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Goleada no Boca Juniors? O Corinthians já aplicou
Memória Fiel

Nostalgia alvinegra que vai além dos jogos, gols e súmulas. Aqui reviramos os arquivos para reencontrar as várias pequenas histórias e detalhes que formam a gigantesca história do Corinthians.

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Goleada no Boca Juniors? O Corinthians já aplicou

Coluna do Juliano Barreto

Opinião de Memória Fiel

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Goleada no Boca Juniors? O Corinthians já aplicou

Goleiro do Boca observa quarto gol da virada Corinthiana no Pacaembu, em 1956

Foto: Arquivo Pessoal / Revista Corinthians

Esse post é sobre um jogo que aconteceu há mais de 60 anos. O mundo, e obviamente o futebol, mudaram muito de lá para cá, mas esse post é sobre coisas que continuam exatamente iguais.

Ver o seu time jogar contra o Boca Juniors, por exemplo, sempre é garantia de dor de cabeça. A camisa azul e ouro dos hermanos é pesada. Se não ganham na bola, eles tentam ganhar na porrada. Até quando ganham na bola, aliás, eles partem para a porrada do mesmo jeito - isso sem falar das tradicionais ajudas da arbitragem e das mutretas com as federações.

Tudo isso que vale para hoje, vale também para o dia 27 de março de 1956, quando esse gigante do futebol mundial visitou o Brasil e tomou uma goleada, de virada, por 4 a 1. Gigante por gigante, camisa pesada por camisa pesada, quem manda no Pacaembu é o Corinthians.

Escalado com lendas como Baltazar, Cláudio, Idário e Luizinho, o Timão enfrentou os argentinos em sua campanha invicta na fase internacional que precedeu um campeonato nacional.

É, pois é, as coisas eram meio confusas naquela época. Boca, Nacional do Uruguai e Newell's Old Boys jogaram uma fase internacional do torneio, que depois teve sua fase nacional apenas com cinco times de São Paulo, após desistência dos times cariocas.

 Matéria sobre o jogo na Revista Corinthians

Reprodução / Revista Corinthians

Bom, daqui para frente, é bem melhor usar o texto da revista oficial do Corinthians, publicada alguns dias após o jogo, para relembrar desse jogaço --mas vou dar meus pitacos em negrito;

“A partida que disputou o Corinthians foi de empolgar, de se sentir orgulho em ser corinthiano. Disputou uma partida soberba, culminando com uma vitória digna de todos os elogios por parte da crônica especializada de São Paulo. Também, se nem assim lhe fizessem justiça, não sabemos quando iriam fazer”.
(A imprensa esportiva já tinha má vontade com o Corinthians há 62 anos! Nada mudou...)

“E devemos dizer que, para não fugir da regra, contra o Corinthians todos os adversários se agigantam. O Boca Juniors disputou a sua melhor partida neste torneio. Apresentou a equipe argentina um jogo duro, violento, pondo em perigo de início a integridade física dos corinthianos, que tiveram que se impor de maneira máscula para não se acovardarem, ou melhor, para não sofrerem consequências desagradáveis .”
(Essa é só para mostrar que os caras não vieram para cá passear. Nada mudou...)

“Assim chegamos ao final da etapa inicial com um empate de um a um. É preciso dizer ainda que nessa fase o apitador deixou de punir o quadro dos visitantes com suas penalidades máximas indiscutíveis”
(Segundo o Almanaque do Timão, o árbitro do jogo foi Frederick Charles Williams, e não Carlos Amarilla... mas, fora isso, nada mudou!).

“Na segunda fase tivemos a sensacional arrancada corinthiana para a conquista da vitória… Viu se então um Corinthians irresistível, como nas suas melhores jornadas, sendo absoluto dentro do gramado, com jogadas insidiosas. Estabeleceu-se o placar de 4 a 1, quando tínhamos 32 minutos da etapa derradeira”
(Dá-lhe! Dá-lhe Coringão, ê-ô!!!)

“Quatro a um foi o placar. Poderia ter sido bem mais elevado, não resta dúvida, não fosse a falta de sorte, em algumas ocasiões, e principalmente, terem os corinthianos se acomodado quando estabeleceram essa contagem”
(Olé! Olé! OOoOooooOOooolé!!)

Segundo o Almanaque do Timão, o Corinthians jogou com Valentino, Idário, Olavo, Alan, Goiano, Walmir, Cláudio, Luizinho, Paulo, Jansen e Baltazar. O Boca abriu o Placar aos 31 do primeiro tempo, mas o Corinthians virou com três gols de Paulo (‘46, ‘58, ‘72) e um de Idário (‘76). Baltazar foi expulso.

Ainda em 1956, Corinthians e Boca participaram da Copa do Atlântico, um torneio sul-americano que precedeu a Libertadores, mas isso é história para outro post...

Matéria sobre o jogo do Corinthians e Boca na Revista

Reprodução / Revista Corinthians

Veja mais em: Jogos Históricos e História do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Juliano Barreto

Por Juliano Barreto

Jornalista, biógrafo, maloqueiro e sofredor. Desde 1993 recorta jornais, revistas e guarda tudo relacionado ao Coringão. Neste blog, vamos tirar a poeira desses arquivos e matar as saudades.

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