Corinthians mira alto em direitos de TV, mas especialista alerta para risco a partir de 2019
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Por Lucas Faraldo
Entre otimismo e pessimismo, as projeções de ganho com direitos de televisão para o Corinthians a partir de 2019 estão um tanto quanto dessintonizadas. A questão central para a próxima temporada gira em torno da nova divisão de cotas entre os clubes do Brasileirão.
De acordo com a previsão orçamentária do ano que vem, obtida com exclusividade pelo Meu Timão e que já circula no Parque São Jorge às vésperas da votação em reunião do Conselho Deliberativo, o Corinthians espera receber R$ 240 milhões em 2019 com direitos de TV. A projeção é 47% maior do que o ciclo de planejamento de 2017 previa para 2018 (R$ 163,5 milhões) e 21% maior do que o atual exercício especula faturar (R$ 197,7 milhões) segundo o orçamento ajustado*.
* Projeção baseada nos balancetes já publicados, de janeiro a setembro, especulando os valores dos documentos restantes para a atual temporada
A projeção da diretoria corinthiana leva em consideração o mínimo de o Timão avançar até as oitavas de final tanto da Copa do Brasil quanto da Copa Sul-Americana, bem como encerrar a próxima edição do Campeonato Brasileiro na sétima posição.
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Cabe ressaltar que a previsão orçamentária de 2019 ainda não foi aprovada. O documento passará por votação em reunião do Conselho Deliberativo no próximo dia 11, na sede social.
Ainda assim, já é possível dizer que a projeção da diretoria corinthiana vai de encontro à opinião de especialistas no assunto. Ainda que alguns tenham enaltecido a possibilidade de ganho máximo em caso de título do Brasileirão, o entendimento mais realista é de redução nos ganhos oriundos de Campeonato Brasileiro para clubes como Corinthians e Flamengo.
"Visão pessimista para Corinthians e Flamengo. Se não for (campeão), é menor (a nova receita em relação ao modelo antigo de divisão de cotas). Antes não... Corinthians e Flamengo era sempre o valor fixo máximo", explicou Carlos Aragaki, sócio responsável pela área de consultoria esportiva da BDO, em contato com o Meu Timão.
Até a atual temporada, a grana oriunda da televisão é dividida pelos clubes conforme determinado em contratos individuais entre a TV Globo e as próprias agremiações. É praxe Corinthians e Flamengo receberem um valor maior (R$ 180 milhões cada em 2018) seguidos de Palmeiras e São Paulo. Na sequência aparece o Vasco. E novamente empatados: Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional.
A partir do ano que vem, haverá três diferentes fatias do montante total: uma fixa e dividida igualitariamente, outra dividida conforme o número de jogos transmitidos e ainda uma terceira relacionada diretamente à classificação final do campeonato.
No que diz respeito ao Corinthians, há o alerta para a modesta 13ª posição obtida na classificação do Campeonato Brasileiro de 2018, que renderia em 2019 fatias magras de número de jogos transmitidos e também da própria posição do clube na tabela final. Aragaki foi além e destacou a permanência do Timão na Série A para a próxima temporada.
"No caso do Corinthians, ainda bem que não caiu para a Série B. O contrato antigo da Globo aponta que o clube que cai para a Série B, no primeiro ano de Série B, recebe o mesmo percentual que recebia na A. Recebia R$ 100 milhões? Recebe R$ 100 milhões e dá para montar um time bom para ganhar a Série B. A partir deste ano, o contrato de Série B é R$ 6 milhões", argumentou o consultor esportivo.
A nova divisão de cotas de TV do Brasileirão
40% em cota igualitária
R$ 440 milhões divididos de forma idêntica entre os 20 clubes (R$ 22 milhões para cada um).
Pagamento parcelado entre janeiro e junho (75% do montante) e depois entre julho e dezembro (25% restantes).
30% em cota de audiência
R$ 330 milhões divididos a partir do número de jogos exibidos na televisão. TV Globo costuma transmitir três jogos simultâneos por rodada, sendo dois deles para para São Paulo e Rio de Janeiro.
Pagamento parcelado entre maio e dezembro.
30% do bolo
R$ 330 milhões divididos proporcionalmente conforme a colocação dos clubes ao término do Brasileirão.
Pagamento à vista em dezembro.