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Corinthiano de 'berço' e maior finalizador do UFC, Charles sonha representar Timão

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Charles vibra ao finalizar oponente americano no UFC São Paulo, há cerca de duas semanas

Charles vibra ao finalizar oponente americano no UFC São Paulo, há cerca de duas semanas

Jason Silva/USA TODAY Sports

O corinthiano Charles “do Bronx” Oliveira fez história na noite do último dia 22. Com um mata-leão no segundo round, o atleta brasileiro derrotou o norte-americano Christos Giagos em luta disputada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, obtendo assim o recorde de finalizações (11) na história do Ultimate Fighting Championship (UFC).

Nascido no Guarujá, no litoral paulista, Charles, aos 28 anos de idade, deixou para trás ninguém menos do que o lendário Royce, filho de Hélio Gracie, responsável pela difusão do jiu-jitsu no Brasil. Feito que o lutador, apontado como um dos principais nomes do UFC no momento, associa a uma característica fundamental a todo aquele que se diz torcedor do Corinthians.

“Como eu falei para você: somos corinthianos, e com a gente é tudo no sofrimento, na garra, dedicação cada vez maior”, sintetiza o faixa-preta de jiu-jitsu.

Charles cresceu em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá. O apelido “do Bronx” surgiu sem pretensão, durante um campeonato amador de jiu-jitsu, e faz referência às semelhanças entre o bairro litorâneo e os subúrbios de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Em 2008, tornou-se lutador profissional de MMA (artes marciais mistas).

O que poucos sabem é que o peso-leve de 1,77m carrega com orgulho o sentimento de ser corinthiano. Em entrevista exclusiva ao Meu Timão por telefone, o atleta recordou os tempos de arquibancada, contou um episódio marcante pós-título da Copa Libertadores da América-2012 e falou de sua relação com o atual campeão brasileiro.

Relação, aliás, que o guarujaense, dono de um cartel de 24 vitórias e oito derrotas, deseja transpor para o octógono. Do Bronx revelou que sonha representar o clube do coração dentro do UFC, seguindo os passos de Junior Cigano e Anderson Silva, ícones do esporte e que chegaram a ter contrato com o Timão num passado recente.

“Seria mais feliz ainda (defender o Corinthians profissionalmente) pelo fato de ser corinthiano roxo, não seria uma coisa fake, tenho o prazer de levar o nome do Corinthians. Ficaria muito feliz de poder representar essa camisa”, admite Charles.

Leia a entrevista do Meu Timão com Charles do Bronx Oliveira

Meu Timão: Soube que você é corinthiano. Como é isso para você?

Charles Oliveira: Eu sou corinthiano, sim. Lógico, não sou daqueles fanáticos porque também não tenho tempo de ser. Mas sempre que dá estou no meio da torcida, comemorando na rua, vestindo a camisa. Às vezes quando as lutas são duras, ligo para minha tia e brinco: “Tem que ser igual o Corinthians, se não for sofrido, não vale” (risos). Sou corinthiano roxo, gosto demais do Corinthians, nosso time não está num momento tão bom, mas sou daqueles que vai comemorar no meio da torcida, canta as músicas, gosto pra caramba.

Você chegou a frequentar arquibancada mais jovem? Acredito que hoje em dia, como lutador profissional, seja um pouco mais difícil.

Ia com a minha família, quando era mais novo. Ia para assistir, torcer, xingar, gritar cantar (risos). Lembro bastante disso. Nessa época mesmo de lutador, quando o Corinthians foi campeão da Libertadores, a Gaviões comemorou na quadra da torcida no Guarujá, um espaço gigantesco. A gente foi para as ruas comemorar e foi um marco, o Corinthians sendo campeão, aquela gritaria da torcida, todo mundo no meio da rua. A galera gritando “ah, até o Charles é Corinthians!”, aquela bagunça, show de bola.

Hoje, graças a Deus, a gente não tem tanto tempo de estar presente como gostaria, porque a vida de lutador não é fácil, você precisa se dedicar 100% a ela, treinar e treinar cada vez mais. Assisto aos jogos quando dá, faz tempo que não vou ao estádio pelo fato de estar nessa correria, sempre nessa loucura. Mas visto a camisa sempre, torço independente de estar ganhando ou perdendo. Como falei, podemos não estar numa boa fase, mas nascemos corinthianos e morremos corinthianos. Não tem um cara que vira corinthiano, corinthiano nasce e ele morre corinthiano.

Do Bronx encara americano Max Holloway em pesagem do UFC Saskatoon, em 2015

Do Bronx encara americano Max Holloway em pesagem do UFC Saskatoon, em 2015

UFC/Divulgação

Você comentou que o time não está numa boa fase, e realmente no Brasileiro a campanha é ruim. Ao mesmo tempo, o Corinthians está na final da Copa do Brasil, a dois jogos de um possível título nacional. Como você enxerga esse momento?

Falo bastante com meu pai, com meu primo Robinho, que são corinthianos. A gente não está numa boa fase no Brasileiro, acho que o time não está ali chegando junto. Mas, claro, podemos ser campeões contra o Cruzeiro. Tomara que dê tudo certo e a gente consiga. Quero comemorar, quero estar no meio da torcida, bagunçando. Será difícil, mas é como eu falei para você: somos corinthianos, e com a gente é tudo no sofrimento, na garra, dedicação cada vez maior. Tomara que a estrela do Corinthians brilhe, a gente consiga fazer gols e ser campeão.

Você está entre os principais atletas do UFC, quebrou recentemente o recorde de mais finalizações na história da competição. Como você concilia seu trabalho hoje? Você mora aqui no Brasil?

Eu estou no Brasil ainda, faço parte da equipe Chute Boxe Diego Lima, aqui em São Paulo. Primeiro de tudo é manter meus pés no chão, sabendo de onde eu vim, a minha origem, que sou um moleque que veio da favela e hoje rodo o mundo, vivo correndo pra cima e pra baixo. Continuo nessa mesma base. Poder estar conquistando as coisas, ver as coisas acontecerem, me tornando campeão, hoje quebrando recorde, recordista de mais finalizações na história do Ultimate... Isso não tem preço.

Eu, com 28 anos, sou o maior finalizador do UFC, que é o maior evento do mundo, quebrando o recorde do Royce!

A galera está me chamando de lenda, acho que lenda não, tem muita coisa para acontecer. No momento eu sou o cara que quebrou o recorde, mas tem muita gente boa dentro do Ultimate que pode passar esse recorde. Mas estou vivo ainda (risos), estou lutando e vou trabalhar para manter essa sequência e cada vez mais aumentar o número de finalizações. Os caras que estão no auge têm nove, então tem muita coisa para acontecer. É manter minha humildade, saber de onde eu venho, que com certeza as coisas vão sempre andar para frente.

Confira as top 10 finalizações de Charles Oliveira no UFC

Você não é o primeiro corinthiano a fazer sucesso no UFC, nomes como Anderson Silva e Junior Cigano já representaram o clube no mundo do MMA. Como você vê essa relação entre luta e futebol? Pensa em trilhar caminho semelhante?

Eu sou corinthiano de coração. Já houve uma conversa uma vez de eu poder entrar no UFC com o Corinthians, de fechar um patrocínio. Lógico, sou atleta, UFC é meu trabalho, eu dependo disso. Se eu conseguisse fechar um acordo, um patrocínio, algo que seja, para levar o nome do Corinthians, com certeza eu ia levar. Seria mais feliz ainda pelo fato de ser corinthiano roxo, não seria uma coisa fake, tenho o prazer de levar o nome do Corinthians. Ficaria muito feliz de poder representar essa camisa.

Por fim, já tem alguma luta marcada?

Na realidade eu acabei de lutar, estou um pouco inchado, as pernas estão inchadas de tanto chutar, o joelho um pouco dolorido. Mas creio eu que se o UFC me convidar para lutar lá para o começo de dezembro, meio de dezembro, estarei preparado para lutar.

Veja mais em: Especiais do Meu Timão.

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