Palácio do Planalto, acabaram se tornando um dos momentos mais marcantes das comemorações do penta.
Números e curiosidades
Depois de relembrar tanto sobre a história do futebol no Brasil, o momento é de mergulhar em informações e estatísticas do esporte. A sala dos Números e Curiosidades oferece isso para os visitantes, com um acervo que visa também o futebol feminino, o futsal e o futebol de várzea.
É um prato cheio para os torcedores do Corinthians, que podem conhecer dados e ter contato com objetos primordiais do mundo futebolísticos como as primeiras bolas e o apito de um árbitro. Ah, e de quebra, ainda é possível brincar de pebolim com os amigos na saída do ambiente.
Uma espiada no Pacaembu
Ainda na sala de Números e Curiosidades do Museu do Futebol, os torcedores podem dar uma olhada direto das arquibancadas no Pacaembu. Uma passagem, localizada na lateral esquerda do ambiente, permite que os visitantes tenham uma bela visão do estádio paulista. As selfies estão liberadas, corinthiano!
Dança do futebol
A última sala do piso superior do Museu do Futebol é a Dança do Futebol. Por lá, estão montadas três estruturas que se assemelham a bolas gigantes, onde são exibidos vídeos com grandes lances do esporte em solo nacional. Dribles, defesas e gols marcam os compassos da "dança".
O acervo conta com defesas histórias dos goleiros corinthianos Ronaldo, Doni e Felipe, além de gols de Neto, Biro Biro e Marcelinho Carioca. O tento de Nilmar na goleada de 7 a 1 do Corinthians sobre o Santos, no Campeonato Brasileiro de 2005, também está entre os destaques.
O momento é seu, corinthiano!
Já na ala final, após passar por uma exposição de todas as bandeiras de clubes brasileiros - com o Corinthians incluso, é claro -, os torcedores encontram interatividade no Museu. Em primeiro momento, é possível acompanhar depoimentos de corinthianos no documentário "O Futebol da Gente", na sala de cinema com arquibancadas no local.
Na sequência, os visitantes também tem a chance de participar do Chute a Gol e bater um pênalti diante do goleiro virtual da ala. A batida pode ser eternizada na câmera do cenário, que disponibiliza uma selfie customizada.
Antes de deixar o Museu, não se esqueça de dar uma olhada na biblioteca pública sobre o futebol, disponível no local. Há um livro "gigante" e interativo ao lado da atração Chute a Gol, que conta com todas as informações sobre os clubes brasileiros. Vale a pena dar uma olhadinha na página preta e branca, com escudo do Timão.
Dica bônus do Meu Timão
A visita ao Museu do Futebol pode ser maximizada com a playlist Vozes Corinthianas, disponível no Spotify, serviço streaming de músicas. A seleção musical segue disponível desde o ano passado, em homenagem ao aniversário de 107 anos do clube, e conta com sucessos interpretados por cantores da música brasileira que têm algo em comum: o amor declarado pelo time do Parque São Jorge. Também é possível conhecer o espaço cultural com o auxílio de um áudio-guia, disponível online.
Serviço
O Museu do Futebol segue aberto de terça a domingo, não funcionando às segundas-feiras, das 9h às 18h (de Brasília). A bilheteria, localizada ao lado da entrada principal do Estádio do Pacaembu, fica aberta até às 17h. O ingresso pode ser adquirido pelo valor de R$ 12 (R$ 6 a meia-entrada). Nas terças-feiras, a entrada é gratuita para todos os visitantes.
Estudantes, idosos e crianças de três a 12 anos têm direito à meia-entrada, e menores de três anos não pagam ingresso. Professores do Estado de São Paulo e dos Municípios Paulistas também podem garantir o desconto mediante apresentação do comprovante de pagamento do mês vigente.
Vale destacar que o Museu do Futebol funciona em horário especial em dias de jogos no Pacaembu. É possível consultar a agenda clicando aqui!