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Sintomas de desgaste no Corinthians
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Sintomas de desgaste no Corinthians

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Sintomas de desgaste no Corinthians

Loss diminuiu o número de entrevistas e aumentou o de treinos fechados

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

O momento ruim do Corinthians na temporada não é segredo para ninguém, e o aproveitamento da equipe sob o comando do técnico Osmar Loss pode ser exposto em números:

São 21 jogos oficiais, com 8 vitórias, 4 empates e 9 derrotas. Um aproveitamento de 44%.

Mas o futebol não é apenas definido por números, e não é de forma alguma uma ciência exata.

Às vezes, quando se faz um bom trabalho, os resultados não vem a curto prazo mas são colhidos no futuro.

E às vezes um trabalho ruim pode até gerar resultados imediatos, mas não se sustenta.

De umas semanas para cá, o Corinthians vem mostrando alguns sintomas que são tão ou mais contundentes de uma má fase do que os números expostos acima.

A questão dos treinos fechados merece um capítulo à parte e pode ser vista como positiva ou negativa.

Já houve técnicos vitoriosos que fechavam treinos, e já houve técnicos medíocres que os escondiam.

No caso de Loss, na minha experiência cobrindo diariamente as atividades do CT, não via os treinos como um ponto fraco. Os treinos são (ou eram) bons.

Iguais aos treinos dos antecessores Fabio Carille e Tite. Não vejo portanto como motivo o fato de querer esconder um mau trabalho.

Vejo como um sintoma de desgaste. Quando as coisas estão ruins, que ninguém veja.

No treino, podem acontecer brigas, discussões, desentendimentos, coisas normais de qualquer pelada de futebol de final de semana, e também no dia a dia de um clube de futebol profissional.

Mas sem os jornalistas, ninguém vai saber. Ninguém vai saber se um jogador chegar atrasado à atividade, se houver bate-boca, descontentamento, corpo mole, entradas mais ríspidas.

Ninguém vai saber também se tal atleta que foi retirado da equipe está machucado, cansado ou afastado.

A diminuição das entrevistas coletivas do técnico também são um sinal claro de desgaste. Qualquer pessoa que trabalha com mídia sabe que “quanto menos falar, menos besteira fala”.

As entrevistas exclusivas com os atletas também estão sendo tratadas a conta-gotas. Apenas alguns jogadores escolhidos a dedo conversam com alguns jornalistas escolhidos a dedo.

Sinal, a meu ver, de desgaste. Os assuntos quentes são assim abafados e controlados.

Não se vê a poeira nem a fumaça de um possível fogo. Mas quando (e se) o fogo pegar, ninguém poderá esconder.

Veja mais em: Osmar Loss e Elenco do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Marco Bello

Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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