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Quatro anos após subir, Pedro Henrique vira titular do Corinthians: 'Tenho muito a crescer'

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Pedro Henrique atendeu a reportagem do Meu Timão no CT Joaquim Grava

Pedro Henrique atendeu a reportagem do Meu Timão no CT Joaquim Grava

Larissa Lima / Meu Timão

O arquivo do fotógrafo Daniel Augusto Jr. no site da Agência Corinthians é a prova da paciência de Pedro Henrique no clube. A primeira avaliação física do zagueiro, então com apenas 18 anos, foi no longínquo dia 27 de janeiro de 2014. Um ciclo inteiro de Copa do Mundo depois, hoje com 22 anos, o defensor conseguiu seu objetivo: ser titular com a camisa do Timão.

Nesse período, Pedro Henrique viveu de tudo um pouco. Em 2014, apenas alguns treinos com a equipe profissional. No ano seguinte, um único jogo (diante do Colonia-ALE, na Florida Cup), uma passagem de quatro meses pelo Bragantino e a volta ao clube. Em 2016, o primeiro jogo oficial (Coritiba, no Brasileirão, no mês de junho) e a primeira sequência de jogos após a saída de Felipe. No ano passado, a expectativa frustrada de virar titular após a chegada de Pablo. Algo que se repetiria com a contratação de Henrique em 2018... até a saída de Balbuena.

Primeira avaliação física de Pedro Henrique no CT do profissional foi em janeiro de 2014

Primeira avaliação física de Pedro Henrique no CT do profissional foi em janeiro de 2014

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Sem o paraguaio, vendido ao West Ham-ING, a diretoria do Corinthians resolveu rechaçar oferecimentos de empresários e, enfim, Pedro Henrique se tornou titular da equipe. Uma chance de ouro que o zagueiro não quer desperdiçar. Até mesmo sondagens da Europa foram negadas pelo sonho de conquistar um título como um dos protagonistas corinthianos.

É um pouco de tudo isso que Pedro Henrique falou ao Meu Timão, em entrevista exclusiva concedida antes da viagem para o Chile, onde será um dos titulares do Corinthians diante do Colo-Colo, pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

Acompanhe a entrevista exclusiva com Pedro Henrique

Meu Timão: Queria que você falasse sobre o início da trajetória no profissional, quando subiu ao lado de Guilherme Arana, Fabiano e Zé Paulo. Por que apenas dois dos quatro vingaram no profissional?

Pedro Henrique: Eu sempre tive uma estrutura familiar boa, tive jogadores na minha família, como meu irmão e meu tio. Tive ainda o exemplo do meu ex-treinador no Imbituba-SC, o Arilson Costa, aquele meia que jogou no Grêmio e fez várias besteiras na vida (como fugir da concentração da Seleção Brasileira), que sempre me disse "não faz o que eu fiz", "aproveita a vida de jogador, que pode ser curta ou longa". Aprendi muito com isso. Eu continuei focado, dando meu melhor, até que chegou a minha hora. Pude ser campeão brasileiro jogando, bicampeão paulista. Tudo fruto do meu trabalho.

Pedro Henrique com Gustavo Tocantins na rápida passagem pelo Bragantino

Pedro Henrique com Gustavo Tocantins na rápida passagem pelo Bragantino

Reprodução/Instagram

O que serviu aquela passagem rápida pelo Bragantino (meados de 2015)? Que lições tirou daquele período no clube, que tem menos estrutura do que o Corinthians?

Sem dúvida. Eu até comentei esses dias com o Roger. Falei "pô, dei muito valor à estrutura do Corinthians quando fui para o Bragantino. Lá não tinha as mesmas coisas, não tinha os mesmos campos para treinar, mesmas bolas. Aqui tem 100 bolas, lá não tinha. Até a forma de alimentação era diferente, sem o controle daqui. A gente sente falta dessa estrutura. Ali dei muito valor e percebi o que queria para a minha carreira. Dei meu melhor lá, mas as coisas não deram certo. Ai voltei a tempo de ser campeão paulista (da categoria) e, logo em seguida, o Tite me chamou para ficar no elenco em 2015.

Você e sua esposa Carol tiveram filho recentemente, o Pietro. Qual o tamanho do impacto da chegada dele na sua vida pessoal e profissional?

Mudou muita coisa. Ser pai agrega uma responsabilidade a mais, tem de educar, dar do bom e do melhor para ele. Sempre que entro em campo, tanto nos treinos quanto nos jogos, eu penso na minha família, que tenho de oferecer o melhor para eles. O dia a dia também muda, tem de brincar, tem de dar atenção, coisas que você vai aprendendo. A gente sente falta pelas viagens e concentrações, perdemos muita coisa, mas ele está bem de saúde e estou feliz demais.

Foram quase três anos de espera para ser titular do Corinthians. Como foi esse período de espera?

A pressão aqui existe desde a base, cheguei a jogar com 40 mil torcedores, incrível isso. Em 2016, quando fiz minha estreia oficial, diante do Coritiba (4 de junho), fiz uma grande partida. A gente vai crescendo psicologicamente para chegar preparado no profissional. Tive falhas no início, como aquela do Mineirão, quando senti bastante e achei que minha carreira tinha acabado pela pressão. Mas a torcida, os jogadores e a diretoria me deram suporte. Em 2017, eu fiz 12 jogos sem perder no primeiro turno (do Brasileirão). Agora, este ano, virei titular. Eu já esperava por isso há três anos, é lógico que esperava no ano passado já, mas o Pablo chegou com mais experiência e tive de esperar minha chance de novo. Este ano, com Henrique, a mesma coisa. Mas tive a mentalidade para esperar, treinar e esperar a nova oportunidade. Nunca deixei de focar no trabalho, meu suporte familiar, meus empresários... todo mundo ao meu redor teve papel importante para eu esperar. Essa hora ia chegar, com muita humildade continuarei trabalhando para mostrar meu potencial.

Você citou o lance do Mineirão... e o Mantuan viveu o mesmo este ano, diante do Internacional, no Beira-Rio. Você o ajudou?

Passou um filme na minha cabeça, por ter vivido a mesma coisa. Eu fui um dos primeiros a ir nele, na hora que aconteceu. Falei muita coisa positiva, ele pensou que tinha acabado ali (a carreira). No busão mesmo eu fui falando com ele, graças a Deus ele deu a volta por cima. As coisas acontecem para a gente crescer, como eu aprendi com o lance do Mineirão. Só erra quem está ali. Tem de ter personalidade, muita cabeça, muito foco. É um cara trabalhador, sempre faz as coisas certinhas, não é à toa que depois fez grandes partidas.

Tite, Carille e Loss... o que poderia falar sobre os três treinadores que você pegou no clube?

Tite é fantástico, não tenho nem muito o que falar. Está na Seleção, é um grande treinador, foi o melhor que eu tive. O Carille, defensivamente, foi o melhor que eu tive. Um grande treinador, não é à toa que o time se encaixou tanto com ele e conquistou três títulos. E o Loss eu já venho aprendendo desde a base, é um cara que muita coisa para passar, tivemos a parada da Copa mas tem coisas a evoluir. Mas, devido à sequência de jogos, não tem tempo muitas vezes. Estamos descansando, recuperando e mais nada. Ele vai agregar e mostrar bastante personalidade no trabalho. Vem dando certo, estamos mostrando nossa cara e vamos crescer ainda mais.

Dos 33 jogadores do atual elenco, nada menos do que 16 têm 23 anos ou menos. Como está a convivência com essa rapaziada?

Bom para o clube. Ter jogadores da base subindo é ótimo para o futuro, até para futuras vendas. Todo mundo sabe da responsabilidade que tem. Os garotos na frente estão mostrando ousadia e alegria de jogar futebol. Estamos felizes com as chances que todos têm recebido, estamos (jogadores da base) tendo um valor que nunca tivemos no passado. O Corinthians está focando nisso.

Léo Príncipe, Pedro Henrique, Léo Santos e Guilherme Arana no fim de 2016

Léo Príncipe, Pedro Henrique, Léo Santos e Guilherme Arana no fim de 2016

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Você teve ofertas, sondagens... por que permaneceu no clube?

Teve bastante coisa nesta janela (de transferência internacional), mas eu deixei claro aos meus empresários que preferiria ficar e ter a chance de jogar no Corinthians, queria ser titular aqui e não atuar agora na Europa. Queria ter uma sequência longa este ano, a decisão foi minha, em conjunto com a diretoria e meus empresários. Ficarei, ao menos, até o fim do ano. Depois, quem sabe, pensar em Europa ou até Seleção Brasileira. Teve clubes que me procuraram, teve sondagens, mas deixei isso com meus empresários.

Em relação aos três campeonatos, você acha possível vencê-los? Ou seria melhorar focar mais em alguma prioridade?

Todos os campeonatos a gente entra para ser campeão, não vamos abrir mão de nenhum. Vamos dar nosso máximo em todos os jogos, tenho certeza que tudo dará certo no fim do ano.

Por fim, um recado ao torcedor do Corinthians...

Que acreditem em mim. Podem confiar porque tenho muito a crescer e vou crescer com o decorrer dos jogos e treinamentos. Quero dar muita alegria a eles.

Veja mais em: Pedro Henrique, Base do Corinthians e Especiais do Meu Timão.

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