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Ao Meu Timão, Carille diz por que Araos e Sergio Díaz serão liberados pelo Corinthians

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Por Lucas Faraldo e Rodrigo Vessoni, no CT Joaquim Grava

Araos e Díaz devem deixar Corinthians nas próximas semanas

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Sergio Díaz e Ángelo Araos foram contratados há menos de um ano pelo Corinthians, quando Fábio Carille ainda dava seus primeiros passos no Al Wehda, da Arábia Saudita. Agora comandados justamente pelo técnico tricampeão paulista, a dupla de gringos está sem perspectiva de jogar no Timão e prestes a ser negociada pelo clube. Para entender os porquês, o Meu Timão ouviu o responsável por (não) escalá-los: o próprio Carille.

Em entrevista exclusiva concedida semana passada em sua sala no CT Joaquim Grava, Carille foi questionado sobre as situações aparentemente semelhantes de Díaz e Araos. As explicações dadas pelo treinador, porém, revelaram que as questões por trás da não utilização dos gringos são na verdade bem diferentes uma da outra. Confira abaixo!

Díaz: o diferente

Emprestado pelo Real Madrid ao Corinthians até o fim deste ano, Sérgio Díaz passou o segundo semestre do ano passado se recuperando de cirurgia feita no joelho. Em 2019, começou a chamar atenção no CT Joaquim Grava pelas boas exibições em treinos e jogos-treinos. Em meados de fevereiro, Carille chegou a admitir que errou ao não inscrever o jovem paraguaio no Paulistão. O atleta então recebeu duas chances: uma na Sul-Americana (contra o Racing), outra na Copa do Brasil (contra o Avenida). E só. Carille agora explicou:

"Estava me chamando atenção nos trabalhos curtos de ter aquele arranque rápido com a bola e definir. Começou a passar pela minha cabeça que ele poderia ser um cara de profundidade, mas não é. Depois que fui buscar as coisas no Cerro (Porteño) que fizeram o Real Madrid contratá-lo: trabalhar naquela faixa de campo mais pela esquerda, parecido com onde o Sornoza está, sem ter um bom passe mas de dar muito trabalho (aos adversários) apesar do tamanho (baixa estatura), gosta do contato, de arrancar e tentar algo. E para mim, no meio de campo, gosto de pessoas que pensam mais, que colocam a bola no chão e tentam triangular e tenham uma lucidez maior. Por isso tentei trabalhar o Diaz de lado, mas não funcionou. A princípio veio, tentei, insisti, mas ele vinha para dentro. Achei que podia dar, inscrevi e depois, nos trabalhos e nos jogos que coloquei, não me mostrou isso."

Carille abriu as portas de sua sala no CT à reportagem do Meu Timão

Carille abriu as portas de sua sala no CT à reportagem do Meu Timão

Otávio Ariano / Meu Timão

A reportagem do Meu Timão então questionou Carille se, nesse cenário, Díaz não poderia ser útil no elenco para a criação uma variedade tática eventualmente necessária no decorrer das competições e até mesmo das próprias partidas disputadas pelo Corinthians.

"Se a gente não tem tempo de trabalhar uma formação...", iniciou a argumentação.

"E isso gera desconfiança no grupo, quando você começa a fazer algo que não trabalhou. Sei disso pela minha época de atleta: beira do campo, técnico começa a fazer algo que não foi trabalhado, nós olhávamos de frente para o técnico e falávamos entre nós "se não está dando certo o que treinou, que garantia há de que dará certo o que não treinou?". Então como não estou conseguindo treinar um sistema num plano B, que aí entraria essa situação (de aproveitar Díaz), então fico um pouquinho recuado nessa situação. Prefiro muitas vezes sofrer com algo que a gente determinou do que tentar mudar pra ser melhor e acabar sendo pior. A gente fica em cima do muro mesmo nessa situação, e tem que ficar, sou muito padronizado com as coisas. Ali na frente, com mais calma, quero criar um plano B como a gente fez quando eu trouxe aquela situação dos dois meias Jadson e Rodriguinho flutuando (na vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras em Dérbi de 2018), por exemplo, porque era algo que eu já vinha treinando há um tempo. Quando fiz no clássico, fiz com segurança. Hoje não tenho segurança para fazer algo que não tenho treinado em momento algum."

Colocar em prática um plano B envolvendo Sergio Díaz, porém, não deve acontecer. A prioridade de compra por 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,5 milhões atualmente), que empolgava a diretoria alvinegra até pouco antes de Carille voltar ao clube ano passado, deve agora ser descartada pelo Corinthians, que já até cogita devolver o atacante ao Real Madrid. Há também a possibilidade de um retorno ao próprio Cerro, onde foi revelado.

Araos: o 'não diferente'

Diferente de Díaz, Araos não joga no Corinthians por, no entendimento de Carille, estar abaixo de concorrentes de função – foram citados pelo treinador Pedrinho, Mateus Vital e até Clayson. O jovem chileno não entra em campo desde o dia 10 de fevereiro, pelo Paulistão.

"Conversei bastante com o Mano (Menezes), que enfrentou ele (na final da Copa do Brasil do ano passado). Araos é um jovem que se destacou aberto pela esquerda num sistema totalmente diferente, onde ele partia da esquerda e ali fazia o que queria em questão de movimentação. Ele vem para dentro, gosta de estar onde a bola está. É mais um que vem pra dentro com a bola, não tem profundidade, igual Pedrinho, Mateus Vital, que tenho melhorado para buscar mais o gol e não correr para o lado, o Clayson já é um cara que consegue balançar para os dois lados. Então ficaríamos com mais um jogador assim além de Pedrinho e Vital com essas características", justificou o treinador do Timão.

Fábio Carille durante entrevista ao Meu Timão

Fábio Carille durante entrevista ao Meu Timão

Sarah Tonon/Meu Timão

Também diferente de Díaz é a situação contratual de Araos com o Corinthians. O meia chileno, após se destacar na Universidad de Chile, assinou vínculo de quatro temporadas num investimento de R$ 17 milhões. A diretoria alvinegra pensou grande ao contratá-lo e, senão retorno esportivo, espera ao menos retorno financeiro com eventual venda futura. Tal cenário não influencia a escalação ou não do atleta, garantiu Fábio Carille:

"O que pesa é eu não ser justo com o grupo. O dia a dia está mostrando como direcionar. Ele fez um bom jogo contra o São Paulo até ser expulso, vi lá da Arábia. Mas não posso ver essa questão (contratual). Tenho de ser justo com o grupo, colocar aqueles que estão melhores tecnicamente dentro de uma ideia de jogo independente de quanto pagou."

A tendência agora é Araos, ao menos para o segundo semestre desta temporada, ser emprestado. A prioridade é negociá-lo com alguma equipe da Série A do Brasileirão visando justamente a adaptação ao futebol nacional. A expectativa é que um acordo seja selado após o Torneio Maurice Rivello, o antigo Torneio de Toulon, disputado pela seleção sub-23 do Chile na França na primeira quinzena de junho com provável participação do meia corinthiano.

Veja mais em: Sergio Díaz, Ángelo Araos, Fábio Carille e Mercado da bola.

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