Sobre Fagner e as críticas injustas de quem desdenha para comprar
Opinião de Jorge Freitas
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Depois de quarta-feira, um dos grandes assuntos das rodas de debates futebolísticos foi a sensacional atuação de Fagner, no jogo que nos garantiu a classificação para as oitavas-de-final da Copa do Brasil. Não que a Chapecoense tenha se mostrado um grande adversário, mas a bola jogada por nosso lateral foi digno das melhores notas.
Felizmente, como estamos acostumados com o nível de atuação do camisa 23, não nos é qualquer surpresa vê-lo decisivo mais uma vez para o Timão. No entanto, mesmo a cada demonstração de bom futebol, sobram críticas ao jogador, especialmente por torcedores rivais, que não aceitam vê-lo com tamanho sucesso no Brasil.
O problema é que dificilmente alguém critica Fagner por uma falha técnica ou tática sua, já que são raríssimas. Em vez disso, preferem desdenhar do jogador reforçando dois motivos completamente banais: ou por sua fama injusta de violento ou por suas justíssimas e constantes convocações para Seleção Brasileira.
Em primeiro lugar, Fagner é um jogador que costumar chegar mesmo de maneira bastante dura na disputa da bola. É claro que costuma exagerar em alguns momentos, mas não pode ser isso a desculpa para considerá-lo um jogador apenas mediano ou do mesmo nível de outros laterais brasileiros. Além disso, não costumamos ver jogadores adversários reclamarem publicamente de sua forma de jogar, o que demonstra claramente que ser duro não necessariamente é ser desleal.
Em segundo lugar, tenho a certeza ao dizer que se Fagner não fosse convocado para a Copa do Mundo nem se mantivesse constantemente nas listas de Tite, ninguém jamais questionaria seu futebol. Mas, infelizmente, a fama de clubista do treinador, que passou a convocar bastantes jogadores com passagens pelo Timão, torna a crítica a Fagner uma obrigatoriedade para aqueles que pouco entendem de futebol, mas querem apontar mais um defeito no já constado técnico da seleção,
Para piorar, há aqueles que questionam a convocação de Fagner pela ausência de jogadores irregulares, como Dudu, sendo que há diferenças consideráveis entre ambos, a começar pela posição (a concorrência é muito menor na lateral do que na ponta) e também a constância, já que o atacante do rival costuma sumir em momentos decisivos, inclusive quando tromba com nosso time.
Em suma, criticar Fagner é criticar Tite, que, por tabela, é criticar o Corinthians, coisa que os antis adoram.
Mas, curioso, é que podemos dizer com toda certeza que 99,9% dos torcedores de todos os clubes da Série A do Brasil aceitariam Fagner como titulares em seu time sem qualquer receio. Sabem que, aqui, não há ninguém que domine tanto a função como o lateral corintiano, cada vez mais ídolo da Fiel torcida. Vale lembrar que, no começo deste ano, o jogador foi inclusive sondado pelo milionário Flamengo, mas preferiu seguir no clube que vence e não sente cheiro. Ou seja, é como diria a minha avó: "quem desdenha quer comprar".
Entre tantas críticas injustas, é provável que Fagner tenha seu valor aceito pelos adversários apenas ao final de sua carreira ou quando deixar de ser convocado para a Seleção Brasileira. Mas nada que nos importe, afinal, enquanto todos procuram falhas, a Fiel tem apenas o que comemorar com seu futebol.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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