O Coringão nos tempos do PES Pré-histórico
Opinião de Memória Fiel
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Quando publiquei aqui a história da estreia do Corinthians nos videogames, com o Timão jogando de uniforme roxo no FIFA 95, muita gente comentou com saudades sobre as recordações da versão pirata do International Superstar Soccer com times brasileiros.
Prometi que ia escrever sobre esse jogo também e finalmente aqui está o post.
Senta que lá vem a história!
Em 1993, a Electronic Arts conseguiu fazer o FIFA ser o primeiro game de futebol a de fato receber reconhecimento mundial e ter números expressivos de venda. Só que o sossego da empresa americana acabou rapidinho. No final de 1994, foi lançado o “Jikkyō World Soccer” no Japão, e o mundo dos simuladores de futebol jamais seria o mesmo.
Ao chegar aos Estados Unidos e Europa, já batizado como “International Superstar Soccer”, o game japonês simplesmente humilhou o FIFA. Revolucionário para a época, o “International” tinha sprites detalhados dos jogadores (dava para ver as trancinhas do Roberto Baggio!) e uma infinidade de possibilidades de movimento (dava para fazer embaixadinha no meio do jogo e marcar gols de bicicleta!). Era demais!
A única peça que faltava para o jogo ser perfeito era poder escolher clubes, não apenas seleções nacionais. Nem a maravilhosa versão Deluxe (1995) do jogo deu jeito nisso, mas, esse problema não duraria muito tempo.
Embora a Konami continue até hoje sem grana e sem influência para licenciar todos os clubes do mundo, como fazia a EA no FIFA, começou a rolar nos fliperamas brasileiros uma versão pirata do jogo chamada “Campeonato Brasileiro”. E aí, meu amigo, o Coringão entrou em campo e tornou realidade o sonho de toda uma geração que sempre escolhia a Alemanha só para jogar com um uniforme alvinegro!
A versão pirata usava a mesma base do jogo, mas alterou nomes, cores, escudos e clipes de áudio da versão original. O resultado, apesar de tosco, fez a molecada da época delirar e economizar o dinheiro do lanche para gastar com fichas. Pelo menos no início, não existiam cartuchos do “Campeonato Brasileiro”, mas era difícil ter um fliperama ou bufê de festa infantil sem a máquina do “joguinho de futebol”.
O Corinthians do “Campeonato Brasileiro” variava bastante dependendo da versão do jogo, é impossível saber quantas variações do jogo existiram. Afinal, as alterações eram feitas no Paraguai, o maior polo de contrabandos e falsificações do mundo na época. Não havia uma empresa ou alguém louco o suficiente para assinar a obra.
Apesar disso, existem três versões do “International” hackeado que valem ser mencionadas.
A primeira, com o Corinthians jogando com o uniforme branco tradicional, e tendo como base a escalação do segundo semestre de 1995, com Ronaldo, Marcelinho Carioca, Célio Silva e Zé Elias como destaques. Não era o time mais forte do jogo, mas dava para brincar.
A outra versão, já usando o “International” Deluxe como base, trazia uma mescla do elenco de 1995 e de 1996. O uniforme era baseado na polêmica camisa Ted Lapidus e o craque indiscutível do time era o Edmundo. Nessa versão, além dos times brasileiros era possível escolher alguns destaques sul-americanos e internacionais. Dava para jogar Corinthians x Boca, Corinthians x Ajax, e o Coringão não decepcionava.
Para finalizar, quero compartilhar uma descoberta que me deixou muito feliz. Existem caras malucos o suficiente para continuar a atualizar as versões alteradas do “International” ainda hoje. Se você procurar direitinho, vai achar o Campeonato Brasileiro 2017! Sim, que Alejo que nada, dá para fazer gol com o Romero!
Para jogar, basta instalar um emulador de Super NES no PC ou no celular e buscar as ROMs. Para quem nunca fez isso, é fácil achar tutoriais no Youtube.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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