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A diferença entre Fábio Baiano e Roger Flores
Memória Fiel

Nostalgia alvinegra que vai além dos jogos, gols e súmulas. Aqui reviramos os arquivos para reencontrar as várias pequenas histórias e detalhes que formam a gigantesca história do Corinthians.

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A diferença entre Fábio Baiano e Roger Flores

Coluna do Juliano Barreto

Opinião de Memória Fiel

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A diferença entre Fábio Baiano e Roger Flores

Fábio Baiano e Roger Flores vestiram a camisa do Corinthians. Uma diferença gritante os separa.

Foto: Montagem/Meu Timão

Recém-contratado pelo Corinthians, Júnior Urso declarou que está emocionado pela oportunidade de vestir a camisa do time que torce desde moleque. Na mesma declaração, disse que sua maior emoção como corinthiano foi ver o gol de Fábio Baiano no Pacaembu, em 2004. Sim, aquele em que o meia mesmo mancando chutou de longe e garantiu uma vitória nos últimos minutos do jogo.

“Esse gol do Fábio Baiano representou muito para mim quando eu era mais novo, pois entendi bem o que era ser corinthiano. Ele continuou machucado e conseguiu ser coroado com gol, Corinthians é isso, é entrega. Mesmo quando as coisas não vão bem, não pode faltar. É o time do povo, tem que ser representado como o povo gosta, com doação e entrega.”

(Vale lembrar que o atacante Rildo, Campeão Brasileiro em 2015, disse estar no estádio e ter perdido seus tênis na comemoração deste mesmo gol. --Eu tinha escrito Lucca antes, mas estava errado!)

Fábio Baiano teve uma passagem curta no Corinthians e, mesmo em outros clubes, nunca chegou a ser o craque que muitos esperavam. Inconstante, indisciplinado, não acredito que ele deva ter foto ou estátua nos memoriais de nenhum dos mais de 13 times em que atuou.

Nem Tite, técnico do Corinthians em 2004, queria Fábio. O gaúcho sonhava com Rodrigo Fabri, que custava uma fortuna. A diretoria, como alternativa, tinha tudo acertado com Ramon (ex-Vasco). Mas por falta de grana, a única opção que acabou vingando foi a de Fábio Baiano, que na época sequer figurava como titular absoluto do São Caetano.

Baiano não ganhou nenhum título pelo Corinthians. Sequer jogou uma Libertadores ou marcou gols em finais. Seu maior legado foi representar a camisa alvinegra como se deve. Correu e suou até o ultimo minuto. Contra tudo. Contra todos. Corinthians.

Também recentemente, em um programa de TV, Roger Flores deu a entender que ficou preocupado quando o Corinthians contratou Emerson Leão porque, segundo o ex-jogador, técnico perseguia “ídolos” e os “grandes jogadores” dos times em que chegava.

A falta de humildade na pergunta, que logo virou motivo de piada para os outros participantes do programa, não foi a primeira ou será a última demonstração do jeito que Roger enxerga o Corinthians e a si mesmo.

Além da evidente falta de noção, o ex-jogador parece esquecer aquilo que ninguém esqueceu: a cobrança de pênalti desperdiçada de propósito contra o Figueirense na Copa do Brasil, em 2005.

Um ato vergonhoso para qualquer tipo de atleta, que segundo Juca Kfouri, é admitido por Roger sem maiores pudores atualmente.

Isso para não falar da declaração de Roger em 2010, quando o Cruzeiro foi derrotado no Pacaembu após um pênalti polêmico de Gil em Ronaldo. À época, o Carioca declarou “Não quero nem falar nada. Estive aqui em 2005 e sei como funciona o esquema.”

Não, Roger não sabe como funciona o esquema.

Enquanto Fábio Baiano será sempre sinônimo de humildade, perseverança e raça.

Roger, se é que vai ser lembrado no futuro, terá sempre seu nome manchado como o campeão sem honra. Levantou a taça do Brasileirão de 2005, fez gols, fez belas jogadas, mas não teve a hombridade de bater de frente com um técnico. Preferiu jogar sujo, desrespeitar companheiros, torcedores e a instituição Corinthians.

Você acha que algum dia um jogador recém-contratado vai dizer que virou corinthiano por causa de um cara que era mais famoso por namorar a Adriane Galisteu do que pela bola que, de vez em quando, jogava?

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Juliano Barreto

Por Juliano Barreto

Jornalista, biógrafo, maloqueiro e sofredor. Desde 1993 recorta jornais, revistas e guarda tudo relacionado ao Coringão. Neste blog, vamos tirar a poeira desses arquivos e matar as saudades.

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